15. Manda Que Eu Faço Chover

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Foi uma grande ironia do destino Jungkook ter jurado de pés juntos para Katherine que não tinha nada com o filho da mesma, além de uma belíssima amizade. Quem diria que cairia por terra a afirmação logo no mesmo dia?

Ô boca de sacola...

Agora, quando o seu olhar esbarrava com o dela, já sorria meio amarelado, coçava a nuca ou dava uma risadinha super sem graça, desajustado pra caramba.

Jungkook não soube da conversa tintim por tintim, mas, escutou boas partes devido às circunstâncias de proximidade. Tinha ideia de que aquelas lágrimas que Kim Katherine secava no rosto dele provavelmente escorreram por um motivo bem específico. Teve uma contextualização maior quando o próprio Taehyung o chamou para descer e pegar alguns copos na cozinha. Assim, o contou reservadamente, com mais detalhes.

Jungkook lhe abraçou assim que resumiu tudo, e abraçou por muito mais tempo que Taehyung imaginou. Lhe alisou as costas durante tal abraço de olhos fechados e lhe perguntou como se sentia. Taehyung disse que estava mais leve. Ao ouvir essa resposta, Jungkook inspirou o ar profundamente, onde foi possível sentir o peito dele inflando ao estarem coladinhos, o disse que tinha algumas críticas pessoais com a ideia de ter que se assumir, mas, sobretudo, estava aliviado por ele também. Afrouxou o abraço, deu-lhe um beijinho singelo nos lábios e afirmou que podia contar com ele para tudo, absolutamente tudo.

Taehyung assentiu com a cabeça, sorriu. E sorriu sem ironias, foi doce.

Após isso, subiram novamente e começaram a beber. Taehyung defendia a ideia de que precisavam beber até cair, havia pago as cervejas para isso mesmo. Houve um momento em que Katherine simplesmente se aproximou de fininho enquanto Jungkook se distanciou dos demais para fumar. Ela apoiou uma mão no ombro dele e o tranquilizou dizendo "tudo bem, eu entendi a sua situação de não entregar o Tae".

Ufa! Os ombros até relaxaram. Soltou a fumaça para cima e deu um gole na cerveja.

— Nossa... Ainda bem, tia.

— Sogra — ela corrigiu.

Mas, Jungkook não entendeu. Franziu o cenho e pensou não ter limpado os ouvidos recentemente.

— Hã?

— É "sogra". Pode me chamar de sogra, rapaz. Já que você e o Tae estão paquerando, é quase isso, num é?

Jungkook adiou a resposta, bateu o cigarro na mureta e deixou cinzas caírem. Da primeira e única vez que a chamou assim, o filho da mesma lhe deu um gritão.

De repente, foi rodeado pelo trenzinho justamente composto por Taehyung, a mãe e o pai de Jungkook, passando rente a ele e Katherine. Todos estes alcoolizados cantando fervorosamente algumas músicas com conotação sexual na letra aos quatro cantos daquela laje, onde os chinelos arrastavam e a poeira subia como se passasse uma carreta. Uma carreta com um quê de furacão.

Gritaram alto e desafinados o refrão da música:

"Chupa o bico do meu peito e mete com vontade!"

Taehyung puxava o bonde, era o primeiro da fileira e apesar de ter pulgas na cueca, se mexendo absurdamente ao dançar e cantar, não deixava a peteca cair — ou melhor, a lata de cerveja. — Atrás dele, com uma mão no ombro do mesmo, vinha a senhora Jeon que segurava os seios com o outro braço enquanto os cordões cheio de pedras também pulavam e lhe avermelhava o peito ao bater na região. O vestido subia, mas ela não estava nem aí, investia tudo o que aprendeu nas aulas de zumba e no fit dance. Já o senhor Jeon, pouco sabia. Errava todas as estrofes, era sem coordenação motora e mais estava sendo arrastado pelos outros dois à frente. O seu bermudão caía mais e mais, a cada passo dado. Puts! Já aparecia o cofrinho todo. Uma coisa meio maracujá de gaveta, meio caidinho, um senhor de pouca abundância.

Ofertão 1,99 [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora