Capítulo 7

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Song Kang-ho parou e olhou para a fachada da casa dos Kim. Durante a noite passada e aquele dia inteiro pensara no que devia dizer a lady Kim, que estava lhe devendo muito dinheiro. Era fácil imaginar o que diria quando se encontrasse em sua casa, principalmente depois de saber que o filho da senhora já não era mais noivo do conde de Baekje. Era um direito seu exigir o dinheiro que lhe deviam. Ninguém fazia Song Kang-ho de idiota!

Com determinação, aproximou-se da porta e bateu, ouvindo o som cavo da aldrava dentro da mansão. Que não viessem tapear Song Kang-ho! Queria seu pagamento e ia consegui-lo de qualquer jeito. Seu olhar se tornou feroz quando Jenkins abriu a porta.

— Quero falar com lady Kim — exigiu, com ar beligerante. — E não adianta dizer que ela não está, pois sei que nunca sai antes do meio-dia.

O mordomo procurou impedir que o alfa entrasse por ali.

— A entrada de serviço é pelos fundos — disse, com severidade, começando a fechar a porta. Mas Kang-ho segurou-a, rosnando. Apesar de não ser um alfa muito alto, o comerciante ainda era mais forte que o beta.

— Ah, não! Nada disso! Vim buscar meu dinheiro e não saio daqui até me pagarem.

Percebendo que não teria jeito de se livrar do homem, Jenkins teve de ceder. Ele não conseguiria conter a fúria do alfa, e nem se arriscaria a tentar segurá-lo apenas para agradar lady Kim. Era um bom mordomo, mas havia limites. 

— Então, por favor, aguarde aqui. Vou avisar milady que o senhor a procura. — Fez o comerciante entrar para o hall.

Subiu a escada, relutante, bateu à porta dos aposentos da senhora e, quando a criada de quarto atendeu, contou-lhe o que havia. A mulher mandou que ele resolvesse o caso, e, como ele disse que era impossível, ela bateu a porta. Jenkins aguardou e segundos depois aparecia lady Kim, irritada.

— O que significa isso? Mande esse homem embora, que vá cuidar da vida dele! Ainda nem tomei o café da manhã!

— Desculpe, milady, mas ele se recusa a ir embora — avisou o mordomo, calmo.

O peito da senhora arfou enquanto uma expressão alarmada espelhava-se em seus olhos. Aproximou-se do patamar e olhou o alfa sentado lá embaixo. Sentiu que ia explodir de raiva. Amaldiçoando o falecido esposo, de quem Jae-hyun herdara o profundo egoísmo, tratou de pensar na situação. Precisava manter a calma. Não poderia deixar que o homem fizesse um escândalo, isto seria péssimo para a imagem da família, e seria mais difícil ainda para Jae-hyun conquistar um bom marido.

— Leve-o para a saleta de trabalhos manuais. Vou falar com ele lá — ordenou e, sem esperar para ver se era obedecida, voltou para seus aposentos.

Depois de introduzido na saleta, sentado numa poltrona macia, Song Kang-ho começou a pensar e admirou-se do próprio atrevimento. Tinha ido pessoalmente na casa de uma família nobre para cobrar o que lhe deviam. Não eram todos os comerciantes que tinham coragem de fazer isso, os nobres se achavam os donos da cidade, não sabiam lidar bem com cobranças. 

Aparentemente, o seu atrevimento iria dar certo. Se conseguisse receber o que lhe deviam... Pelo menos, fora o primeiro credor a chegar ali. No fim do dia, a notícia do rompimento do noivado seria do conhecimento de todos, e ninguém mais poderia chegar até a porta, quanto mais dentro da casa. Tinha dado sorte de ouvir um criado de lady Kim comentar sobre o acontecimento na praça, com outros dois amigos. Aparentemente, nem a lady Kim e nem o conde haviam espalhado a notícia ainda, o que lhe deu uma certa vantagem.

Observou o luxo ao redor. Quadros de caçadas com molduras pintadas a ouro, peças delicadas e valiosas nas mesinhas baixas e em pedestais de madeira de lei trabalhada... Afinal, por que aquelas coisas inúteis não eram vendidas para pagar as dívidas dos Kim? Gente rica era engraçada!, pensou. Ele, que não devia nada a ninguém, era olhado com desprezo por ser comerciante; aquela gente, que devia um dinheirão à metade na cidade, ou mais, era respeitada e vivia como rei!

O ômega do Conde | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora