Ela se soltou de mim arrumando os cabelos desalinhados, totalmente desajeitada e deixando perceber que não estava acostumada a esses lances. Nós nos olhamos sem saber o que falarmos um ao outro. Eu quebrei o silêncio:
-- Vitória, me perdoe, não sei o que me deu, não consegui resistir!
-- O Sr. não teve culpa nenhuma! Eu sou a culpada! Me deixei levar dessa maneira, me senti perdida e atordoada. Nem sei o que falar, além da vergonha que estou sentindo neste momento. Se tivesse uma porta mágica, que pudesse se abrir, eu entraria e sumiria por ela. Não sei o que me deu!
-- Você não tem culpa de nada. Não tem culpa de ser tão linda e atraente!
-- Assim, o Sr. me deixa com mais vergonha! Meu Deus, que loucura!
Vitória estava rubra e sem jeito. Fiquei com pena. Ela parecia ser uma moça de bons princípios, boas maneiras, e olha o que eu fiz! Sou um louco, mesmo!
-- Tenho que ir, Sr. LeBlanc, já estou atrasada! Nem sei que desculpa vou inventar pelo atraso!
-- Não precisa, se esqueceu que o chefe sou eu?
-- Nossa, é verdade! Nem me passou pela cabeça.-- Mais uma vez, me perdoe, Vitória. Eu não devia ter feito isso. Espero que possamos conversar novamente e que isso não seja um motivo para que você se afaste de mim, pois eu não me perdoaria.
-- Sim, nos vemos outro dia. Boa tarde, Sr. LeBlanc!
-- Boa tarde, Vitória. Ah, Sr., não, apenas Daniel.
Fui embora para casa. Estava tonto. Queria descansar, tomar um vinho e pensar em tudo o que ela me contou. Saí dali perplexo e sem direção. Liguei para a editora e falei com Emily, minha secretária, verificar a ficha da Srta. Vitória Alencar e deixar na minha mesa para amanhã.
Chegando em casa, me joguei na poltrona. Aquela que sempre me deito e me entrego depois das minhas loucuras e insanidades. Isso tinha que ter um fim. Não é vida viver dessa forma! Ter contato apenas com mulheres que como eu, também não amam, só fazem sexo, só fodem e não sabem o que é o amor.
Eu gostaria muito de saber o que é amar alguém. Como seria? Isso nunca esteve nos meus planos amorosos, se é que eu tinha algum plano. Infelizmente a vida foi cruel comigo, me mostrou este sentimento de uma forma amarga, doentia e sem sentido.
Minha cabeça doía e minha mente estava transtornada e cheia de pensamentos confusos, que me deixavam sem saber o que fazer nesse tipo de situação. Fiquei bebendo e relembrando o que aquela linda moça tinha me contado.
Vitória Alencar. Lindo nome, como ela. Que mulher!
Perdeu seu pai com dez anos de idade, vítima de um derrame grave. É uma pena, não vou poder apertar as mãos do Sr. Ernesto Alencar, mas posso dar um abraço na Sra. Leonor Alencar, para dizer-lhe que sua filha é uma perfeita boneca."Mas que merda eu estou pensando? Que bobagem!"
Ela estuda Letras, assim como eu estudei, e também é escritora. Uma poetiza, romântica, graciosa e... Nossa, que corpo! Um pecado andante. Nunca vi uma mulher assim, mas... Posso ir tirando da cabeça, pois não sou homem para ela. Muito delicada e me pareceu sensível. Bom, tem que ser, escreve poesias. Vou comprar todos os seus livros, quero conhecer os segredos que guardam aquele coraçãozinho que me enfeitiçou.
Chega de pensar nisso! Que setor será que ela trabalha? Isso ela não me disse. Amanhã vou descobrir vendo sua ficha, que pedi à Emily. Tenho que saber tudo sobre ela. Se bem que só falta isso e sentir o seu corpo. Estar dentro dela e deixar sua bundinha branca bem vermelha.
"Nossa, estou surtando! Jamais teria coragem de machucar aquela boneca. Parece uma pintura para enfeitar minha cama. Ah... Vitória... O que você fez comigo, menina?"
Achei melhor tomar um calmante e entregar-me ao sono, pois já era noite e nem percebi. Quem sabe acordaria renovado e esqueceria aquela mulher. E que mulher maravilhosa! Todas as cenas se passavam na minha cabeça, uma a uma rapidamente. Senti até um frio se apoderar do meu corpo e se alojar mais abaixo e pensei:
"Não, não e não! Tenho que esquecê-la! Ela não é para mim! Não posso entrar na vida dela, ou vou arruiná-la, pois é só o que eu sei fazer."
Ao mesmo tempo, eu não aceitava a ideia de não vê-la mais. Acabei pegando no sono, ali mesmo, na poltrona das tolices, dos desenganos e das perdições. Ela vinha em minha direção. Estava envolta em um lençol. Eu continuava na poltrona dormindo. Senti um toque em meu rosto, suave e quente. Abri os olhos e me deparei com ela, Vitória. Linda e sensual. Puxei-a para mim e o lençol caiu, deixando à mostra um corpo escultural.
Peguei aquele corpo delicioso e o fiz sentar-se sobre mim. Ela se remexia com os meus toques e cavalgava numa excitação intensa. Beijei sua boca, sugando sua língua que já estava de encontro a minha. Lambi seus seios e suguei os seus mamilos rosados e delicados, já durinhos pelo tesão. Suspirava profundamente e eu comecei a ficar louco.
Desci minha calça de moletom, pois já me encontrava no ponto de penetrá-la. Que tesão me dá essa mulher! Fico logo duro e latejante de prazer, louco para entrar dentro dela. Ela olhou para mim com aquela expressão de quem pede para ser possuída.
-- Daniel, sou sua, foda-me com força, faça-me gozar!
Terminei de tirar a minha calça e ela sentou-se sobre mim, onde a penetrei por inteiro. Já dentro dela, Vitória suava e ficava quente, com a respiração ofegante e gemendo alto de intenso prazer. Eu me inclinava para cima, para que ela me sentisse mais profundamente e assim, nos entregamos num sexo frenético, terminando num êxtase completo. Meus gemidos se misturaram ao dela, que se largou extasiada em meu corpo, escondendo o rosto em meu ombro e respirando fortemente.
Eu afundei a cabeça nos seus cabelos perfumados e sedosos. Levei-a no colo até o banheiro, pois naquela hora, somente um banho quente nos faria voltar dessa viagem alucinante de amor. De repente, acordei aos sobressaltos. Olhei em volta e não a vi. Onde estava Vitória?
Olhei para minha calça, toda molhada de prazer e suspirei fundo, suado e sozinho na poltrona. Fiquei revoltado e irritado, pois tinha sido apenas um sonho. Nossa, foi tão real! Parecia que ela estava aqui e que tínhamos feito amor, ou sexo, eu já não sabia mais. Lutei comigo mesmo, pois não consegui levantar nem para um banho. Fiquei furioso! O que esta mulher está fazendo comigo? Se num sonho já é assim, imagina como seria na realidade!?
Não sei se vou resistir a ela. Como vou procurá-la? Com certeza depois do que houve, ela nem vai querer me ver, vai até fugir de mim! Devo ligar para ela ou não? Essa foi a pergunta que ficou clara em minha mente. Será que ela retribuiria o que eu estava sentindo?
Eu sou muito mais velho que ela, mesmo não parecendo. Poderia ser seu pai! Ela só tem 22 anos! Não vai querer um velho, apesar que não é o que as mulheres dizem de mim. Agora imerso na água quente da banheira, fiquei pensando:
"Quem estaria sob o controle de quem? Eu ou ela? Pois parecia ela, no momento."
E assim, fui para a cama tentar dormir. Fechei os olhos e adormeci encantado com aquele vislumbre. Ah... Vitória... Minha flor!
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Daniel está louco por Vitória. Será que ela também?
Até o próximo capítulo!💙
Beijos! Autora Eleine Mendes💙
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Domínio
RomanceDaniel LeBlanc, autor best-seller do The New York Times e dono da famosa Editora LeBlanc, vive praticamente excluso da sociedade, por ter uma vida secreta e desejos meio obscuros. Por isso, com seus 40 anos, não constituiu família. Mora sozinho. Par...