Relações

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Poucos sabem o motivo para que árvores de cerejeira sejam tão contempladas.

Desde camponesas comuns até os guerreiros mais poderosos, todos se rendiam ao sublime florescer delas. Talvez seja porque simbolizam as coisas boas desse mundo: a delicadeza das damas, a coragem dos soldados e a fragilidade da vida. O fato é que ninguém, absolutamente ninguém, conseguia passar pelos lindos jardins naturais sem parar por um minuto para apreciar tão linda visão.

E o mesmo ocorria com Sakura, cujo nome definitivamente fazia juz a sua pessoa. Ah, como era linda. Durante toda sua vida fora comparada com aquela parte tão bela da natureza. Os cabelos rosados como as pétalas de cerejeira, os olhos esverdeados como as raras folhagens verdes que davam os ares entre algumas flores. Além disso apresentava a tão característica postura que embora delicada, se mostrava estruturada e inegavelmente forte. Sua presença emanava a fragilidade de uma flor, a força de uma mulher e a determinação de um exército.

"Ela cresceu."

Foi o que Tsunade pensou enquanto observava sua menina já crescida escorada na varanda de seu quarto no castelo, com o sol batendo nos cabelos rosados e brilhosos que balançavam sem pressa. O perfil perfeitamente esculpido exibia um nariz desenhado, lábios rosados e cheios que contrastavam com a cor clarinha de sua pele. Os cílios longos e escuros lhe garantiam uma expressão notável, mesmo que ela mantivesse os olhos fechados para sentir melhor a brisa daquela manhã.

A governanta quase não acreditou que aquela pessoa a sua frente já havia sido pequena e indefesa. Sempre que parava para admirar sua Sakura, acabava chegando a mesma conclusão: havia virado uma moça. O sentimento a seguir sempre era de nostalgia, como se ontem mesmo estivesse a colocando para dormir, enquanto contava histórias para a pequena.

Quando pegou aquele neném em seus braços pela primeira vez, pensou seriamente em recusar a tarefa tão importante de criá-la. A menininha parecia simplesmente preciosa demais para que fosse cuidada por uma mulher como ela.

"O pequeno ser e assemelhava a tudo que existia de gracioso e fino. Era quase impossível de assimilar que mesmo em meio a tanto caos e dificuldade que o reino estava passando, uma coisinha tão pequena e amável pudesse estar ali.

- Você tem certeza, rei Kizashi? Eu não tenho experiência com recém-nascidos, e se eu... - Gaguejou, procurando palavras para fugir do pedido inesperado.

- Tsunade, você foi fiel a minha esposa como criada até mesmo depois de sua morte, é a única a quem ainda posso confiar a vida de minha herdeira neste lugar. - Kizashi esticou o braço para frente para que a mulher pudesse segurar a criança no colo. - Por favor, eu preciso restaurar esse reino e não posso fazer isso enquanto me preocupo com Sakura. Não peço que faça isso por mim e sim por ela.

- Nunca conseguirei substituir da mãe dela.

- Não é isso que te peço. Somente quero que cuide da minha filha enquanto tento reerguer as vidas que dependem de mim. Terá tudo que precisa aqui neste castelo, eu juro. Será uma boa governanta."

Hoje sabia que tinha tomado a melhor decisão que jamais poderia tomar e dava graças por ter não ter hesitado. O privilégio de educar uma pessoa como a princesa tinha se mostrado indescritível, e foi inevitável que as duas criassem laços. Por mais que Tsunade não desejasse de maneira alguma ser vista como uma mãe para a menina, foi exatamente o que aconteceu.

Diante da personalidade distante do pai, Tsunade era como uma brisa de ar fresco para a menina. Era a sua maior influência feminina, sempre a ensinando que jamais deveria aceitar menos amor e cuidado do que merecia. Mesmo com sua graciosidade, Sakura nunca em sua vida abaixaria a cabeça para ninguém e o peito da governanta se enchia de um imenso orgulho ao ver sua pequena já não mais tão pequena assim. Havia feito um bom trabalho, afinal. De todos os seus serviços prestados, a criação daquela princesa definitivamente fora o seu melhor.

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