Fabiola tem o mundo a seus pés, filha de milionários com seus nomes
na Forbes, ela tem tudo de material que qualquer ser humano deseja ter.
Mas afeto? Isso nunca. Entretanto ela não é uma mulher que deixe transparecer qualquer vulnerabilidade, domín...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Meu salto quinze batia contra a maciez do tapete vermelho enquanto eu caminhava pela saída do desfile de moda. Meu vestido era uma criação minha em cor escarlate enganosamente discreto, um S desnudando a lateral dava uma ousadia e um toque especial.
Eu estava acompanhando o desfile da minha mentora, Vilma Lopes que era uma das estilistas mais conceituadas do mundo. Sabia que se um dia queria ser igual a ela por enquanto teria que estar por detrás, mesmo que 60% das ideias tenham sido minhas.
Enquanto ela se apresentava me sentei no bar anexado ao evento e desfrutei de uma margarita. Eu estava em Nova York, mas amanhã mesmo estaria em casa, embarcaria no meu jato particular por volta das cinco da manhã. Cansei desse lugar, foi um mês exaustivo com os preparativos desse desfile.
— Posso te pagar uma bebida? — Revirei meus olhos sem ao menos olhar para o homem ao meu lado que disse isso.
— Não. Eu posso pagar minha própria bebida — disse num inglês tão perfeito quando o dele.
Mania que esses homens tinham de achar que todas as mulheres precisavam/gostavam de suas esmolas.
Ainda bem que ele se tocou logo e saiu. Mas minha felicidade não durou muito.
O cara que eu tinha passado parte da noite de ontem, que eu não me lembrava o nome, se aproximou.
Imediatamente olhei para o teto. Mulher não tinha um minuto de paz.
Ele era brasileiro e trabalhava com alguma coisa no meio da moda, eu sinceramente não sabia.
— Fabiola. Olá.
— Olá.
— Você saiu ontem sem dizer uma palavra.
— Não sabia que eu tinha que dizer.
— É educado sabe, talvez um: "gostei da noite que tivemos", ou "esse é meu número", talvez ficar, não sair correndo.
— Sejamos honestos, isso foi coisa de momento, ninguém está querendo um relacionamento aqui.
— Deixei-me dar minha própria opinião.
— Não estou lhe proibindo.
— Eu gostei e queria repetir.
— Eu não.
— Não acredito em você.
— Deveria, só minto quando isso me traz algum benefício.
— Pois deveria ter mentido então, sabe com quem está falando? Sei que está tentando um espaço na moda, sou agente de dois dos maiores estilistas do momento.
Ele fez uma cara de "agora se atire aos meus pés."
Tão previsível.
Em último caso eu usaria aquele discurso, mas vamos lá, aquele otário merecia.
