NarradorAs obras da futura filial da família Jauregui haviam acabado de serem finalizadas. Enquanto Lauren entrava no prédio recém-reformado, Louis saiu pela porta da frente sem ser percebido por sua avó Clara, que cochilava em seu sofá. O pequeno Louis sentia-se angustiado, sua família o achava jovem demais para entender a morte, porém, seus sentimentos para com a sua mãe morta o maltratavam, era intenso demais para uma criança suportar. Seus olhos enchiam-se de lágrimas enquanto suas pequenas pernas andavam apressadas para o único caminho que teria aprendido, sua escola. Foi ensinado pela sua mãe Lucy que nunca deveria confiar em estranhos, e, por estar sozinho, evitava a aproximação de outras pessoas, andando o mais apressado possível. Perdendo-se algumas vezes, o pequeno logo chegou a sua escola, sentou-se próximo a entrada e continuou a chorar. Após ser visto por sua diretora, a senhora Mills, começou a correr em outra direção.
Mills — Louis, espere. — Suas palavras o fizeram correr o mais rápido que conseguiria.
Após entrar em uma rua completamente desconhecida, sentiu desespero ao não saber onde se encontrava. Via estranhos por todos os lados, porém, as vagas lembranças que tinha de sua mãe o motivaram a continuar, continuar a procurá-la.
Pouco mais de uma hora, Lauren havia chegado em sua casa, vendo que sua mãe dormia em seu sofá, aproximou-se e delicadamente depositou um curto beijo em sua testa. Ao pegar o seu celular, percebeu três ligações perdidas da diretora de seu filho, mas resolveu ignorá-la por enquanto, seguindo em direção ao seu quarto para banhar-se.
Enquanto isso, Louis estava ainda mais longe, vagando pelas ruas urbanas de Miami, solitário e faminto, sendo atraído para uma pequena feira local. O pequeno havia sido abordado por um homem barbudo de terno, seus dedos agarraram o delicado braço do Louis, o fazendo sentir dor. — Onde você está indo menininho?
— Louis? — Ouviu uma voz feminina e familiar se aproximar. — Louis, onde está a Lauren? — Camila aproximou-se do pequeno, vendo o quão assustado estava. — Quem é você? — Questionou ao homem que soltou o braço delicado imediatamente.
— Eu só pretendia ajudá-lo.Camila — Saia antes que eu chame a polícia. — Imediatamente o homem saiu. — Louis. — O abraçou. — Você está sozinho?
Louis — Quero a minha mãe. — Disse em meio a soluços.
Camila — Ligarei para a Lauren, não se preocupe.
Louis — Não. — Gritou. — Quero a minha mãe Lucy. — O pequeno voltou a correr desajeitado, mas fora seguido por sua professora, que segurava algumas sacolas com frutas e verduras compradas recentemente.
Camila — Calma, Calma. — O segurou firmemente. — Está tudo bem, Louis, fique calmo. — Voltou a abraçá-lo. — Porque está procurando a mamãe Lucy?
Louis — Sinto falta dela, eu quero ver ela de verdade.
Camila — Vem meu amor, conversaremos sobre isso. — Camila guiou Louis até um ponto menos movimentado daquela região, mandando uma mensagem para Lauren sem que o pequeno percebesse.
Após enviar-lhe a mensagem e sua localização atual, sentou-se em um dos bancos da pequena praça esvaziada. — Quer começar? — Camila perguntou carinhosa para o pequeno.
Seus lindos olhos verdes brilhavam com certa gratidão. Por mais que não entendesse o que exatamente havia acontecido, Louis sentia-se abandonado. Suas expectativas de reencontrar sua mãe poderiam machucá-lo intensamente, era exatamente disso que Lauren sentia mais medo, ver seu filho sofrer por algo que não poderia evitar. Escutou de sua família que sua mãe fora para um lugar extremamente longe e que não poderia voltar, e sem que percebessem, ouviu uma conversa entre sua tia e sua avó, onde ouviu que Lucy havia morrido. Louis nem sequer foi até o velório de sua mãe, para ele, sua “viagem” havia sido repentina, sem ao menos lhe dar uma despedida.
Após algumas tentativas de expressar sua dor, Louis abraçou Camila fortemente. A jovem professora se encontrava aflita pelo pequeno. Ao pegá-lo no colo com uma mão. Camila pegou suas sacolas do banco da praça e caminhou até seu condomínio, passaram-se dez minutos de caminhada. Ao colocar Louis no chão enquanto subiam pelo elevador, pegou seu celular, percebendo que Lauren não havia respondido.
— As coisas que você me contou, você deve contá-las para a mamãe Laur. — Suspirou pesadamente. — Eu… — Camila pensou em continuar, mas não podia se meter na vida do seu aluno, era um assunto delicado, algo que somente a sua família deveria lhe contar. — Vou te fazer chocolate quente.
Point Of View: Lauren
Após me secar e me vestir, peguei meu celular que vibrava sobre a cama, não contive o sorriso ao ver Camila, atendi sem hesitar, mas não demorou até sentir o medo me dominar, meu filho havia fugido? Saber que ele estava a salvo com Camila havia me aliviado imensamente, mas não o suficiente para me deixar calma. Após a curta ligação, desci as escadas com pressa, avistei minha mãe sentada no sofá, ainda sonolenta, mas não parei para falar sobre o ocorrido. Continuei até entrar em meu carro, seguindo para o apartamento.
Assim que cheguei, subi imediatamente. Bati na porta com aflição, mas, assim que vi os olhos castanhos senti uma certa calma, seus lindos olhos brilhavam constantemente, e então, vi o meu pequeno nos braços da sua professora, seu olhar era envergonhado. O abracei imediatamente e toda a minha angústia havia ido embora. Seus frágeis bracinhos envolveram meu pescoço num abraço caloroso. Senti como se fosse a primeira vez em que o via depois de um longo tempo.
— Louis. — Contive o choro.— Fiquei tão preocupada.
Louis — Desculpa mamãe. — Seus olhos verdes brilhavam de lágrimas.
Senti um toque macio em minhas mãos, percebi que Camila me olhava com ternura. — Vocês precisam conversar. — Deslizou sua mão delicadamente, desfazendo o contato.
— Obrigado, Camz
Pouco tempo depois.
Louis e eu estávamos em casa, mais precisamente, em seu quarto. Estávamos tendo uma delicada conversa, decidi deixar meus medos de lado e finalmente contar ao meu filho sobre a morte de sua mãe. Embora não contasse todos os detalhes, evitei o suicídio, ele ainda é novo demais para saber esse detalhe. Suas lágrimas me enchiam de dor, mas eu não podia privá-lo sobre a morte de Lucy, eu sentia que havia feito a coisa certa em finalmente conta-lo. Sua cabeça repousava em meu colo enquanto eu acariciava seus cabelos de tom claro, suas bochechas estavam coradas e seus lindos olhos levemente vermelhos, devido ao choro, continuei acariciando seus cabelos até que enfim pudesse adormecer..
— Eu te amo meu amor, e sempre estarei com você, eu prometo.
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Rewriting The Stars (G!P)
RomanceApós a CEO Lauren Jauregui ter tido seu casamento arruinado, viu seu mundo ruir aos seus pés. Acreditando que uma mudança drástica em sua vida a faria sentir-se melhor, decidiu sair de New York com seu pequeno filho e ir para uma nova cidade. Ao cam...