As coisas estavam indo de mal a pior nas aulas de defesa.
Além de um primeiro dia desastroso com um ridículo questionário e, após isso, o incidente com os diabretes, Lockhart insistia em provar toda sua insensatez, dia após dia, com uma persistência contumaz.
Mais irritante ainda era um estudante do primeiro ano que parecia achar uma boa ideia seguir Harry por todos os cantos. Dia após dia, tornava-se mais difícil suportar a zombaria constante de Neville sobre seu novo fã.
Além disso, havia Granger.
A garota que nesse instante esbravejava furiosamente sobre quão maravilhoso era o novo professor de defesa. A maioria das pessoas achava o comportamento engraçado, Harry era um dos poucos que achava irritante.
"Nosso irmão disse que a viu desenhando corações ao lado do nome de Lockhart em seus horários."
Disse Fred Weasley, sentado a algumas cadeiras de distância e observando com diversão o comportamento da garota histérica.
Neville riu, enquanto Harry espalmou a própria testa em frustração.
"Não era pra ela ser inteligente? O que aconteceu com o rato de biblioteca?"
Zombou o garoto com traços de crueldade e mau humor enquanto trucidava suas batatas com um garfo.
"Não tenho ideia." Falou Neville entre mordidas. "Não precisa ser um gênio para ver que há algo estranho naquele homem."
Completou com um olhar curioso.
"Claro que não." Afirmou Harry em tom de provocação. "Se fosse necessário você não teria percebido."
"Fazendo piadas agora, Potter?"
Zombou o garoto com irritação fingida.
O outro, no entanto, desconsiderou a resposta em um movimento súbito.
"Eu tenho que ir." Disse Harry levantando. "Prática de quadribol."
O garoto de cabelos verdes ainda conseguiu ver seu amigo fechar a cara antes de sair acompanhado dos gêmeos Weasley.
O time da Grifinória não havia realizado eliminatórias naquele ano. Fato que irritou Neville um pouco, não era um segredo seu interesse por uma chance de entrar no time.
"Por que demoraram?" Questionou Oliver ao ver os últimos três jogadores adentrarem o vestiário. "Não importa. Se reúnam aqui, precisamos conversar sobre nossas novas táticas de jogo."
O que seguiu foi uma falação teórica tão chata que Harry sentiu-se flutuar dentro e fora da conversa por cerca de meia hora, em alguns momentos, pensou ter adormecido brevemente.
Ele gostava de quadribol, realmente, mas não tanto quanto seus companheiros pareciam gostar. O jogo excessivamente frenético, em sua concepção, não passava de uma diversão moderada e um meio de voar, isso sim ele amava.
A verdade é que nem mesmo os outros jogadores pareciam muito interessados no discurso de Wood.
Alicia e Angelina, por exemplo, observavam com descrença o show dos gêmeos que fingiam dormir enquanto Katie parecia mais interessada em lixar suas unhas.
"Então." Disse Wood, finalmente, arrancando Harry de uma irrealizável fantasia sobre os livros que ele poderia estar lendo, naquele instante, no castelo confortável. "Ficou claro? Alguma pergunta?"
"Tenho uma pergunta, Oliver." Disse George, que fingiu acordar assustado. "Você não podia ter explicado tudo isso ontem, quando estávamos todos bem acordados?"
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A Breaking Song
AdventureQuando a história se repete, o tempo se torna escasso e borram as linhas entre o talento e a necessidade. No meio disso, Harry luta para lembrar que suas ações têm um propósito e não são apenas frutos de sua própria tentação. No fim, o interminável...