Capítulo 21

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O jantar ocorrera em silêncio. Tanto o alfa como o ômega estavam concentrados nos próprios pensamentos, ansiosos pelo momento após a refeição. Ambos estavam receosos, nunca tinham feito algo parecido antes, mas para tudo havia uma primeira vez. 

O primeiro a terminar de comer foi Namjoon. Comera no automático, quase foi pegue de surpresa ao perceber o prato vazio à frente. Bebeu calmamente o resto do vinho que havia em sua taça e, cautelosamente, observou o marido pela primeira vez desde que entraram na sala de jantar.

Seokjin estava de cabeça baixa. Seus movimentos estavam mais lentos do que de costume, parecia que sua mente estava distante. Ainda havia muita comida em seu prato, o que era incomum. Nessa uma semana juntos, vira o ômega devorar rapidamente o jantar todos os dias. Namjoon sempre se perguntava como ele conseguia comer tão rápido sem se engasgar. 

Não que o ômega não tivesse bons modos à mesa, fazia o mínimo que a etiqueta recomendava, mas era perceptível que não crescera como os outros ômegas da alta sociedade. Não tinha movimentos delicados e desdenhosos ao comer, nem muito menos tinha expressões amenas quando conversavam rapidamente. Na verdade, Seokjin parecia sempre muito grado ao ver uma bela mesa à sua frente, e buscava provar de tudo um pouco, sempre procurando comer tudo o que colocasse em seu prato, pois, como ele mesmo havia dito uma vez, não gostava de estragar comida. Ao final da refeição, sempre agradecia a todos os criados, elogiando a comida. Namjoon estranhara isto no começo, pensando apenas em quais privações aquele ômega já havia enfrentado, mas depois passou a apreciar silenciosamente seus gestos mais espontâneos.

Estranhas circunstâncias os trouxeram ao momento de agora. Ainda era esquisito para o alfa pensar em Seokjin como seu marido, mas era exatamente o que ele era agora. Seokjin era seu marido, conde de Baekje e futuro pai de seus filhos. Em várias esferas de sua vida, Namjoon não estava mais sozinho, tinha Seokjin consigo. Isto o lembrou de algo.

— Já escrevi a resposta ao convite de casamento que recebi esta manhã. Pedi que acrescentassem ao convite "Srs. Baekje". Está certo de que gostaria de me acompanhar? — O ômega levantou a cabeça e assentiu. Não iria se acovardar, acompanharia o alfa aonde fosse preciso. Na verdade, seria uma honra acompanhá-lo. — Ótimo. Enviarei a carta pela manhã então.

Seokjin voltou a comer, mas logo largou o garfo novamente ao lembrar de algo.

— Eu não possuo roupa para ir ao casamento. Achas que Hoseok poderia me acompanhar novamente até a cidade? Para encomendar algo adequado. 

Sentiu-se envergonhado por pedir tal coisa ao marido, mas era necessário. Não queria fazê-lo passar vergonha estando mal vestido.

— Não será necessário. Há uma modista na capital muito talentosa. Vou encomendar com ela algumas roupas para você. Entre elas, pedirei algo para irmos ao casamento. Mesmo que eu goste do costureiro do condado, ele não faz peças como as da madame Celeste.  

— Então iremos à capital antes? Para encomendar essas roupas?

— Não. Hoseok possui suas medidas, apenas as enviarei para a madame Celeste junto a uma carta descrevendo as peças que desejo.

O ômega voltou a comer em silêncio. Já tinha ouvido falar de madame Celeste, pois Jae-hyun sempre pedia à mãe roupas desta modista. Suas peças eram lindas, delicadas e muito bem trabalhadas, mas também muito caras. Jamais pensou que um dia pudesse vestir algo assinado pela madame. Na verdade, nem mesmo desejara algo assim, mesmo que fossem lindas as suas criações. Havia muito mais com que se preocupar antes de pensar em ter roupas caras. Mas, não iria contra a decisão do marido, ele sabia o que era melhor naquela situação. Era a sua apresentação para a sociedade, precisava parecer um conde de verdade, e não um garoto assustado que tivera a sorte de casar com Namjoon.

O ômega do Conde | NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora