💙Capítulo: 24💙

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Fiquei com aquela foto na mão e ao olhar para ela, bateu um ódio dentro de mim. Como alguém pode ser tão ridícula, ao ponto de fazer isso? Vitória me olhava com os braços cruzados, aguardando o meu pronunciamento. Eu joguei a foto no sofá, com raiva, e mais uma vez tinha que dar explicações do meu passado. Aliás, não sei porque isso eu não havia contado, já que não tinha nada de mais.

Estava sossegado, pois não eram fotos comprometedoras e Vitória ia entender, pois com certeza, não era o que ela estava pensando. Minha vontade era de pegar Verônica pelos cabelos! Que mulherzinha baixa e medíocre!

-- Daniel, e aí? Como ficamos?

-- Flor, esta foto não significa nada. Verônica é absurdamente idiota!

-- Por que diz isso?

-- Quando eu era bem mais novo, na época em eu que trabalhava com o meu pai, como corretor, uma revista me chamou para ser modelo. Não era famosa, ainda, estava começando, e eu posso dizer que ajudei a revista a ganhar nome. Fui recebendo um bom dinheiro, até resolver escrever e começar a ganhar mais. Então deixei a profissão de modelo e corretor, escolhendo ser somente escritor, e o resto você já sabe.

Não te contei, porque sei lá, achei que não tivesse importância, pois você nem deve se lembrar disso, era muito nova, e outra, já não bastasse você saber como foi o meu passado, eu teria que contar também que fui modelo de roupas íntimas? Fiquei com medo de você me achar complicado e desistir.

-- Daniel, que chique, amor, você foi modelo?

-- Sim! Tem várias fotos minhas em revistas, mas acho que já nem se encontram mais a venda. Tenho umas lá no quarto, depois você pode ver, se quiser. Não é segredo para ninguém! Verônica está sem noção, fora de si! Ela achou que ia acabar com o nosso amor por causa disso. Flor, você tem algo contra essa profissão? Eu comecei minha vida assim. Ganhei muito dinheiro e com ele abri nossa editora, garantindo agora, o nosso futuro.

-- Desculpa, amor, eu não sabia, mas você devia ter me contado, pois não temos segredos entre nós!

-- Eu sei, querida, foi um erro!

-- Daniel, entendi, só quero saber se tem mais alguma coisa que eu deva saber.

-- Não, amor, agora não tem mais nada! A única coisa, é que Verônica merecia outra surra de chicote!

_ Sim, Daniel, eu não aguento levar desaforo para casa. Não consegui engolir isso que ela fez. Que mulher traiçoeira, quer destruir o nosso casamento. Olha, dessa vez, eu é que gostaria de encher a cara dela com uns belos bofetões!

-- Não, claro que não! Ela não merece que você suje suas mãos tão macias e delicadas naquele corpo imundo!
-- Você acha que ela pode ir à polícia por causa da surra que você deu nela?

-- Poderia, mas não vai. Sei muitas coisas sobre ela, acho que não vai querer que a polícia saiba. Ela roubava o dinheiro de todos os homens com quem transava. Deixava-os bêbados e fazia a festa. Usava drogas. Era uma mulher de má fé, eu nem sei como fui cair na dela. Descobri a tempo e caí fora! Ia fazer o mesmo comigo se eu não abrisse os meus olhos! Verônica não ama ninguém, somente ela mesma! Só pensa nela, é egoísta e mau caráter.

-- Nossa, que mulher, Daniel! Que horror! E isso aqui, o que será?

Vitória mostrou-me o pequeno gravador de bolso. Gelei, na hora, aquela mulher era capaz de tudo!

-- Ligue, vamos ouvir juntos!

Verônica era uma cachorra da pior espécie. Ela gravou minha conversa com ela na sua casa, mas só a parte boa. Quando eu disse que ela estava linda e que ainda continuava a ter uma bunda gostosa. Claro, eu disse para ela cair na minha. Eu me senti mal, ouvindo tudo diante da minha esposa.

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