Part 22

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Izuku acordou disposto, a queimação em seu ombro havia desaparecido. Poderia ficar daquela forma o dia todo, quentinho e protegido era como se sentia. O desconforto de antes parecia nem ter acontecido, como um pesadelo longe que havia superado há muito tempo. Seu corpo estava tão leve, satisfeito em estar ali embolado confortavelmente como um abraço longo, porém logo sentiu algo mexer sobre seu corpo. As mãos de Katsuki estavam sobre sua barriga, pouco abaixo de seus próprios braços enrolados.

Izuku tentou tocá-lo discretamente, como um desejo oculto que se recusava a admitir. Olhou para trás e afirmou a sono do alfa, virando-se na mesma leveza para tocar na ponta dos dedos os pelos claros do antebraço e a pele inesperadamente macia. Katsuki era quente, o que era óbvio, mas para Izuku transmitia certo conforto. O ômega se sentia seguro ali, como um escudo impenetrável por qualquer coisa que quisesse o fazer mal.

Era bom. Izuku se sentia bem.

Quase maluquice, se pudesse assumir, porque com Shoto nunca se sentiu assim e, de alguma forma, sentia medo do quão alto poderia cair caso se permitisse ser cuidado por Katsuki.

Sua cicatriz no coração ainda doía e, depois da noite passada, com as palavras que abalaram seu coração, como poderia negar o sentimento natural que crescia no peito? Não sabia se era toda a palhaçada de companheiros e toda a sua burocracia de se amarem para o resto da vida e blá blá blá, mas... Katsuki era Katsuki, Izuku não sabia explicar; gostava dos cabelos espetados dele, no quão enrugada ficavam suas sobrancelhas quase 100% do tempo, também adorava suas refeições e em como ele deixava torradinho a carne de porco no Katsudon. Gostava de como ele tinha extremo cuidado com o pai e em como ele o amava abertamente, também o admirava por ter passado por tanto sufoco e não ter perdido a fé.

Ele ter insistido em ficar foi o tique que se manifestou irritantemente em seu coração. Claro que, não seria tão tolo a ponto de acreditar apenas em palavras, mas algo o dizia que Katsuki estava falando sério, como um alfa e companheiro.

Izuku se via derretido por isso.

O problema era que o ômega não queria deixar que Katsuki visse que estava o afetando tão facilmente. Não queria deixá-lo ver sua face mais frágil, estava com medo e admitia – para si mesmo, mas também não iria negar que estava por um triz de realmente amar aquele alfa. 

Do ácido ao Todo Sempre [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora