Part 6

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O jantar correu bem.

Izuku se apaixonou na comida de Katsuki, mas claro que não disse a ele, mesmo que o alfa estivesse muito esperançoso em escutar sua opinião.

— Espero que volte mais vezes, Izuku. Foi um prazer conhecê-lo — Masaru comentou enquanto o menor ia para a porta.

— Também foi um prazer, Masaru-san.

— Eu vou levá-lo para casa. Tranque a porta quando eu sair — Katsuki avisou deixando o ômega verde passar.

— Pode deixar, filhote. Boa noite, Izuku, cuide-se.

Izuku acenou sorrindo e Katsuki fechou a porta. Logo o barulho de algo trancando foi escutado.

— Então? — Katsuki começou quando saíram do prédio.

— O quê? — Izuku estava saltitante.

Seu lobo estava muito feliz de ter recebido uma refeição de um alfa.

O alfa que ele almejava.

— O que achou da comida — Katsuki disse como se fosse óbvio.

— Eu tenho que dar minha opinião?

— Eu preciso mesmo responder isso, ômega? — Katsuki disse emburrado e ainda esperando uma resposta.

Izuku sentiu seu corpo arrepiar.

— Você pode me chamar de chefe — repreendeu parando e cutucando o peito do loiro, incomodado em como seu corpo reagiu ao alfa.

— Eu não vou te chamar de chefe quando não estamos trabalhando — Katsuki respondeu franzindo o cenho.

O ômega voltou a andar.

— Izuku.

— O quê? — Katsuki questionou surpreso.

— Você pode me chamar de Izuku — falou o ômega andando de costas e ainda observando o alfa.

— Posso mesmo?

— Mas só quando não estiver ninguém por perto — Izuku se virou, voltando a andar normalmente.

Katsuki apreciou o sorriso dele antes de virar.

— Então... Izuku, o que achou da minha comida?

Katsuki se sentia ansioso como uma criança antes de receber o presente de Natal.

Izuku virou mais uma vez parando os passos.

— ...Parece que você é bom em alguma coisa — respondeu achando uma graça a reação do loiro.

Katsuki sentiu um alívio grande e inesperado tomar seu peito. Seu lobo havia gostado de cativar o ômega.

— Eu posso fazer mais coisas para você, se quiser — deixou escapulir de sua boca, encabulado enquanto arranhava a nuca.

Izuku franziu o cenho, mas sorriu complacente.

— Por que está fazendo isso?

— Quero agradecer por estar ajudando meu pai. Você viu aquilo, mas... ele melhorou muito... então — comentou olhando o ômega se aproximar.

— Não precisa agradecer. Aqui é basicamente um buraco que ocasionalmente vocês pararam, logo, eu te ajudo para você me ajudar. — Izuku explicou, a animação esvaindo de seu corpo.

Ele não gostava de se lembrar disso.

— Não, é mais do que isso, você cuida dessas pessoas... — Katsuki insistiu — pessoas rejeitadas por essa... maldita sociedade.

Izuku iria comentar, mas o alfa continuou a falar, mudando a expressão radicalmente.

— Sabe qual foi a primeira coisa que disseram ao meu pai quando o levei ao hospital? Que se ele não arranjasse outro alfa, ele iria morrer. Aquele era o quarto dia depois que minha mãe tinha sido sepultada!

Katsuki estava emotivo, coisa que Izuku percebeu no primeiro minuto que ele elevou a voz juntamente com a emissão de feromônios.

Era um cheiro almiscarado preenchido com a insatisfação e infelicidade do alfa.

Izuku deveria estar amedrontado se não estivesse tão acostumado.

— Não tínhamos condições para os remédios, depois fomos despejados, minha família não queria um ex-presidiario por perto... — Riu da própria situação. — Não tínhamos para onde ir até — pausou hesitante ao encarar Izuku — até virmos para cá e...

— Ei, alfa — Izuku chamou — Pode se concentrar em mim? — Izuku dizia de forma macia, ele tentava amenizar a dor do outro pelo menos por aquele momento.

— Desculpa, eu...

Em mim, alfa, ok? — Izuku se aproximou deixando escapar seu cheiro receptivo e aconchegante.

Katsuki se sentia confortável perto dele.

— Bom, você pode encostar em mim se quiser — o ômega disse, mas não com tanta certeza sobre confiar em seus instintos.

O alfa não se demorou a tocar o corpo do outro com extrema cautela. Começou pelos braços, depois o ombro, engoliu seco quando hesitou tocar o pescoço do ômega e reparou do revirar de olhos que Izuku deu.

— Anda logo. — Abriu os braços como um incentivo.

E Katsuki o abraçou, grudando seu nariz abaixo da orelha do ômega que sentiu um arrepio anestesiado passear por seu corpo.

Droga.

Você cheira bem — o alfa comentou esporádico e Izuku corou não esperando aquilo.

— Você já pode soltar — Puxou a camisa das costas do loiro tentando puxá-lo, mas Katsuki não moveu um músculo.

— Um pouco... mais — sussurrou confortável e Izuku ficou quieto, não insistindo na separação. Fechou os olhos e percebeu estar gostando do alfa o envolvendo.

Seu lobo aprovava o toque e sentia como se...

O lobo de Katsuki sentisse o mesmo. 

Do ácido ao Todo Sempre [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora