Naquela manhã acordei nas nuvens. Também pudera, que noite maravilhosa e cheia de amor! Olhei para o lado e lá estava ela, Vitória, que ainda dormia como um anjo. Levantei-me e fui tomar um banho. Voltando ao quarto, ela já estava acordada. Ainda linda como antes. Mesmo sem maquiagem e com os cabelos desalinhados. Sentei-me ao seu lado, abracei-a e com um beijo na sua boca fui dizendo:
-- Dormiu bem, minha flor?
-- Sim, Daniel, muito bem! Sinto-me a mulher mais feliz do mundo! Ontem foi simplesmente mágico! Adorei a noite!
-- Também gostei demais! Não se levante. Fique aí que eu vou preparar o café e já trago, para tomarmos aqui na cama, juntos. Espere só um momento!
-- Sim. Enquanto isso vou me arrumar melhor.
Queria fazer uma surpresa à ela. Eu já tinha encomendado uma enorme cesta de café da manhã, que deveria chegar logo. Ouvi o toque da campainha. Era a cesta. Junto com ela vieram flores, pequenas margaridas para enfeitar.
Cheguei no quarto e encontrei Vitória chorando.
-- O que houve? Você não está bem? Está sentindo alguma coisa?
-- Daniel, o que é isso? -- Ela falou me mostrando várias fotos.
Eu mudei de cor na hora, por essa eu não esperava!
-- Onde você achou essas porcarias?
-- Aqui, dentro da gaveta da mesinha de cabeceira. Sei que eu não deveria mexer nas suas coisas, mas estava procurando um lugar para deixar meus anéis e infelizmente abri essa bendita gaveta. Você poderia me falar sobre isso?Foi um balde de água fria, super gelada sobre mim!
A cesta de nada valeria diante daquilo tudo. Lá se foi o nosso café da manhã. O que era para ser uma grande surpresa para ela, acabou sendo para mim. Como fui burro! Essas coisas não se deixam assim, à vista. Como vou explicar à ela sobre essas malditas fotos explícitas?-- Vitória, você não quer tomar café, primeiro?
-- Não! Perdi a fome. Quero saber tudo, agora!
-- Calma, eu vou te explicar. São fotos... Bem... Não sei como te dizer. É uma casa que eu frequento desde jovem e eu tenho por hábito fotografar as mulheres que passam a noite comigo.
-- Eu sei que são fotos, mas assim...Tão pornográficas? Quero saber por quê você faz isso? Parece coisa de sádico. Minha nossa!
-- Minha flor, eu sou um dominador e sádico, sim! Desde muito jovem. Infelizmente não posso mudar isso. Curto sexo somente assim. Eu...
-- Dominador? Então no caso, o que eu sou para você?
-- Você seria uma submissa, mas não é. Com você foi tudo diferente!
-- Diferente? Olha isso aqui! Você controla. É um sadomasoquista! Bate nas mulheres! Elas são suas escravas! São amarradas, amordaçadas, vendadas, e você vê graça nisso? Você por acaso estava pensando que iria fazer isso comigo?
-- Não, minha flor, com você jamais! Não seria assim, de jeito nenhum!
-- E chega de me chamar assim! Não sou sua flor e nem sua submissa! Pode esquecer! Eu não esperava isso de você!
-- Calma, me ouve pelo menos! Eu não ia fazer isso com você. Eu fiz muito, mas com outros tipos de mulheres, que aceitaram e gostaram de serem minhas dessa forma. Eu sei que você é diferente, soube disso desde o primeiro instante em que a vi. Gostei de você assim que derrubou café em mim! Agora não vou conseguir ficar sem você. Faço qualquer coisa para que fique comigo!
-- E quando você ia me contar este seu particular? Ou não ia?
-- Sim, eu ia contar, mas não agora. Tinha medo que você me deixasse e acontecesse exatamente o que está acontecendo neste momento.
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Domínio
Roman d'amourDaniel LeBlanc, autor best-seller do The New York Times e dono da famosa Editora LeBlanc, vive praticamente excluso da sociedade, por ter uma vida secreta e desejos meio obscuros. Por isso, com seus 40 anos, não constituiu família. Mora sozinho. Par...