Espectadora assídua do dorama das nove, aquele foi mais um episódio finalizado por Katherine, imersa e expressivamente surpreendida por todas as reviravoltas assistidas rodeados de muitos pitacos e "shhh!" feitos para o filho todas as vezes em que ele insinuava que era óbvio que o homem amado pela mocinha iria se engraçar com a vizinha tal qual a mãe estava cheia de assunto com o vizinho. Embora a perspicácia para dar com a língua nos dentes explanando a mãe para Jungkook — cujo gargalhava e só não alimentava as tagarelices do outro por puro respeito à mãe do mesmo —, ainda era mimado pela matriarca da casa Kim, cheio de dengo deitado sobre a coxa da perna da mãe, que cobertas com um longo vestido, serviam de um travesseiro perfeito e aconchegante. Colo de mãe não tinha igual, e ainda recebia o dobro de mimo quando estava resfriado.
Quase resmungou quando ela se levantou para se arrumar e ir assistir a chegada do primeiro neto, direto da maternidade. Com isso, Taehyung sossegou após minutos cutucando a onça com a vara curta. Estava meio brocoxô, quietinho, até porque, ninguém também lhe requisitava em algo naquele momento e, principalmente, porque não tinha mais com o quê implicar.
Bisbilhotou Jungkook pelo canto dos olhos.
O outro estava no outro lado do sofá e já não parecia mais tão preso na programação entediante de domingo que passava na televisão. Por outro lado, riu anasalado quando uma piada despretensiosa foi dita pelo apresentador do programa iniciado após o dorama. Encasquetou a cabeça de Taehyung ao ser tão casual, natural e elegante. Jungkook era um homem fino, a postura certinha, correta, o caráter sem falhas exorbitantes e provavelmente persistente quanto aos seus objetivos. Capaz de provocar pensamentos que poderiam ser guardados a sete chaves.
— Queridos — Katherine apareceu na sala quase que pegando o filho com a boca na botija ao observar Jungkook. Deu um sobressalto e estabeleceu o foco apenas na televisão enquanto a mãe se aproximava vasculhando uma bolsa de ombro, parando ao lado da televisão. — Preciso de uma ajuda de vocês, estou levando celular para gravar tudo, lenços para chorar, a identidade, carteira e... — revirando a bolsa, achou o último item já recolhido: — As chaves de casa. Me digam coisas que eu talvez eu esquecesse além dessas.
— Não sei, tia... — o Jeon disse ameno, por não conhecer profundamente os costumes e rotina dela, muito menos o que ela poderia levar na bolsa. — Acho que deixo essa pro Taehyung.
Taehyung pareceu pensar e se ajeitou deitado no sofá, apoiando-se sobre os cotovelos e antebraço. Sorriu e falou na lata, como algo certo:
— Guarda-chuva!
— Não, filho. Tá fazendo sol lá fora.
— Chinelo!
— Estou de sandália, Tae.
— Biquíni! Rímel! Tinta de cabelo! — estalou os dedos e metralhou os seguintes itens: — Já sei, tesoura!
Katherine levantou apenas uma sobrancelha e a única coisa que pensou foi que uma tesoura só poderia ser útil para cortar o cordão umbilical e olhe lá.
— Filho...? Sério, que itens são esses, sabe? É uma maternidade — descartou seus chutes. — Hello...? — disse num tom melodioso.
Taehyung então recostou-se no sofá novamente e roeu a lateral da unha do dedão, bem na lateral. Tirou a pontinha de uma cutícula e na ponta da língua atirou ao ar o pequeno pedaço arrancado.
— Sei lá, eu acho que você esqueceria todas essas coisas se fosse pra levar — justificou dando de ombros. — Mas já que uau, não, você é a pica das galáxias, eu não ajudo mais a-
— Meu óculos...! — ela interrompeu Taehyung e demonstrou-se surpresa consigo mesma ao bater na própria testa. Com isso, acabou balançando o objeto no topo da própria cabeça, local onde nem sabia que estava. Taehyung não esboçou reação alguma, continuou deitado, mas Jungkook deu um mínimo sorriso, sem ter se metido na casual discussão de mãe e filho. — Os óculos! Como não disseram óculos? Óculos, gente!
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Ofertão 1,99 [taekook]
Fiksi PenggemarA personificação do fuzuê, Kim Taehyung. Este era o nome daquele que já moveu o céu e a terra por uma esticadinha no horário de almoço. Era conhecido por aí como o tal tigre do calçadão, já que trabalhava o turno inteiro trajado por uma fantasia rid...