Capítulo 22

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O grande lobo branco caminhava com confiança pela mata fechada. Conhecia aquele lugar mais do que qualquer outro no mundo, então, a iluminação baixa, graças a vegetação densa, não o atrapalhava de prosseguir até o seu destino. Se o lobo de Seokjin fosse quem ele suspeitava, ele saberia para onde ir.

Estava em seu paraíso astral, o local onde se sentia seguro e que procurava sempre quando necessário. Só ele e a sua alma gêmea possuíam entrada livre na pequena floresta. Para que outros lobos pudessem estar ali, eles precisam ser convidados por um dos dois para visitá-los, o que havia acontecido com o lobo de Seokjin ao ser mordido.

De repente, White sentiu aquele aroma que tanto amava no ar: baunilha. Ele estava perto, podia sentir. Apressou as patas e logo chegou à cachoeira. Águas cristalinas desciam pela cascata, desaguando em um pequeno rio. O grande lobo respirou fundo, sentindo-se em casa.

"Este lugar permanece tão encantador como eu recordava."

White rapidamente olhou em volta, procurando o dono daquela voz na sua cabeça. Estava tentando não se iludir, mas parecia tanto com a voz dele.

Ainda estava em alerta, olhando em volta, quando um lobo negro saiu de trás de uma grande rocha e o encarou intensamente com os seus olhos azul-turquesa.

O grande lobo branco paralisou, vidrado naqueles olhos que tanto amava. Era ele.

"Black..." chamou o amado, em um fio de voz, ainda desacreditado. Depois, correu até o outro lobo, pronto para lambê-lo e cheirá-lo.

O lobo negro aceitou o carinho, e finalmente, após séculos, sentiu-se completo novamente. Seu verdadeiro alfa estava ali, bem na sua frente.

"Calma, floquinho." disse ao lobo lúpus, que quase derrubou-o na emoção de reencontrá-lo.

"Como é possível? Como permitiram nosso reencontro? Julguei que jamais te tornaria a ver, pensei que havia te perdido para sempre."

O lobo menor deslizou o focinho pelo pescoço do lobo branco. Sentia tanta falta da essência única de pinheiro-bravo e âmbar do amado.

"Tampouco compreendo como permitiram isso, querido. Até imaginei que meu castigo nesta existência seria testemunhar-vos ligado ao lobo do vil primo de meu humano. Observar-vos de longe foi uma tormenta indescritível."

"Já sabíeis que era eu?"

"Certamente. Reconheço vossa essência de longe..."

"Por que nunca procurastes contato? Deveríeis ter falado comigo; teria apressado o casamento de Namjoon com Seokjin."

"Tentei procurar-vos, mas não foi fácil. Quando começastes a cortejar Jae-hyun, senti vossa essência pela residência dos Kim. Indaguei aos criados até descobrir um nome: Namjoon, o conde de Baekje. Era o único alfa que frequentava a casa. Contudo, precisava estar certo antes de agir. Tu eras pretendente do mesquinho primo de Jinnie. Se vos aproximásseis dele sem certeza, enfrentaria represálias dos Kim. Observava-vos de longe desde então, até confirmar que éreis o lobo do conde. Sempre que visitava a casa, lady Kim nos trancava no quarto, dizendo que não queria que nós envergonhássemos a família. Pensei em descobrir vossa residência para nos encontrarmos, mas aquela mulher controlava cada movimento de meu humano. Nunca entendi seu medo, ela não tinha como saber. Ela nem ao menos sabe a minha classificação completa. Somente recentemente, ela relaxou um pouco, talvez preocupada com as dívidas da família mais do que conosco, mas então vós partistes da cidade."

"Aquela mulher é uma cretina..."

"Não tendes ideia. Tentei intensificar meu aroma pela mansão para que percebêsseis minha presença, mas lady Kim notou a mudança e brigou com meu humano novamente. Depois disso, fostes para a guerra, e eu tentei fazer Jinnie vos procurar, mas ele não quis. Não revelei nosso castigo nem nossa história, então ele nunca entendeu por que eu desejava vossa presença. Ele ainda é muito novo; não quis sobrecarregá-lo. Além disso, após minhas tentativas frustradas, duvidei que os deuses permitissem nosso encontro. Quando observávamos vós e Namjoon à distância, era doloroso. Nunca conseguimos nos aproximar; sempre surgia algum obstáculo. Pensei que os deuses estivessem nos fazendo sofrer novamente, testando-nos nesta vida. Da última vez que os desafiamos, o preço foi alto; não imaginei que facilitariam agora."

O ômega do Conde | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora