Os passos do conde se tornaram um pouco menos firmes assim que saiu da mansão. Foi diretamente para o jardim florido, onde havia visto Seokjin minutos antes. Encontro-o exatamente no mesmo lugar, observando o céu, sentado em um dos bancos de madeira que haviam pelo local.
O ômega não demorou a sentir a presença do alfa e voltar-se para ele. O menor abriu um pequeno sorriso, que acalmou um pouco o coração do outro homem. Seokjin parecia receptivo a sua presença. Talvez o menor não tivesse nojo dele como supunha, ou talvez apenas escondesse bem.
— Vejo que gostou mesmo do jardim. — o alfa comentou, nervoso, parando a alguns metros do ômega. Uniu as mãos atrás das costas e adquiriu uma postura ereta, tentando disfarçar a ansiedade que sentia.
A postura séria do alfa não assustou o menor, o qual alargou ainda mais o sorriso.
— Sim, é muito lindo. E tem uma grande variedade de flores.
O alfa olhou em volta. O jardim realmente possuía uma grande diversidade de plantas. Seu pai alfa tinha escolhido e definido onde plantar cada uma delas anos antes, quando o marido ficara doente. Fora o modo que encontrara para alegrar as manhãs do ômega, que, após adoecer, mal conseguia sair do quarto.
Namjoon ajudou o pai alfa a plantar as primeiras mudas, mas foi mandado embora antes que o jardim ficasse pronto. Por anos, sentiu mágoa, mas depois entendeu os motivos do alfa mais velho. Ele não queria que o filho visse o outro pai definhar até morrer, seria doloroso e traumatizante. Quando voltara à Baekje, o jardim já estava terminado e o seu amado pai ômega já havia falecido. Poucos anos depois, perdeu o outro pai, assumindo o título de conde de Baekje.
— Meu pai alfa que fez tudo... — comentou, um pouco nostálgico — Meu pai ômega adorava flores, então ele encheu o jardim com várias delas para que ele pudesse ter uma linda paisagem do quarto deles todas às manhãs ao acordar.
— Sério? Que bonito! — o moreno olhou em volta, observando cada pequeno detalhe da paisagem. Seus olhos brilhavam de uma forma única, o alfa notou. — Por isso que é tão perfeito. Foi feito com amor. Por isso é tão aconchegando ficar aqui.
Quando os olhos do ômega pararam no marido novamente, os dois ficaram em silêncio. Encararam-se por alguns segundos até que o menor desviou o olhar ao sentir as bochechas corarem. O cheiro do alfa estava mexendo com o seu lobo, assim como aqueles olhos bem desenhados estavam mexendo com o seu coração.
Novamente, Namjoon percebeu nervosismo vindo do ômega. No entanto, antes que pudesse recuar, White o lembrou que ele não poderia simplesmente supor o que o outro estava sentindo. O lobo o encorajou a se aproximar mais, a não desistir, e assim o humano fez. Namjoon deu quatro passos curtos e lentos até o marido e sentou-se no mesmo banco de madeira em que o ômega se encontrava, mas na extremidade oposta.
Suspirou e observou a paisagem, assim como Seokjin.
— Sente falta da capital?
O ômega o encarou novamente.
— Não exatamente. Sinto falta de algumas pessoas, como a cozinheira que trabalhava na casa da minha tia, a sra. Dobbs, mas da cidade em si... acho que não.
— Retornarei à capital daqui um mês. Irei ao casamento de um amigo. Gostaria de me acompanhar? Poderá ver sua amiga e quem mais quiser.
Os olhos do ômega brilharam. Adoraria acompanhar o alfa aonde quer que fosse. Porém, no minuto seguinte, lembrou-se da tia.
— Já é seguro voltar?
Namjoon olhou para ele.
— Se a questão for o poder que a sua tia tinha sobre você, então sim. Ela não poderá obrigá-lo a nada. É meu marido agora, minha responsabilidade, não dela. Mas, se as questões forem outras, deves avaliar o que for possível para ti.
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O ômega do Conde | Namjin
Roman d'amourPor um instante, Seokjin sentiu medo. Sabia que no luxuoso salão toda a nobreza aguardava, ansiosa. Queriam conhecer o jovem ômega que se casara com o orgulhoso conde de Baekje, repelido pelo antigo noivo ao voltar do front deformado por um feriment...