Capítulo 29

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A pesada porta de madeira foi fechada com brutalidade. A passos duros, o ômega atravessou a grande sala e jogou a capa de seda que vestia sobre uma das refinadas, porém velhas, poltronas. Suspirou, em meio a frustração, e sentou-se com os braços cruzados em um dos sofás.

Como Seung-hwan se atrevia a ignorá-lo mais uma vez?

— O que de tão grave a porta lhe fez dessa vez?

O ômega nem se importou em olhar para a dona da voz. Após soltar mais um suspiro enraivecido, respondeu desgostoso:

— Encontrei Choi novamente. Ele estava com outro ômega, ambos passeando pela praça como se fossem um casal. Será que ele não cansa de me humilhar?

A mulher mais velha sentou-se ao lado do filho. 

— Eu avisei que lorde Choi não significava casamento. Nem você e nem esse ômega que estava com ele hoje o tomarão como marido, entenda isto de uma vez. 

O ômega se afundou mais no sofá. Sentia-se extremamente frustrado com toda aquela situação. 

— E o que a senhora quer que eu faça, hã? Estou com má fama na cidade, todos dizem que Namjoon me largou porque descobriu que eu me entreguei ao Seung-hwan, que fui mais um na enorme lista dele. Já tentei desmentir esses rumores de todas as formas, mas ninguém acredita em mim. Nenhum alfa de família me leva a sério, nenhum deles cogita ter algum tipo de compromisso comigo. Sem contar as notícias que correm sobre a nossa situação financeira... Se pelo menos eu pudesse comprar algumas joias e roupas novas para calar a boca desses idiotas. 

— Você sabe que isto está fora de cogitação, Jae. Madame Celeste não nos venderá coisa alguma até que paguemos a dívida que temos com ela. — O ômega cobriu o rosto com as mãos e soltou um ruído de insatisfação. — Está chateado? Não deveria. Estamos nessa situação por sua culpa, por sua infantilidade. Se não tivesse dispensado o conde, não nos encontraríamos em uma situação tão humilhante. 

Com raiva, o mais novo tirou as mãos do rosto e a encarou.

— E o que queria que eu fizesse? Que suportasse aquele aleijado pelo resto da vida? Ele poderia até ser um ótimo partido antes de ir para guerra, mas a forma como ele voltou... Eu mereço muito mais, sabes disso.

— E acha que está melhor agora? Olhe em volta, Jae, não restou ninguém. Os criados nos abandonaram e até o ingrato do seu primo fugiu antes que o barco afundasse completamente.

— Eu... eu achava que Seung-hwan me amava. Ele dizia que me amava.

— Como todo alfa que deseja algo de um ômega! — a mais velha elevou o tom de voz, irritada com a capacidade que o seu filho tinha de ser cabeça-dura. — Prefiro não saber se ele teve o que tanto desejava de você... Só, por favor, esqueça-o. Dele, não terá coisa alguma. Precisa conquistar outro alfa. Desça um pouco os parâmetros, não está em condições de escolher agora. Há alguns alfas não nobres, mas ricos, que não se importariam com a fama que lhe ronda agora.

— Por que eu deveria descer os meus parâmetros? Sou Kim Jae-hyun, o ômega mais bonito dessa cidade. Todos sempre estiveram aos meus pés. Não, não vou descer ao nível da ralé, não aguentarei mais essa humilhação!

— Humilhação é o que estamos vivendo! — A ômega mais velha levantou do sofá, já impaciente com o filho. — O conde ainda não respondeu a sua carta?

— Ainda espera que ele responda? Minho já nos disse que ele está casado, que pediu para levar o marido ao casamento da irmã dele. Ele não irá responder. — O ômega apertou os olhos, irritado. Quando os abriu, encarou a mãe com raiva. — Não acredito que você me obrigou a escrever aquela carta. Que vexame! Ele deve ter rido de mim, ele e o marido dele.

O ômega do Conde | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora