13. Sem Saber Disfarçar

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Se a Coreia do Sul tivesse uma excelente conexão de internet, de que serve ela se Jungkook não via nenhuma mensagem naquela hora? Taehyung nunca foi trabalhar tão puto. Puto e apreensivo com que caralhos estava acontecendo. Soltou fogo pelas ventas já no início do expediente, num deus nos acuda para lá e pra cá daquele calçadão, indo e vindo com algumas caixas e fingindo não ter escutado quando disseram precisar limpar o banheiro. Foi sonso e voltou para a fachada, pouco ligando se uma bosta boiava na água da privada. Nem era dele mesmo... O dono do submarino que limpasse depois de dar descarga.

Houve um momento a partir disso em que simplesmente não conseguiu chamar cliente algum e, de cabeça cheia, deixou a muvuca, entrou para a loja e chutou o balde de vez quando passou por seu chefe e recebeu o aviso:

— Taehyung, não se esqueça da urna de sorteio lotada, na semana que vem fechamos o sorteio e precisamos da meta.

Que mané meta o quê! De ovo virado, Taehyung detestou ser cobrado.

— Enfia no cu do sorteado essa porra aí então — rolou os olhos por trás da cabeça de tigre da fantasia de trabalho e saiu andando ao ter respondido na lata e abafado por aquele trambolho cobrindo sua cabeça inteira. — Tudo é na minha conta, na minha roda, vão se foder vocês e me errem!

Seokjin o viu passar desengonçado para a copa. Capaz de ser fuzilado, não questionou nadinha o seu irmão, mas, conhecendo o tal, ali tinha altos riscos de sobrar para qualquer um. E sobraria mesmo... Taehyung tinha um alvo muito bem determinado. Assim que chegou na copa, bateu a porta e tirou a cabeça de tigre, acertando um chute em cheio na peça da vestimenta.

Voe, praga.

Aquela tranqueira chegou a bater no teto, quase atingindo a lâmpada, parando em cima do armário e ficando por lá mesmo. Não ligou nem um pouco para isso, o que realmente tinha como foco era tirar as luvas e tirar o celular do bolso, ligando para o fulano que aparentemente tinha culpa no cartório: Jungkook.

Sem nem um "oi", foi direto ao ponto quando foi atendido.

— Porra, finalmente. Eu tô desde cedo tentando falar contigo! Que porra tá acontecendo?!

Não sei...? — respondeu confuso. Ao fundo, dava para escutar um som baixo e os ruídos da estrada. — Eu só tô saindo paro o meu trabalho nesse exato momento. Você parece bem estressado pela voz, o que houve?

— Muita coisa — Taehyung abriu uma fresta na porta e bisbilhotou se alguém vinha para a copa. Fechou-a novamente e voltou a apoiar nela ao indagar: — Por que os seus pais e a minha mãe se conheceram? Eu odeio quando tudo fica colidindo bem na minha cara.

Espera... E o que tem demais nisso? Neles se conhecerem.

— "O que tem demais nisso"? Jura? Não pode estar falando sério! Jungkook, isso vai dar uma merda federal! Seus pais vão dar com a língua nos dentes me explanando, cara. Eu posso até prever!

Mas eu não falei pra eles. Esqueceu que me pediu sigilo?

— Tu não falou mesmo? Sério, eu preciso de reafirmar.

Não falei — assegurou. — Só recomendo a sua mãe sempre que posso, para todo mundo na verdade. Acho bacana ajudar ela com uma rede de contatos bem rentável — fez uma pausa —, mas também porque me sinto entre família.

— Família? Quê? — Taehyung franziu o cenho.

É. Não sei explicar, talvez eu veja ela como uma... Sogra?

Não. Não era possível. Taehyung pegou uma faca com serra de cortar pão na pia da copa e desgrudou o celular do ouvido, deixando próximo da boca ao berrar.

Ofertão 1,99 [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora