Jungkook bateu na porta do quarto de Taehyung pela quinta vez. Desistiu, aquela foi a sua última tentativa e a pior de todas, pois nesta experimentava de vez o fracasso. Encostou as costas na porta do quarto dele e deixou o corpo escorregar até dobrar parcialmente os joelhos. Ah não, peraí. Sem pataquadas, voltou rapidamente a ter postura, coisa que era um tanto quanto difícil naquele instante, mas, pensando bem, um pouco de dignidade também era bom de se ter.
O churrasco ainda acontecia lá na laje. Katherine rapidamente agiu com uma cortina de fumaça arrumando tudo para fazer a escova no cabelo da mãe de Jungkook, assim como deu um jeito de substituir Jungkook pelo pai dele na função de ilustríssimo churrasqueiro. O paizão mandou bem, a carne saía no ponto e só faltava um bigode nele para Katherine cobiçar o matrimônio alheio. Com tudo em ordem — ou quase isso —, esperava que Jungkook conseguisse falar com Taehyung, já que saíra tentando falar com o mesmo tal qual um cão arrependido, pedindo apenas um momento para se explicar de algo que provavelmente era daquela fala equivocada. Ficou óbvio, algo tinha ali. O filho não deu abertura, claro, mas isso foi naquela hora, e agora Katherine já não sabia mais se a situação ainda estava naquele pico de euforia extrapolando lá em cima em um gráfico de tensão.
Kim Katherine desceu da laje com a desculpa de pegar outra luva e enfiou a cara no corredor às espreitas. Bisbilhotou Jungkook em situação de rua na porta do quarto de seu filho.
Ela então limpou a garganta, como forma de ser vista sem parecer intrusa.
— Desci pra pegar umas luvinhas. Tudo bem aí? — perguntou ao Jeon.
E Jungkook deu de ombros. Não sabia.
— Acho que vou voltar lá para cima. Não sei com que cara e coragem, mas vou — disse ele. — Tia, a senhora pode pedir desculpas por mim? Caso ele abra alguma brecha na porta.
— Peço, querido.
Ele então relaxou os ombros. Jogou os fios de cabelo para trás e pôs-se a sair, passando por Katherine. Entretanto, parou e virou-se novamente.
— Só mais uma coisa — ele respirou fundo e questionou: — Eu não maltratei ele, maltratei?
— Somos responsáveis pelo o que dizemos, mas nem sempre por como o outro recebe isso — ela deu o seu ponto de vista e trocou o peso do corpo. — Não foi a sua intenção, eu sei, mas... Ficou claro para todos nós como ele recebeu aquilo.
— Eu notei que ele estava diferente hoje, sensível ou preocupado, apesar de ainda levar as coisas na brincadeira. Eu deveria ter medido as palavras.
— Uma hora ou outra ele iria transbordar, não acha? Mas, bem, isso não é assunto meu... É melhor você falar com ele, querido. Em outra hora, tudo bem?
— Tudo bem, tia...
— Ô, Jungkook — Taehyung chamou-o, aparecendo na porta.
— Eu? — apontou para o próprio peito. — Me chamou?
— É, chamei... Passa aqui no quarto, rapidinho.
Jungkook assentiu e foi.
Katherine analisou a cena por instantes, mas se retirou antes mesmo de Jungkook passar pela porta e entrar no quarto do filho. Não queria ser fofoqueira, mas... Intuição de mãe nunca falha.
A percepção de que Taehyung trancou o quarto não passou batida para o Jeon, claro sinal de que queria máxima privacidade. Jungkook ficou de pé observando aquilo, se sentindo estranho em estar no quarto com o Kim novamente, em pé, mas também considerando inapropriado sentar na cama de solteiro dele sem a devida autorização.
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Ofertão 1,99 [taekook]
Fiksi PenggemarA personificação do fuzuê, Kim Taehyung. Este era o nome daquele que já moveu o céu e a terra por uma esticadinha no horário de almoço. Era conhecido por aí como o tal tigre do calçadão, já que trabalhava o turno inteiro trajado por uma fantasia rid...