Capítulo 11 - Baixa Expectativa

34 2 0
                                    

O Natal passou de forma calma. Harry optou por se manter afastado das poucas pessoas que ficaram no castelo aquele ano. Se isolar não foi muito difícil, considerando que apenas Neville fez esforço para ficar próximo a ele. Mas mesmo o garoto Longbottom parecia ter outras responsabilidades aqueles dias. O menino estava determinado a descobrir mais sobre a câmara secreta, dizia constantemente que ficaria famoso se fosse o primeiro a descobrir e documentar sua localização.

Harry não foi enganado tão facilmente. Neville, na verdade, estava tentando provar a inocência do seu amigo mais próximo.

No fundo, Harry estava tocado pelo esforço de seu amigo. Além disso, manter Neville ocupado trazia o bônus de dar tempo para Harry continuar seus estudos sem precisar escapar durante a madrugada. No fim das contas, ser suspeito de ataques múltiplos tinha suas vantagens.

Foi apenas na metade de fevereiro que algo digno de nota aconteceu. No dia dos namorados Lockhart resolver que seria uma boa ideia contratar anões vestidos de cupido para entregar cartões e cantar declarações de amor para todos os alunos.

A princípio, Harry achou a ideia uma idiotice tremenda e fingiu sons de vômito durante o discurso de Lockhart no café da manhã. Pela tensão em seu rosto, a professora de transfiguração concordava com os pensamentos de Harry sobre as ações do professor de defesa. É claro, seu desgosto pareceu desaparecer quando Neville foi parado nos corredores por um dos cupidos na frente de uma multidão de alunos.

"Ei! Neville Longbottom! Pare aí mesmo!"

Gritou o ser minúsculo com uma cara irritada.

Harry riu quando Neville empalideceu.

O garoto Longbottom olhou para os lados buscando uma rota de fuga, mas Harry foi mais rápido. Sua varinha se moveu antes que seu amigo pudesse reagir e o feitiço aderente prendeu os sapatos de Neville no chão do corredor. Se um olhar pudesse matar, Harry tinha certeza que não teria sobrevivido a provação.

Ignorando a troca entre os amigos e os olhares curiosos dos alunos no corredor, o anão andou a passos rápidos e decididos em direção a Neville.

"Alguém me encarregou de lhe cantar uma canção, mantenha-se quieto, garoto." Grunhiu o ser enquanto procurava o cartão correto. "Toda resistência é inútil!"

O olhar de desespero de Neville era impagável, mas em um momento de pura simpatia Harry desfez o feitiço que mantinha seu amigo preso ao chão. No entanto, já era tarde demais. A multidão curiosa já havia formado um círculo em volta de Neville e ele não tinha como escapar.

"Eu lamento amigo."

Falou Harry em tom alegre com um sorriso perverso.

E assim, o anão começou a cantar. Era um verso horrível, sem rimas ou sentido lógico. Neville pareceu querer vomitar quando o cupido comparou a cor de seus olhos a uma pilha gloriosa de excremento de dragão. Harry mordia a própria manga para evitar rir em voz alta. Por outro lado, Neville parecia preferir ser lançado pela janela por seu tio, outra vez, do que estar ali.

Quando o anão finalmente parou de cantar e a multidão diminuiu os risos histéricos, um Neville humilhado tomou seu lugar ao lado de Harry.

"A minha vingança será dolorosa."

Resmungou Neville se referindo ao feitiço que manteve seus pés presos ao corredor. Antes que Harry pudesse dar sua resposta espirituosa, foi interrompido pelo anão.

Um arrepio subiu pelas suas costas.

"Ora! Espera aí!" Disse o ser com asas de anjo. "Harry Potter!"

A Breaking SongOnde histórias criam vida. Descubra agora