8 - Fabiola

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Mas era claro que eu não estava grávida, Deus me livre!

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Mas era claro que eu não estava grávida, Deus me livre!

Contudo foi a única alternativa que eu arranjei. Com meus compromissos profissionais e morando relativamente longe não conseguiria manter uma relação com Jonatas.

Podia parecer precipitada de falar assim, no entanto sabia que tínhamos potencial, mas não podia investir na conquista se estávamos tão longe um do outro.

Era uma ideia arriscada porque se ele descobrisse me odiaria, só que ele não precisava saber que era mentira, um dia eu "perderia essa criança" e isso nos fortaleceria ainda mais como casal.

Agora eu estava diante dele com essa bomba e ele parecia incrédulo. Sua reação foi pior do que eu imaginei, ele estava branco como papel e em choque. Essa seria a minha reação diante de uma gravidez real.

Creio que ele amava essa ideia de ter bebês tanto quanto eu. Mais um ponto em comum.

Calma, querido, isso era apenas um susto para que pudéssemos ficar juntos no final.

A minha ideia era dizer para ele que precisava de ajuda com o bebê porque era tudo novo para mim e eu estava perdida.

Para o convencer de ir morar na cidade, comigo é claro.

— Fabiola, é sério isso? Você não está brincando?

— É o que você ouviu, Jonatas.

— Caraca.

— Eu também fiquei assim quando descobri.

— Eu não estava esperando por isso. Digo, a gente fez por onde, mas... Ok, fui irresponsável e pronto.

— Eu também, você foi a única pessoa com quem eu transei sem camisinha na vida. Eu estava louca de desejo por você, só pensava em aplacar essa vontade.

— Sim, eu senti o mesmo. Você fez exame ou é só uma suspeita?

— Vários testes e todos deram positivo.

— Mas não tem uma chance...?

— Não, têm 99,9% de eficácia e todos deram positivo.

— Meu Deus.

— Sim.

— E agora? — Ele passou a mão pelo cabelo, parecia  desesperado, coitadinho. E lindo e gostoso de morrer.

— Eu não sei, eu preciso do seu apoio.

— Isso eu posso te dar, Fabiola, claro. Mas olha para mim. — Ele indicou suas roupas com as mãos. — O que eu tenho para oferecer para essa criança? Nada.

— Jonatas, meu problema não é e nunca será financeiro, e, consequentemente, de um filho meu também não, mas eu gostaria do seu apoio moral, da sua presença. Saber que não estou sozinha nessa já seria muita coisa.

— Você não está.

— Isso significa muito, Jonatas.

— Eu tenho que pensar no que vou fazer.

— Tudo bem, pense o quanto quiser. Eu já tive meu tempo você precisa do seu.

— Obrigado por me dizer, por querer que eu faça parte.

— Como não, Jonatas? Você é o pai. Eu preciso do seu apoio, eu não sei o que fazer com uma criança. Isso é totalmente fora da minha realidade.

— Eu temo não saber te ajudar já que não sei nada de criança também.

— Não importa, vai ser bom ter um apoio moral. Saber que não sou uma droga de mãe sozinha. Que tem alguém tão ruim como pai como eu ao meu lado para rirmos das nossas desgraças juntos e aprendermos com elas.

— Você está bem? Tem certeza que não quer comer nada? Uma salada é o suficiente para uma grávida?

— Eu estou bem, Jonatas, ótima fisicamente. Na verdade eu já estou regressando, só vim mesmo te deixar a par do acontecimento.

— Como vamos fazer...?

— Eu sou muito ocupada, Jonatas, estou tomando conta de um negócio de família além do meu próprio, temo não poder vir aqui com frequência.

Antes que ele indagasse novamente continuei.

— Mas as portas da minha casa estão abertas para você.

E minhas pernas também.

Meu coração..., tudo que você quiser.

— Tem onde anote meu número e endereço?

Ele correu para pegar uma caneta e um papel.

Confesso que fiquei com a consciência meio pesada, ele ser tão gentil só piorou.

Mas a isca foi lançada. Agora era esperar, ansiosa para o momento em que ele seria meu.

Eu dominoOnde histórias criam vida. Descubra agora