Part 1

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— Podem levar — mandou Izuku saindo da mesa onde escorava, mas parando no primeiro passo ao ouvir o grito do loiro amarrado e ajoelhado à sua frente.

O sangue no rosto dele brilhava, o ômega achava tão bonito.

— Meu pai... — começou com o lábio dormente — Meu pai quem precisa dos remédios, por isso roubei.

— Ownt~ — Izuku abaixou-se, tocando o queixo do outro. — O alfazinho cuida da família, isso é tão fofo! — a admiração tomava sua voz, mas logo seus olhos reviraram cansados. — Lindo, mas não sou fã de histórias dramáticas. — Limpou o líquido vermelho, sorrindo ao ver o loiro mudar a expressão.

— É verdade, porra. Se quiser, eu posso mostrar onde ele está — rosnou impaciente.

O ômega passou a língua pelos lábios, pensando por alguns segundos e batucando contra madeira que voltou a escorar.

Não tinha muita coisa importante para fazer, então...

— Se estiver mentindo, eu vou brincar com você um pouquinho. — Sorriu fofo uma última vez. — Seu nome?

— Bakugo Katsuki. — Cuspiu o sangue que incomodava em sua boca.

— Bem, Bakugo Katsuki, nos mostre o caminho.

A sorte daquele momento era que seu lobo havia uivado para aquele alfa, o que era um grande prêmio considerando que seu cio estava próximo. Ele não era de se jogar fora, por isso seria divertido.

E mal podia esperar.

— Então, alfazinho cuidador de família, quando veio morar aqui? Nunca te vi e, pelas suas positivas ações, aposto que não sabe como as coisas funcionam por aqui. — Fez uma careta, cruzando os braços e encarando o loiro de novo.

— Faz um dia hoje. — Ele não conseguia tirar a expressão raivosa da face e Izuku estava amando aquilo.

Desceram as escadas do prédio e esperaram na calçada, a SUV chegando depois de alguns segundos.

— Hm. — Entrou no carro, Katsuki sendo jogado em seus pés. — Está morando onde? — questionou cruzando as pernas, mas não ouviu resposta.

— O chefe fez uma pergunta — O arroxeado puxou os cabelos loiros.

— Setor D... V — Sentiu a testa bater no chão do carro ao ser solto bruscamente, virando o rosto furioso para o alfa roxo que sorriu.

— D cinco? — Izuku berrou. — Ainda está sem ninguém lá? Que merda, Ei, eu disse para colocar alguém rápido, é o limite da cidade, droga! É claro que vai ter gente entrando e saindo livremente! — A raiva cintilava em seu cheiro doce de ômega, o que não era um bom sinal considerando que Izuku fazia aquilo de propósito.

E dentro do carro fechado.

— E-eu tentei achar alguém, mas não temos mais alfas disponíveis. E é muito difícil algum ômega querer a vaga. — Ele suava tanto que precisou afrouxar o nó da gravata. — Você expulsou todos os outros seguranças, lembra?

Izuku enrugou a testa, ponderando um momento enquanto vasculhava suas últimas ações.

— Não foram tantos assim, foram? — questionou incerto, voltando a expressão passível.

— Foram, senhor — o avermelhado respondeu, fazendo o ômega suspirar e fechar os olhos.

— Então a culpa é minha, desculpe. Por que não me disse antes?

— Eu estava prestes a discutir isso com o senhor, mas... — Apontou para o loiro no chão que encarava o esverdeado de uma forma um tanto irada. — Ele aconteceu. — Sorriu amarelo.

Do ácido ao Todo Sempre [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora