Capítulo 13 - Deixar Algo Para Trás

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O rapaz não recordava de ter adormecido, mas lembrava com clareza que a noite havia sido horrível.

A enfermeira não havia lhe dado nenhuma poção, temendo que as substâncias reagissem com os últimos resquícios de veneno que ainda permaneciam em sua corrente sanguínea.

O chapéu, assim como a espada que havia sido retirada dele, estava ao lado de sua cama em um criado-mudo. O diário estava longe de ser visto. Ao lado do leito, com um rosto calmo, também estava o diretor.

Por um momento a familiaridade da cena chamou a atenção de Harry.

"É bom ver você acordado." Falou Dumbledore mantendo o tom neutro. "Como se sente?"

O olhar de Harry não encontrou o de seu mentor, em vez disso, vagou para o leito mais distante na enfermaria.

Uma única cama tinha as cortinas fechadas.

O diretor percebeu para onde o garoto estava olhando e seus olhos ficaram tristes.

"Você fez tudo que pode."

Falou em uma tentativa fraca de consolar seu aluno.

"Você não sabe."

Rebateu o garoto desviando o olhar para os próprios lençóis.

"Fawkes me mostrou o que aconteceu." Revelou o velho. "Você deveria falar sobre como se sente."

"Como eu me sinto?" Perguntou Harry em tom de zombaria, ainda sem encarar o diretor. "Eu sinto que deveria ter sido eu!" Sussurrou enquanto seus olhos umedeciam. "Eu me sinto fraco e patético!"

Dumbledore assentiu antes de voltar a falar.

"A culpa não é sua."

"Não ouse!" Rosnou o mais jovem finalmente encarando seu mestre com um olhar de raiva e tristeza. "Eu a matei!"

"Não, você não matou!" Interrompeu Albus. "O diário matou ela, não havia nada a ser feito."

"Eu sabia!" Teimou o garoto. "Riddle falou que se eu cortasse a conexão ela morreria. Se ao menos eu tivesse levado sua ameaça a sério!" Lamentou-se. "Para começo de conversa, isso nem teria acontecido se eu não agisse como uma criança orgulhosa."

Sussurrou enquanto cerrava os punhos e desviava o olhar.

Dumbledore suspirou.

"Você sabe o que dizem sobre os erros." Começou o velho. "As pessoas esperam muito daqueles verdadeiramente excepcionais." Explicou com uma calma que não possuía de verdade. "Como se bruxos talentosos não pudessem estragar as coisas. A verdade é que o erro de um grande homem é ainda maior que o de um homem comum."

"Isso é uma bobagem!" Gritou em frustração o garoto de olhos verdes. "Qual é o ponto em todo esse esforço se no fim não pudermos salvar a todos?"

"As pessoas morrem, Harry. Não importa o quão importantes elas sejam ou o quanto você goste delas." Disse o homem sem rodeios. "O máximo que você pode fazer é aprender com seus erros."

"Isso não é o suficiente."

Falou o menino.

"Mas terá que ser!" Dumbledore levantou-se. "Cuide de sua saúde." Pediu o homem. "Seu amigo, Neville, mandou seus cumprimentos e pêsames através de Augusta, foi ele quem tomou providências para que eu ficasse sabendo sobre sua incursão na câmara." Explicou o homem enquanto retirava um pergaminho enrolado de sua manga. "Ainda temos muito o que discutir. Leia isso, enquanto descansa, e me encontre em meu escritório quando se sentir melhor."

Harry pegou o pergaminho oferecido por seu mestre e assentiu, ainda com um olhar ferido.

"Eu realmente lamento, Harry."

A Breaking SongOnde histórias criam vida. Descubra agora