Novembro chegou.
Acompanhada do novo mês veio a nova reputação de Harry perante seus pares. Era estranho ser tratado como uma celebridade e receber sorrisos encorajadores depois dos acontecimentos que o levaram a deixar a escola no fim do seu segundo ano.
A casa da Grifinória pareceu esquecer rapidamente da desconfiança que ainda havia sobre a sua figura e tratou logo de abraçá-lo como seu campeão. Não que Harry se importasse com isso, a festa que foi dada em sua homenagem na noite após a seleção sentiu, distintamente, a falta de sua presença.
Já fazia quase uma semana e hoje havia chegado a notícia que o garoto esperava.
Mais cedo, naquele mesmo dia, um jovem aluno havia lhe entregado um bilhete que continha instruções sobre em que lugar e em que horas ele deveria encontrar com seu novo instrutor. O diretor havia falado pouco sobre a pessoa que ia ensinar-lhe durante o ano, mas Harry não estava muito ansioso. Seu tempo com Nicholas provou que havia muito pouco que ele não pudesse aprender por sua própria conta e, depois de experimentar o velho alquimista como professor, pouca coisa poderia lhe impressionar ou decepcionar.
Com esses pensamentos o garoto abriu a porta de uma sala vazia no terceiro andar. Dentro do cômodo, sentado em uma mesa com uma postura relaxada e segurando sua varinha de forma quase preguiçosa estava um ruivo.
"Você deve ser Harry Potter."
Presumiu o ruivo sorrindo de forma neutra.
"Você está certo." Respondeu Harry com leve curiosidade. "E quem seria você?"
O ruivo riu com gosto.
"Sua nova babá!" Tirou sarro o mais velho. "Me chame de Bill. Dumbledore falou sobre mim?"
"Não muito." Respondeu o garoto com seus olhos estreitando. "Ele me informou que arranjaria um instrutor."
"Você não parece contente com isso."
Apontou Bill com curiosidade.
Harry grunhiu, mas respondeu a provocação.
"Eu não preciso de um professor." Disse o garoto indiferente enquanto cruzava os braços. "E, sem ofensas, depois de Flamel e Dumbledore eu não acho que haja muito que você possa me ensinar."
O ruivo voltou a rir.
"O diretor comentou comigo que o animal de estimação estava começando a ficar arrogante."
A feição de Harry se tornou irritada.
"Não é arrogância se eu puder provar o que falo."
A varinha de Bill foi rápida demais para o jovem acompanhar, mas, para a surpresa do garoto, não foi um ataque. Uma das mesas velhas foi transfigurada em um cachorro que olhou em volta atordoado.
Era difícil imbuir animais transfigurados de um senso real de consciência. Harry percebeu que o homem em sua frente era habilidoso ou, pelo menos, sabia fingir muito bem.
"Me prove, então." Disse o homem tirando Harry de seus pensamentos. "Vou colocar uma maldição nesse garoto entusiasmado, bem ali." Comentou apontando para o cão. "Quero que identifique a maldição, a contenha e, pôr fim, a quebre."
Instruiu o homem que logo enfeitiçou o cão.
Harry não perdeu tempo. Sua varinha apontou para o cão que, quase imediatamente, começou a grunhir de dor atirado ao chão, sua magia se apertou em volta do ser.
A princípio, a magia usada no animal não era familiar, no entanto, o garoto conseguiu reconhecer os sinais de uma força corrosiva potente.
Fazia algum tempo que ele não exercitava sua capacidade de conter maldições. Por sorte, era uma habilidade bastante básica quando se entendia o conceito por trás dela.
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A Breaking Song
AdventureQuando a história se repete, o tempo se torna escasso e borram as linhas entre o talento e a necessidade. No meio disso, Harry luta para lembrar que suas ações têm um propósito e não são apenas frutos de sua própria tentação. No fim, o interminável...