O resto da noite passou em claro. Nenhum dos reis conseguiu repousar, buscando prever qual seria o próximo passo que seu oponente tomaria em diferentes cenários. No caso de Kizashi, sua mente estava feita e já não havia mais espaço para se voltar atrás. O que restou para o monarca foi um peso em seu peito, a ansiedade constante toda vez que lembrava-se que estava planejando entregar sua herdeira para um Uchiha.
E mesmo perante o receio, após tantos anos de desejo de vingança finalmente tinha uma possibilidade em suas mãos e não a deixaria escapar por entre os dedos, nem que para isso tivesse que quebrar o coração da própria filha. Seria para um bem maior, seu bem maior.
Já Fugaku decidira pela manhã que deveria contar à esposa acerca do possível acordo que definiu com Kizashi. O que faltava-lhe era somente a aprovação de Mikoto, esperando que ela o ajudaria a tomar a decisão correta. Nunca exigiria uma reação razoável imediata da mulher - especialmente se tratando de um assunto tão delicado - e no entanto, vê-la com os nervos à flor da pele como nunca antes o surpreendeu.
Estava furiosa.
- Não! - A mulher esbravejou, caminhando em voltas pelo quarto.- Eu não aceitarei isso, Fugaku. Você está louco por sequer cogitar um absurdo como esse. - Apontou o dedo para o marido sem pudor algum.
- Se acalme e me escute, estamos falando de algo que nos fará crescer ainda mais. - Sentou irritado e enterrou o rosto entre as mãos, sem saber como convencê-la naquele estado.
- Já somos prósperos! Temos tudo que monarcas poderiam desejar e nada nos atinge. Admita que o único motivo para estar fazendo isso é pela possibilidade de ganhar mais poder. - A rainha cuspiu as palavras, o desdenho em sua voz sendo quase palpável.
- Você está tirando conclusões precipitadas.
- Quer saber minhas conclusões? Meu rei é ganancioso, orgulhoso e insensato, isto que concluo.
O homem fechou os punhos, tentando conter a própria raiva. A rainha além de ofendê-lo não estava compreendendo no que uma recusa implicava, nos problemas que viriam como consequências, e isso tirava quaisquer resquícios de paciência que possuía.
- Nunca imaginei que você se deixa...
- Ele irá começar uma guerra! - Fugaku a interrompeu, fazendo a mesma se assustar e calar-se. - O maldito Haruno nos deu um ultimato caso não aceitemos o acordo.
Com isso Mikoto se aproximou do rei em silêncio, se comunicando somente através do olhar incrédulo que era lançado a ele e fez um gesto de negação com a cabeça, como se o homem não estivesse vendo o óbvio.
- Kizashi diz que atacará Servéria se nosso filho não se casar com a filha dele, e você realmente não vê nada de estranho nisso? - Riu pelo nariz com escárnio. - Nós nunca tivemos medos de guerra. Elas devem ser evitadas, a menos que o que esteja em jogo seja algo precioso. - Fez uma pausa, demonstrando seu desgosto. - E me entristece saber que nem mesmo um filho é precioso para você.
- Como ousa insinuar que não me importo com meus filhos? - Ela havia atingido seu ponto fraco. Fugaku amava seus herdeiros e não negaria isso. - Sasuke não é mais uma criança, ele não precisa ser protegido pela mãe.
Apesar de dizer isto, Fugaku sabia que não era possível convencer uma mãe de que seu filho não precisava ser protegido. Como poderia exigir que não se preocupasse? Tal ideia se mostrava simplesmente inviável.
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Aliança
RomanceSeu reino estava devastado, sua honra manchada e sua dignidade destruída. A única opção restante para o rei de Almenia, Kizashi Haruno, foi se envolver em um acordo com uma feiticeira para obter sua tão almejada vingança. Cego pela dor, imprudenteme...