Capítulo 6

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Hye-sung e Soo-hyun tinham ido visitar a tia-avó, de quem gostavam muito, por isso nesse dia Seokjin não teria de dar aula para as garotas. Mesmo assim, o ômega foi para a sala de aulas, certo de que ali era um refúgio seguro, onde podia ficar só. Sua mente estava a mil e o seu coração apertado. Parecia ainda conseguir ouvir a voz estridente de Jae-hyun gritando aquelas palavras maldosas e duras para o conde.

Como era possível alguém agir daquele modo? Que tipo de ômega era seu primo? Como pudera tratar Namjoon com tanta crueldade? Ele acabara de voltar da guerra, não merecia ser recepcionado assim. Como Jae-hyun pudera ser tão cruel com alguém que só o amou e mimou todo esse tempo? Se desejava realmente romper o noivado, deveria tê-lo feito de outro modo, com mais respeito.

Jamais esqueceria a expressão no rosto do conde quando ele saíra da sala de estar: era como se algo tivesse morrido dentro dele. Fora difícil se conter e não correr até ele, a fim de tentar consolá-lo. Entendia bem o que era sentir-se humilhado. Na verdade, pensando melhor, acreditava que na situação do alfa, o sentimento fosse ainda mais doloroso. Ele amava Jae-hyun. As ofensas do primo deveriam atingi-lo bem mais do que atingiam a Seokjin.

Queria poder ir até o conde e falar para ele que não deveria ficar triste com o término. Jae-hyun estava apaixonado por outro alfa e pretendia, antes mesmo de ver o conde, casar-se com ele. Seu primo não amava Namjoon e não poderia fazê-lo feliz. Mesmo que o rompimento tenha se dado de um modo tão ruim, aquilo era o melhor para os dois. Aquilo era o melhor para o alfa. O conde merecia alguém melhor do que Jae-hyun.

Sentou-se na velha cadeira de balanço, e, confuso com o que lhe acontecia, procurou compreender o que sentia por um homem que só vira a distância. Por que se importava tanto?

"Porque ele é diferente, Jinnie. Ele é um bom alfa" seu lobo o respondeu, mas aquela resposta não fazia sentido.

O som de passos do lado de fora atraiu-lhe a atenção. Lady Kim não ia gostar quando soubesse o que o filho fizera. Há muito tempo ela vinha contando com a fortuna do conde. Todos ali, até os criados, sabiam que os cofres da família estavam vazios. 

A voz irada da tia ecoou pela casa.

— Você fez o quê, menino louco?!

— Devolvi o anel! — gritou Jae-hyun em troca. — Atirei na cara dele! Não suportaria se ele me tocasse.

Seokjin estremeceu. As coisas tinham sido piores que pensava. Não era à toa que o conde ficara tão arrasado. Chegou a odiar o primo naquele momento, por tanta insensibilidade. Os ferimentos do conde não eram tão horríveis assim!

— Você estragou tudo! — desesperava-se a lady. — Perdeu a chance de casar com o conde! É mesmo um idiota!

A lady estava fora de si, mas Jae-hyun não se intimidava:

— E daí? Esqueceu que tenho lorde Choi, mamãe?

— Você tem lorde Choi?! Desde quando? Aquele alfa não presta. Não é a sua mão que ele quer.

— Está enganada, mamãe!

— Veremos. De qualquer modo, não temos escolha depois do que você fez. Faça esse homem pedir sua mão. Mas ande logo!

Que horror!, pensou Seokjin. Sabia o que lady Kim pensava de lorde Choi. Todos na casa sabiam. Para ela concordar com Jae-hyun, as coisas deviam estar mesmo muito ruins. A senhora podia ser avarenta e louca por dinheiro, mas adorava os filhos. Seu sonho era vê-los casados com alfas que elevassem o nome Kim.

— Então, é isso que você faz quando não estou por perto, mocinho? — Lady Kim entrara na sala de aulas sem Seokjin notar e sua voz soava furiosa. — Fica dormindo pelos cantos? Vá ajudar a cozinheira, seu preguiçoso, ingrato!

O ômega do Conde | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora