Naquela noite eu não consegui dormir. Tentei assistir televisão, ouvir música, ler o livro que Clara me emprestou de uma das suas autoras preferidas, mas de nada adiantou. Nada funcionou tão bem quanto cozinhar. Preparei dois bolos, um para meu marido e outro para Clara, seria o meu pedido de desculpas quando fosse trabalhar no dia seguinte. Não fazia a menor ideia de como ia encará-la, mas com um bolo em mãos, esse parecia um bom começo. A televisão estava ligada me servindo de companhia, senti falta de Bimbo, se ele estivesse aqui, me sentiria menos só do que realmente estou. Quando comecei a trabalhar para Clara, achei que o que me manteria ali todos os dias seria o dinheiro que receberia toda semana pelos meus serviços, mas estava enganada, é a companhia. Alicia foi embora para São Paulo por causa da faculdade, Ricardo passa o dia inteiro trabalhando, a minha melhor amiga Eduarda também trabalha o dia inteiro no supermercado, então a solidão acabou sendo a minha única companheira por um período considerável de tempo.
Até eu conhecer Clarissa Ferrari. Desenvolvemos algo próximo de uma amizade, porque no fim, não importa o quanto a gente se dê bem, ela ainda é amante do meu marido, o caso extraconjugal dele.
Meu celular vibra em cima da mesa. É uma mensagem de Clara, uma foto. Desbloqueio a tela para verificar o que ela me enviou e esqueço todo o resto ao meu redor. O bolo no forno, a água de café borbulhando em cima do fogão, o chocolate empelotado dentro da panela e que eu ia usar como cobertura no bolo de Clara. Esqueço de tudo quando abro a foto que ela me enviou, uma foto dela nua e deitada na cama. Clara não está online, só mandou a fotografia e saiu do aplicativo de mensagens como se estivesse com pressa ou com vergonha da minha resposta. Dou zoom na foto quando me pego encarando a auréola dos seus seios, o bico rígido deles, a pele arrepiada e os cabelos loiros caindo sobre os ombros. A sua barriga também se destaca, o abdômen definido e...
Arfo quando desço pela fotografia, ainda no zoom ampliando todas as curvas do seu corpo e vejo seu sexo perfeitamente depilado.
O cheiro de queimado impregna a cozinha e largo o celular em cima da mesa para desligar o forno, tiro o bolo do mesmo com a ajuda das luvas. Desligo a água fervente e o brigadeiro empelotado, deixando o forno aberto para que o mau cheiro não fique preso lá dentro.
— Que fedor é esse? — a voz de Ricardo me faz inclinar sobre a mesa para pegar o celular com a foto de Clara nua na tela do aparelho. — Bianca?
— Aqui na cozinha, amor!
Enfio meu celular dentro do short quando Ricardo surge na cozinha tirando o jaleco. Adoro ver o meu marido usando o uniforme hospitalar, fica irresistível e sinto que ele poderia fazer o que quisesse comigo porque eu não teria forças para lhe negar nada. Ricardo pega uma faca para cortar um pedaço do bolo que acabou de queimar, aproveitando a parte boa que ainda dá para comer. Meu marido não reclama da bagunça, só dá a volta e me abraça por trás, beijando o meu pescoço, transformando em incêndio o que, antes dele chegar, era só uma faísca meio das minhas pernas.
— Por que não larga tudo isso aí e vamos para a cama? — sua voz rouca ao meu pé do ouvido faz minhas entranhas revirarem. — Quero te ensinar como se cozinha algo direito.
— É? — pergunto eu, virando-me para envolver meus braços torno do seu pescoço. — E o que você vai cozinhar?
— Seu traseiro.
Ok, flertes nunca foram um dom do meu marido.
Dou um pequeno salto quando o meu celular vibra dentro do short, para a minha sorte, Ricardo não se dá conta, acha que estou animada com as suas carícias em minhas pernas e por isso, sobe suas mãos até os meus seios. Ele levanta a minha blusa, revelando meus seios e abocanhando um deles, solto um gemido reprimido quando seus dentes pressionam o bico rígido e o morde.
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EXtraconjugal (Romance lésbico)
Roman d'amourBianca sabia que Clarissa Ferrari reunia todos os atributos que um homem desejava em uma mulher, ela só não poderia imaginar que o laço que uniria as duas não seria apenas o fato de dividirem o mesmo homem.