Taehyung abriu um único olho na calada da noite, dando uma espiadinha. Estava deitado, sem Jungkook na mesma cama. Se esticou e moveu os braços para trás na esperança de que de repente tocasse a coxa deste ao tê-lo por trás, mas, apenas havia o espaço sem ele. Estranhou demais, e pôs-se apoiado com os antebraços no colchão. Olhou para os lados e até para cima, pois vai que Jungkook estava pendurado no teto? Nunca se sabe. Entretanto, só o achou ao bisbilhotar ao lado da cama, encontrando o Jeon dormindo num outro colchão, colocado no chão do quarto.
Ué?
Ok, tudo bem que Taehyung não havia sido tão hipnotizado assim, mas não se lembrava dele ir para o chão.
Rebobinando, Taehyung fez uma rápida análise em que caralhos havia acabado de acontecer. Calma, espere, talvez "acabado" fosse a palavra equivocada, já que faziam horas desde quando tudo aconteceu. O primeiro fato importante, foi sentir-se muito pesado, com o corpo clamando por repouso. Entre muitas aspas: beleza, show de bola, até aí tudo bem.
Mas, engana-se quem acha que uma cobra criada feito Taehyung não iria dar seus pulos.
Taehyung não havia relaxado tanto quanto Jungkook pensou. Quis ver no que daria e tampouco se entregou, seguindo tudo bonitinho. Fechou os olhos no momento em que achou que deveria fechar, esteve parado, e acima de tudo, observou de tudo um pouco. Observou limitadamente, claro, pois ouviu mais do que viu. Embora usar a visão não lhe fosse tão prática no teatro, conseguiu abrir uma fresta minúscula nos olhos em meio a tudo. Jungkook, naquele momento, lia um livro. Aparentava um pouco de incerteza pairava nele, folheava algumas páginas no quarto claro e fazia simples negações com a cabeça. Sabe-se lá pra quais eram as suas negações, enxugou o que pareceu serem lágrimas nos cantos dos olhos e fechou o livro.
Taehyung sinceramente não entendeu porra nenhuma, mas aquela coisa toda de ficar quieto, voltar a fechar os olhos e ter silêncio no ambiente, acabou desencadeando o sono. Sem ter controle de uma reação natural do corpo já cansado, dormiu. A hipnose literalmente babou. É... Ela foi mesmo para o ralo, por água abaixo, para a casa do caralho. E claro que, Jungkook, tendo desistido de finalizar com suas práticas, sabia que o outro lembraria de algumas coisas, mas não imaginava que lembrasse de praticamente tudo.
A moral falou mais alto. E como já dizia a pensadora Rita Cadillac, lá nos primórdios da humanidade, registrado em uma pedra com tinta vermelha de urucum: "É bom para o moral."
Jungkook pegou o colchão do quarto de visitas, arrastou-o até chegar em no quarto, jogá-lo ao chão e deitar-se enquanto Taehyung dormia na sua king size fodona.
Taehyung cansou de observar Jungkook dormindo, precisava de ação. Sorrateiramente, escorregou na cama feito uma minhoca e ligou o abajur ao estar de pé. Achou que estivesse tudo perdido quando Jungkook coçou o nariz e virou para o outro lado, chamando:
— Tae...?
E Taehyung arregalou os olhos, congelou. Lascou-se. Sabe-se lá como o seu cérebro funcionava para ter engrossado a voz ao máximo, estufado o peitoral e tê-lo respondido:
— Mermão — disse rouco e apontando para o outro que nem lhe via —, tu tem que fechar os olhos e dormir nessa porra, tá ligado?
— Põe um casaco, acho que está frio...
Endoidou, foi? Mó calor, sai fora!
Sonhos à parte, depois de escutá-lo, Taehyung não pensou duas vezes em pegar uma botina preta que viu no cantinho do banheiro na hora em que tomou banho de banheira e reparou de tudo um pouco. Pegou também o roupão pendurado no cabideiro, pois o tempo não estava ao seu favor e preferia ser rápido, não gastando tempo com se vestir com roupas. Uma botina e um roupão estava ótimo. Saindo de fininho, amarrava o roupão enquanto as botas faziam um barulho desgraçado, contra o seu favor, prestes a lhe entregar. Botas safadas, e diziam que Balanciaga era de qualidade, hein... Parecia andar sobre dois blocos de tijolos.
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Ofertão 1,99 [taekook]
FanficA personificação do fuzuê, Kim Taehyung. Este era o nome daquele que já moveu o céu e a terra por uma esticadinha no horário de almoço. Era conhecido por aí como o tal tigre do calçadão, já que trabalhava o turno inteiro trajado por uma fantasia rid...