Sasuke riu internamente com a visão da Haruno surpresa e saindo de vista o mais rápido possível. Esperou até que ela já estivesse a uma certa distância para ir em direção aos portões do castelo. O dia tinha sido ótimo, mas não mudava o fato de que estava cansado.
Adentrando o palácio, foi direto em direção ao próprio quarto. Só conseguia pensar em um banho quente e em relaxar um pouco para tirar uma moça de fios róseos da cabeça. Infelizmente isso não se realizou, pois assim que abriu as portas de seus aposentos, avistou seu pai sentado em uma das poltronas do quarto. Aparentava estar apreensivo, com o olhar longe e bebericando algum líquido em uma taça.
Sasuke parou na porta onde estava, desconfiado e tentando, sem sucesso, entender o motivo dele estar ali.
- Filho, por onde esteve? - Fugaku levantou, pronto para o que parecia ser o início de uma série de questionamentos.
- Estava conhecendo alguns lugares novos. - Se limitou a uma resposta curta, indo direto ao ponto. - Por que está aqui?
O monarca pensou em fazer algumas perguntas, porém acabou somente sinalizando para que Sasuke se sentasse. Adiantava em sua mente que a conversa entre os dois não seria muito confortável, e o Uchiha temia no que aquilo poderia resultar. Era uma das isoladas e raras situações onde se desconcertava.
- Estou aqui porque preciso tomar uma decisão de extrema importância e não posso fazê-la sem você.
O rapaz se sentou, não muito convencido de aquilo tomaria um bom rumo. Fugaku sempre buscava sua opinião quando havia algo preocupante ocorrendo e dificilmente se tratava de uma situação benéfica.
- Continue. - Se serviu de um pouco do que seu pai estava bebendo.
- Ontem eu e Kizashi Haruno nos reunimos para discutir sobre o futuro de Almenia e Servéria. Como você está ciente, nossa relação com esse reino está por um fio e nossos conflitos internos já se estenderam por muito mais tempo do que deveriam.
"Conflitos dos quais somos grandes culpados" o príncipe pensou, mas manteve a opinião em seu íntimo, contendo-se apenas em concordar antes que o rei prosseguisse.
- Por isso, decidimos findar tais problemas e estabelecer relações comerciais que finalmente irão beneficiar ambos os reinos. - Respirou fundo.
- Já estava na hora de termos paz com Almenia. Eles possuem muita utilidade para nós. - Bateu os dedos na poltrona, pensando no assunto. - Qual tipo de aliança foi estabelecida?
Fugaku desviou o olhar por um instante, sentindo-se tanto aflito pelo que diria. Tinha a capacidade de fitar seus maiores inimigos nos olhos sem titubear por um segundo sequer, mas ainda assim encontrava dificuldade em encarar o próprio filho do meio. Era essa a relação que tinha com a família.
- Acredito que você já deva imaginar. - Voltou a olhar para Sasuke. - Pensamos que a melhor aliança nesse momento seja feita através um casamento. Como sabe, seu irmão Itachi já está noivo. Sendo assim, a única opção viável que temos é que você se case com a princesa de Almenia, filha de Kizashi.
O rei não pôde decifrar a expressão de Sasuke.
Previa que ele ficaria transtornado por uma mudança tão repentina em sua vida, no entanto se encontrou impossibilitado de decifrar o que se passava na mente do jovem. Nada indicava que se sentia irritado ou incomodado e nenhum sinal de repulsão podia ser encontrado na face de Sasuke, ainda assim demonstrava ter sido pego desprevinido. Contra todas as possibilidades, parecia estar somente... supreso.
Dados os fatos, Sasuke duvidou de sua própria sanidade. Seu pai havia acabado de lhe dar um ultimato de casamento e ele não se sentia furioso com isso, unicamente perplexo. Durante toda sua vida, buscou ao máximo evitar a palavra "casamento", mas ao saber da pretendente, espantosamente não soou tão amargo quanto acreditava que soaria.
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Aliança
RomansaSeu reino estava devastado, sua honra manchada e sua dignidade destruída. A única opção restante para o rei de Almenia, Kizashi Haruno, foi se envolver em um acordo com uma feiticeira para obter sua tão almejada vingança. Cego pela dor, imprudenteme...