Seokjin saiu da semi-sonolência quando a porta se abriu com um leve ruído. Abriu os olhos e deu com um rosto rosado, sorridente, enfiado pelo vão.
— Bom dia, sir. Desculpe incomodar, mas milorde disse que está quase na hora da cerimônia... — Terminou de abrir a porta, entrou e foi colocar a bandeja com o café da manhã sobre a mesinha de cabeceira. — Trouxe alguma coisa para o senhor comer, depois ajudo-o a se vestir.
O jovem esforçou-se para entender. Lembrava-se da longa viagem com o conde... não, ele queria que o chamasse simplesmente de Namjoon... na carruagem. Ele falara sobre o casamento e os planos para as próximas semanas.
Olhou para baixo. Como chegara até a cama e como vestira aquela roupa de dormir? Forçou a memória e teve a vaga lembrança de flutuar entre paredes muito altas, enquanto olhos fixos o seguiam. O toque de mãos delicadas, murmúrios, depois mais nada.
De repente, lembrando-se do criado que aguardava ordens, fez a primeira pergunta que lhe veio à cabeça:
— Como é seu nome?
— Park Jimin, sir — respondeu o rapaz, o rostinho iluminando-se diante do interesse do amo. — Vou ser seu criado de quarto — acrescentou, orgulhoso.
Seokjin sorriu, sentindo-se melhor à ideia de ter um jovem com aquele ar alegre e feliz para atendê-lo. Nunca havia tido um criado, mas sabia que alguns criados de quarto podiam ser verdadeiros dragões.
— Que bom! É um prazer conhecê-lo, Jimin. Espero que possamos ser bons amigos. — o ômega de fios negros, sorrindo, estendeu a mão para o outro jovem. — Me chamo Seokjin.
O loiro encarou a mão que lhe foi estendida e pareceu refletir por um momento sobre o que fazer. Por fim, segurou-a e sorriu.
— Espero poder servi-lo à altura, sir. — disse, educadamente.
Seokjin analisou o rosto do rapaz, estava levemente corado. Havia feito algo de errado?
— Desculpe-me, nunca tive um criado antes — confessou, num impulso, decidido a ser sincero. Sempre achara a franqueza a melhor arma e sabia que jamais conseguiria fingir ser o que não era.
— Fique sossegado, sir — o criado sorriu, não estranhando aquela afirmação. — Milorde nos informou sobre sua guardiã...
Inclinou-se para ajeitar os travesseiros às costas do patrão, sem reparar no olhar intrigado dele. O que Namjoon teria dito?
Depois, o criado colocou a bandeja de prata em seu colo.
— Está bem assim, sir? — perguntou, amável.
— Está sim, obrigado... — sorriu, contente. — E pode me chamar de Jin.
— Acho que talvez não seja adequado, sir.
— Por favor, pelo menos quando estivermos a sós, chame-me apenas de Jin. Sir é tão... formal.
— Como desejar, sir... Quer dizer, Jin. — o pequeno ômega sorriu, corando brevemente. — Vou preparar o banho do senhor.
Ao ficar sozinho, Seokjin enfim pôde sentir que Black estava de volta. O lobo parecia ainda um pouco sonolento e confuso, mas pelo menos estava ali. Por um momento, Seokjin recriminou-se por ter tomado os inibidores, não pensou que aquilo poderia fazer tanto mal. E se passasse por alguma situação de perigo e precisasse de seu lobo? Como faria?
"Que lugar é este, Jinnie?" indagou Black, enquanto Seokjin finalmente relatava todos os recentes eventos ao seu lobo. "Mal me ausento um instante e tu já aceitas casar-te com outro, meu querido? O que serias sem mim?"
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O ômega do Conde | Namjin
RomancePor um instante, Seokjin sentiu medo. Sabia que no luxuoso salão toda a nobreza aguardava, ansiosa. Queriam conhecer o jovem ômega que se casara com o orgulhoso conde de Baekje, repelido pelo antigo noivo ao voltar do front deformado por um feriment...