Amigo, namorado, e shipper nas horas vagas

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Jimin entrou pro time de basquete do colégio pelo motivo menos ortodoxo possível: por que ele estava escrevendo um boys love sobre dois jogadores de basquete. Não que fosse algo do qual ele se envergonhasse, até porque foi quando ele começou a postar suas novels na internet e estava bem feliz com as primeiras interações com os leitores, mas também não foi algo que ele saiu espalhando por aí.

— Jimin, você é o próximo capitão do time. — Foi o que o capitão do terceiro ano falou com ele, o chamando num canto no dia da formatura.

— Eh?? — Ele ainda estava com a bola de basquete que ia dar pro capitão, cheia de mensagens dos membros do time escritas a caneta marcador. — E-eu??? — Ele já estava frustrado o suficiente pelo fato de estar se despedindo do garoto mais bonito que já tinha conhecido até então, mas passar aquela bola pra ele daquele jeito??? Poxa, crush, dá um tempo! — Ma-mas eu...

— Ei, você não é só nosso melhor armador, sabe? — Bagunçou seus cabelos com aquela mão enorme que só uma pessoa de um metro e noventa e dois consegue ter. — Você sempre traz uma energia boa: é só você sorrir que a gente sente que pode vencer.

— Mh... — Tentou tampar o rosto corado com a bola laranja. — Não fala esse tipo de coisa assim do nada, hyung. É embaraçoso.

— Ahahaha, mas é verdade! — Baixou a mão dos seus cabelos pro seu ombro. — Eu tô confiando nosso time pra você, Jimin. Cuida bem dele, ok?

Depois daquele dia as coisas mudaram, ligeiramente, mas mudaram. Jimin não tinha mais só uma dúzia de garotos lindos pra admirar e se inspirar neles pra escrever. Depois daquele dia Jimin não tinha mais sua paixão platônica por quem suspirar a noite, não, ele tinha um grupo de garotos pra liderar.

— Rotina de treinamento? — Sua mãe pegou a tabela vazia que ele tinha traçada numa folha de papel. — Pro seu time de basquete?

— Por favor, mamis! — Juntou as mãos à frente do rosto. — É que eu sou o capitão do time agora e o nosso treinador é um professor de educação física incompetente: eu não posso depender dele pra levar nosso time pras nacionais!

— Hahaha, pras nacionais? — Ela riu alto. — Você é megalomaníaco que nem seu pai. — Passou um braço malhado pelos seus ombros e o apertou.

— Aiaiaiaiai, mamis... — Deu tapinha pero do seu cotovelo. — Você é forte, mamis... — Ofegou, quase sem ar.

— Tá bem, tá bem, basquete né? — Soltou-o. — Vou ver uns exercícios legais pros seus meninos e anotar pra você.

De fato, o nível do time aumentou numa curva exponencial depois da rotina de treinamento que sua mãe planejou pra eles, mas eles não podiam parar por ali. Jimin não podia parar por ali.

— Taehyung! — Chamou.

— Hm? — O outro se virou com uma cara de desinteressado. Na verdade, ele sempre estava com aquela cara de desinteressado.

— Você esqueceu seu guarda chuva? — Correu até o colega de classe, já com o pé pra fora da área coberta. Estava chovendo. — Aqui, usa o meu.

— E você?

— Eu vou ficar bem.

— Você também joga.

— Mas você é quem marca mais pontos! — Kim Taehyung era o ás do time, e isso desde o primeiro ano. Os dois foram os únicos do primeiro ano a sair da reserva, na verdade: Jimin mesmo sem estar particularmente se esforçando pelo time, no começo, e Taehyung sempre com aquela expressão vazia no rosto que fazia todos se perguntarem de onde vinha sua motivação pra ser tão bom. — Suas cestas de três fazem muita diferença, sabe? Nós não podemos ficar sem elas.

Cesta de 3 - VkookminOnde histórias criam vida. Descubra agora