Part 25

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Inesperadamente Izuku fez as mesmas coisas que fazia todos os dias. Tocou um banho demorado e, em seguida, ligou o notebook para trabalhar enquanto o alfa fazia o almoço.

Passou a tarde no quarto, mas nada de reter a circulação de Katsuki que quanto mais o olhava, mais achava estranho o comportamento inexpressivo do ômega.

— Se você me olhar mais, vai abrir um buraco em mim — Izuku falou sem tirar os olhos da tela do computador. Seus óculos de descanso na ponta do nariz dando um charme encantador.

Katsuki gostava de assisti-lo trabalhar, ele parecia adorar o que fazia geralmente.

— Você não falou nada desde que chegamos...

— Você quer que eu fale? — perguntou Izuku, levantando o rosto e gesticulando levemente com uma das mãos.

— Por favor — Katsuki exigiu.

Izuku fixou os olhos no alfa, analisando-o silenciosamente antes de voltar a atenção para o computador.

— Você quem parece querer dizer algo, não eu.

Katsuki soltou o ar aborrecido.

— Sim, eu tenho algo a dizer — admitiu — Como consegue estar tão calmo depois de tudo que ouviu hoje? — sua voz parecia assustada.

Izuku tirou imediatamente os óculos do rosto.

— Eu não sei como você quer que eu reaja, alfa. — Coçou o rosto sentindo o peso do cansaço.

Não era porque não estava dizendo nada, que sua mente não estava trabalhando em todas as possibilidades limitadas que parecia ter.

— Qualquer coisa seria bom, ver você reclamando é melhor do que completamente calado — falou, esfregando o rosto frustrado.

Não sabia o que passava na cabeça do ômega, mas não queria que ele passasse por tudo sozinho. Queria ajudá-lo como companheiro dele, como...

Seus olhos apertaram, cogitando em pensamento estar sentindo algum tipo de sentimento romântico. Não soube se pela situação, ou por sentir que aquele ômega lhe pertencia, ou por agora ele carregar seu filhote, mas, por Deus, estava perdido.

— Eu sei que está sentindo algo, só, por favor, fale comigo — pediu em uma súplica, não aguentando mais aquele silêncio.

Não queria simplesmente assistir seu ômega definhando sozinho, como se ele não estivesse lá e, mesmo que não soubesse exatamente o que fazer, queria que Izuku soubesse que seu alfa estava presente, pronto para ouvir qualquer coisa que ele estivesse disposto a dizer, qualquer coisa mesmo. Nem que fosse um "vá embora", Katsuki só queria que ele falasse.

Izuku expirou.

— Eu não sei o que sinto agora — Izuku confessou, baixando o olhar para o teclado escuro do notebook.

Era verdade, ele não sabia qual sentimento específico dar atenção.

Se sentia culpado, também confuso, dividido e sobretudo, triste.

Culpado, por estar onde estava naquele momento.

Confuso, por não saber o que fazer.

Dividido, por dar mais consideração ao que gerava em seu ventre do que sua própria vida.

E triste, por pensar que não importasse o que fizesse, o final seria o mesmo.

Puxou o ar e coçou o olho, disfarçando a vontade de chorar.

Do ácido ao Todo Sempre [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora