20. Pega Ladrão!

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Taehyung não tinha nem local para guardar um buquê daquele tamanho no trabalho. Já era a segunda pessoa que lhe chamava na porta do banheiro depois de sair todo bobo da rua e ir correndo para tal cubículo. Ficava lá sentado na tampa do vaso só admirando aquele buquê no banheiro, o qual era o único lugar que ninguém poderia invadir e ver a sua cara de rendido.

Nunca viu um buquê tão cheio quanto aquele, tão lindo. Era provável que a cor laranja nunca lhe chamou a atenção ou nunca foi uma cor tão bonita antes de receber aqueles lírios.

Tinha apenas lírios-tigre e Jungkook morando em sua mente.

Ligava para agradecer ou não? A dúvida corroía, mas, não adiantava nada ligar para Jungkook e simplesmente não dizer as palavras que gostaria. Ok, poderia dizer "sinto saudades tua, só que é foda colocar em palavras", mas seria tão sem noção ligar e dizer só isso.

Pense só, se Taehyung mandasse flores perfumadas num embrulho caprichado e um cartão todo bonitinho para alguém e essa pessoa ligasse só para dizer isso, Taehyung iria mandar bater uma laje num sol quente!

Onde já se viu uma merda de retorno desses... Se fosse para ligar, achava que Jungkook merecia mais. Preferiria ficar ali, cheirando o buquê no seu cantinho.

— Ô Taehyung! — deram um baita grito e bateram na porta de PVC sanfonada que tinha a resistência de uma folha sulfite.

Taehyung deu um gigantesco sobressalto sentado na tampa do vaso. Achou que aquela merda ia cair sobre ele no cubículo.

— Caralho! — levou uma mão no coração enquanto segurava o buquê e mentiu: — Eu tô cagando, inferno!

— Sou eu — a voz cochichou rente à porta —, Hoseok.

— Beleza, mas eu já disse que tô cagando, mete o pé!

Brother, eu arranjei uma cerveja pra tu.

Taehyung levantou do vaso de tampa fechada e abriu a porta num piscar de olhos!

— Tá de sacanagem que te deram cerveja outra vez de graça, num é? — se indignou e apoiou uma mão na cintura.

Hoseok olhou o buquê em sua mão e depois lhe encarou.

Taehyung olhou a cerveja na mão dele e o encarou tal qual.

— Tô não — Hoseok respondeu.

— Cacete — Taehyung estalou a língua no céu da boca e pegou a cerveja na mão de Jung Hoseok. — E quem colocou o pau na mesa pra bancar essa graça?

— Seu patrão bancou pra todo mundo. Perguntei pela tua latinha e fingiram que nem ouviram, tá ligado? vacilação... Só disseram que tu se amarrava, daí eu trouxe essa escondido. Seria sacanagem contigo, tá ligado?

— Arrombados... — pegou a lata da mão do Jung e se apoiou já parede, fazendo um malabarismo com as mãos para abrir a lata sem derrubar o buquê. — Troco essa ideia direito com o Jungkook, aqui é um ninho de cobras. De cobras, Hoseok!

Hoseok botava fé, mas também reparou que Taehyung citava Jungkook bastante, em variadas conversas. Tudo era "Jungkook isso" ou "Jungkook aquilo".

— E ele? — perguntou. — Vem hoje?

— Não.

Taehyung respondeu curto e fingiu normalidade, mas Hoseok já havia sacado que Taehyung estava todo recluso no maior apego com as flores e cartão que matavam a saudade da pessoa em questão.

Puts, que pena — lamentou Hoseok e se encostou na parede. — Mas escute, o meu grupo já vai abrir o sorteio com uma música, tu vai mesmo dar aquela moral?

Ofertão 1,99 [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora