Eu domino

12

Fabiola

No dia seguinte quando desci, Jonatas estava plantado no princípio das escadas todo de preto, tão irresistível e gostoso quanto os doces das vitrines de Paris.

- Bom dia! - Desejei tentada a não ronronar como uma felina.

- Bom dia! - Respondeu todo sério. Senhor, aquele homem me matava.

- O que se deve a isso?

- Isso o quê?

- Todo arrumado e aí como uma estátua. Você deveria dormir mais um pouco, por que tão cedo de pé?

- Meu trabalho começa a partir de hoje.

- Ah, uau, entendi.

Puta merda, como eu poderia ter um segurança daqueles sem atacá-lo simplesmente o dia todo?

Não sei se isso iria funcionar, seria muita distração.

- Bem, vamos comer antes de sair.

Caminhei para a sala de jantar.

Quando sentei ele falou.

- Não acho de bom tom comer à mesa com você agora que sou seu funcionário, é melhor eu ir comer na cozinha.

- Ò Jonatas, senta aí e deixa de ser fresco.

Para minha surpresa ele sentou, ufa.

Depois de comer fomos para o trabalho e assim como Marcondes fazia ele foi dirigindo.

Eu passei um tempo na minha sala e saí para resolver algumas coisas em outros setores e Jonatas me acompanhava a todos os lados, porém como fiquei mais tempo no escritório foi onde ele ficou plantado o dia todo.

- Entra, Jonatas. Você vai ficar aí o dia todo de pé mesmo na minha porta?

- É meu trabalho.

- Marcondes não fazia assim. Pelo menos aqui ele ficava por perto, mas não tão perto, ele dava uma volta, ia tomar um café.

- Cada um tem sua forma de trabalhar. Estou pela sua segurança não para ficar tomando cafezinhos na lanchonete.

Turrão.

- Falando em Marcondes eu o readmiti.

- Isso é bom.

- Vão arrumar um jeito de encaixá-lo na minha equipe de segurança novamente.

- Muito bem, Fabiola. Isso foi nobre da sua parte.

- Você me fez repensar.

- Todo mundo erra, mas assumir nossos erros é o que nos distingue dos idiotas.

Eu sorri feito boba, não sabia por que a aprovação de alguém, nesse caso dele passou a ser tão importante para mim.

- Fabiola. - Meu assistente apareceu.

- Sim, Sandro.

- Posso entrar?

- Cla...

- Você já está dentro. - Jonatas concluiu, o loiro o ignorou.

- Posso falar com você a sós?

Jonatas o encarou antes de dar as costas.

- O que você quer me dizer que ele não pode ouvir?