"Eu realmente adoro muito esse lugar!"
Falou Bill olhando apreciativamente para a grande multidão mágica que ocupava as ruas abarrotadas de barracas e vendedores ambulantes.
"O cheiro!" Exclamou ele para um Harry incrédulo. "Você consegue sentir? Cheira a oportunidade!"
Explicou o ruivo com um sorriso de prazer encarando seu parceiro mais jovem.
"Realmente?" Questionou o garoto incomodando em meio a uma careta. "Para mim cheira como uma cova aberta."
"Não seja assim."
Repreendeu o ruivo, bem humorado.
"Você me trouxe para o Egito? É Sério? E não qualquer lugar do Egito, a Toca do Djiin! Me diga, onde você estava com a cabeça?"
Os questionamentos do jovem chamaram atenção do mais velho, que o encarou com curiosidade não disfarçada.
"Eu não esperava por isso." Constatou ele, surpreso. "Você por acaso já esteve aqui antes?"
Era uma pergunta complicada, se é que Harry já havia escutado uma.
"E o que isso importa? Eu achei que iriamos procurar algumas ruínas, matar zumbis ou qualquer coisa do tipo."
Comentou o jovem mal humorado, acompanhando Bill em seu passo despreocupado por entre as vielas estreitas.
Ora ou outra, enquanto caminhava, desviava sutilmente dos pequenos ladrões de aparência inofensiva. Embora fossem pouco mais que crianças, Harry sabia que não hesitariam em surrupiar qualquer coisa de seu bolso traseiro.
"Esse buraco não mudou nem um pouco." Constatou Harry. "Não me inscrevi para uma excursão pela Toca do Djinn, muito menos para enfrentar uma multidão de ladrões, prostitutas e vendedores ambulantes."
"Vamos lá!" Zombou Bill em tom de curiosidade. "Parece uma história interessante, quando você esteve aqui?"
O jovem ainda hesitou por alguns instantes antes de finalmente ceder.
"Estive aqui no fim do outono, com Nicholas." Explicou ele calmamente. "Perenelle se recusou a tomar conta do meu aprendizado enquanto ele viajava."
O jovem parou por alguns instantes, enquanto Bill desviava de um feitiço de aparência desagradável, lançado aleatoriamente por uma jovem cortesã em direção a um mal pagador do outro lado da rua.
"Isso foi perigoso." Resmungou Bill. "Continue sua história, o que você e o Alquimista Imortal vieram fazer aqui, afinal?"
"Não foi exatamente aqui." Recomeçou o Potter. "Acho que ele queria impressionar, me trazendo até um lugar como esse, mas, na verdade, viajamos até a propriedade de uma família de alquimistas locais, mais ao sul, eles eram muito ricos."
"Impressionante."
Comentou o ruivo absorto na história mas atento aos arredores.
"Nicholas tinha negócios com o velho patriarca." As sobrancelhas de Harry levantaram, como se quisessem provar um ponto. "E quando eu digo velho, eu quero dizer muito, muito velho."
Bill limitou-se a rir, incentivando o menino a continuar o conto peculiar.
"Eu não sei ao certo que negócios os dois tinham um com o outro, embora tenha minhas suspeitas, mas o certo é que eles não se davam nada bem, acho que Nicholas estava cobrando uma dívida." O jovem franziu a testa em pensamento. "Entretanto, novamente, eu não sei ao certo, passei a maior parte do tempo na companhia da neta e herdeira do homem."
Bill assobiou.
"Sorte a sua!" Brincou o mais velho, ainda atento aos arredores. "E como foi?"
"Nada demais." Descartou o garoto de olhos verdes. "No fim, as negociações de Nicholas deram errado e ele me instruiu a me aproveitar da confiança da garota para furtar uma herança de família em que ele queria pôr as mãos." Harry estremeceu. "Já estávamos nos dando bem nesse ponto da história, desnecessário dizer que eu não fui muito honrado com ela depois disso."
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A Breaking Song
AdventureQuando a história se repete, o tempo se torna escasso e borram as linhas entre o talento e a necessidade. No meio disso, Harry luta para lembrar que suas ações têm um propósito e não são apenas frutos de sua própria tentação. No fim, o interminável...