O jantar correu bem.
Izuku se apaixonou na comida de Katsuki, mas claro que não disse a ele, mesmo que o alfa estivesse muito esperançoso em escutar sua opinião.
— Espero que volte mais vezes, Izuku. Foi um prazer conhecê-lo — Masaru comentou enquanto o menor ia para a porta.
— Também foi um prazer, Masaru-san.
— Eu vou levá-lo para casa. Tranque a porta quando eu sair — Katsuki avisou deixando o ômega verde passar.
— Pode deixar, filhote. Boa noite, Izuku, cuide-se.
Izuku acenou sorrindo e Katsuki fechou a porta. Logo o barulho de algo trancando foi escutado.
— Então? — Katsuki começou quando saíram do prédio.
— O quê? — Izuku estava saltitante.
Seu lobo estava muito feliz de ter recebido uma refeição de um alfa.
O alfa que ele almejava.
— O que achou da comida — Katsuki disse como se fosse óbvio.
— Eu tenho que dar minha opinião?
— Eu preciso mesmo responder isso, ômega? — Katsuki disse emburrado e ainda esperando uma resposta.
Izuku sentiu seu corpo arrepiar.
— Você pode me chamar de chefe — repreendeu parando e cutucando o peito do loiro, incomodado em como seu corpo reagiu ao alfa.
— Eu não vou te chamar de chefe quando não estamos trabalhando — Katsuki respondeu franzindo o cenho.
O ômega voltou a andar.
— Izuku.
— O quê? — Katsuki questionou surpreso.
— Você pode me chamar de Izuku — falou o ômega andando de costas e ainda observando o alfa.
— Posso mesmo?
— Mas só quando não estiver ninguém por perto — Izuku se virou, voltando a andar normalmente.
Katsuki apreciou o sorriso dele antes de virar.
— Então... Izuku, o que achou da minha comida?
Katsuki se sentia ansioso como uma criança antes de receber o presente de Natal.
Izuku virou mais uma vez parando os passos.
— ...Parece que você é bom em alguma coisa — respondeu achando uma graça a reação do loiro.
Katsuki sentiu um alívio grande e inesperado tomar seu peito. Seu lobo havia gostado de cativar o ômega.
— Eu posso fazer mais coisas para você, se quiser — deixou escapulir de sua boca, encabulado enquanto arranhava a nuca.
Izuku franziu o cenho, mas sorriu complacente.
— Por que está fazendo isso?
— Quero agradecer por estar ajudando meu pai. Você viu aquilo, mas... ele melhorou muito... então — comentou olhando o ômega se aproximar.
— Não precisa agradecer. Aqui é basicamente um buraco que ocasionalmente vocês pararam, logo, eu te ajudo para você me ajudar. — Izuku explicou, a animação esvaindo de seu corpo.
Ele não gostava de se lembrar disso.
— Não, é mais do que isso, você cuida dessas pessoas... — Katsuki insistiu — pessoas rejeitadas por essa... maldita sociedade.
Izuku iria comentar, mas o alfa continuou a falar, mudando a expressão radicalmente.
— Sabe qual foi a primeira coisa que disseram ao meu pai quando o levei ao hospital? Que se ele não arranjasse outro alfa, ele iria morrer. Aquele era o quarto dia depois que minha mãe tinha sido sepultada!
Katsuki estava emotivo, coisa que Izuku percebeu no primeiro minuto que ele elevou a voz juntamente com a emissão de feromônios.
Era um cheiro almiscarado preenchido com a insatisfação e infelicidade do alfa.
Izuku deveria estar amedrontado se não estivesse tão acostumado.
— Não tínhamos condições para os remédios, depois fomos despejados, minha família não queria um ex-presidiario por perto... — Riu da própria situação. — Não tínhamos para onde ir até — pausou hesitante ao encarar Izuku — até virmos para cá e...
— Ei, alfa — Izuku chamou — Pode se concentrar em mim? — Izuku dizia de forma macia, ele tentava amenizar a dor do outro pelo menos por aquele momento.
— Desculpa, eu...
— Em mim, alfa, ok? — Izuku se aproximou deixando escapar seu cheiro receptivo e aconchegante.
Katsuki se sentia confortável perto dele.
— Bom, você pode encostar em mim se quiser — o ômega disse, mas não com tanta certeza sobre confiar em seus instintos.
O alfa não se demorou a tocar o corpo do outro com extrema cautela. Começou pelos braços, depois o ombro, engoliu seco quando hesitou tocar o pescoço do ômega e reparou do revirar de olhos que Izuku deu.
— Anda logo. — Abriu os braços como um incentivo.
E Katsuki o abraçou, grudando seu nariz abaixo da orelha do ômega que sentiu um arrepio anestesiado passear por seu corpo.
Droga.
— Você cheira bem — o alfa comentou esporádico e Izuku corou não esperando aquilo.
— Você já pode soltar — Puxou a camisa das costas do loiro tentando puxá-lo, mas Katsuki não moveu um músculo.
— Um pouco... mais — sussurrou confortável e Izuku ficou quieto, não insistindo na separação. Fechou os olhos e percebeu estar gostando do alfa o envolvendo.
Seu lobo aprovava o toque e sentia como se...
O lobo de Katsuki sentisse o mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Do ácido ao Todo Sempre [BakuDeku (ABO)]
Romance- Levem. - O esverdeado disse levantando-se da mesa onde escorava, porém parou no primeiro passo ao ouvir o grito do loiro amarrado à sua frente. - Meu pai_ - Começou com o lábio dormente fazendo o ômega ter novamente sua atenção. - Meu pai quem pre...