17. LADY IMPALADORA

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DEMETRI VOLTURI

Eu nunca fui um humano e nem vampiro sensitivo, mas a cada minuto eu sentia que precisava ir atrás de Aiyra. Félix tentou me dizer que era apenas por conta da Lua Azul, que seria mais difícil de deixa-la. A cada minuto eu ficava cada vez mais angustiado. A sensação ruim vindo de algo me devastava sem ter ideia do que é.

— Demetri, se acalme. Isso não é nada — Félix tentou me tranquilizar.

Eu ouvi o aviso que o voo para Volterra iria sair. Félix me deu um olhar significativo, e andou devagar para o embarque ainda me olhando como um sinal para o seguir. Eu faria isso, mas no momento em que meu pé se moveu, uma dor invadiu o meu peito. Eu coloquei a mão no peito por instinto sentindo a pontada ir e voltar rapidamente, e eu senti a ligação minha e de Aiyra. Ela estava enfraquecendo, eu estava a perdendo.

— Aiyra — sussurrei.

Eu sentia a força vital dela se dissipando aos poucos através da nossa ligação como uma névoa. Eu a sentia morrendo. Eu precisava entender o que está acontecendo.

— Cuide das minhas malas, Félix.

Eu me esgueirei entre os humanos, e ouvi um grito de Félix chamando por mim. Eu tentei andar o mais rápido possível sem tentar chamar atenção, entretanto, os seguranças me olhavam desconfiados por andar tão rápido. Eu mantive a expressão o mais neutra possível, e a angustia piorava por dentro do meu peito. Eu senti o teor de Félix me seguindo, mas não me importei. 
Estamos em Port Angeles, e eu teria que pegar os melhores atalhos de floresta para chegar até Forks novamente.

— Demetri — Félix segurou o meu ombro, mas afastei sua mão em um impulso — Demetri — ele rugiu — Nós vamos perder o voo, Aro pode enviar os gêmeos atrás de nós e isso causaria muito mais problema.

— Aiyra está em perigo — falei rápido — Eu sinto a nossa ligação morrendo aos poucos.

Félix endireitou a postura, e isso já é um claro sinal que ele virá comigo. Procuremos a floresta mais próxima que cortaria até Forks, e começamos a correr. Como um rastreador, eu sempre fui o mais rápido dos Volturi, mas agora havia outro motivo para correr. Minha companheira e os meus instintos só afloraram.

Quando finalmente avistamos a entrada em Forks, eu senti uma grande parte se aliviar. O teor dela ainda estava distante de mim, e se tornando fraco junto com o sinal da sua vida. Eu sentia o desespero na sua essência, o medo.

Mentalmente eu torcia para que ela resistisse ao que estivesse acontecendo, quando em meio a uma grama, eu avistei um corpo pálido e caído ao chão.

— AIYRA.

Eu corri até o seu corpo, e o toquei sentindo a frieza dele. Eu vi corpos de vampiro e um lobisomem morto ali, e minha mente traçou o que poderia ter acontecido.
Os lábios de Aiyra também estavam pálidos, mas emitiam gritos de dor. Havia uma mordida em seu pescoço, e eu senti o cheiro no seu sangue. Veneno, veneno da nossa espécie.

— Aiyra — sussurrei, vendo a estaca de prata cravada em seu peito e marcas de balas.

— Céus! — ouvi Félix exclamar — Leve ela para Carlisle, eu vou te dar cobertura caso esses aromas apareçam de novo. E eu terei que me livrar destes corpos também.

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