Part 5

341 54 2
                                    

— Espero que isso não seja uma forma de aumentar o seu ego — Izuku disse entediado, subindo as escadas e repensando se era realmente uma boa ideia.

Katsuki ia na frente sorrindo, orgulhoso por ter conseguido convencer Izuku a jantar na sua casa.

— Bem-vindo de volta, filhote — o pai de Katsuki disse ao abrir a porta. — Não disse que traria visitas... — Ele deu espaço para ambos entrarem e depois fechou a porta.

Katsuki puxou o nó da gravata e tirou o paletó, deixando-o sobre o sofá.

— Este é o meu chefe, Midoriya Izuku — Katsuki apontou depois de afagar os cabelos escuros do mais velho.

Izuku permaneceu na porta hesitante em sair do lugar. Seu corpo estava cansado demais para qualquer tipo de interação formal.

— Boa noite, senhor... — Izuku sorriu mínimo encarando o outro lado.

— Bakugo Masaru — o ômega mais velho completou desconfiado.

E Izuku sentiu a hostilidade tão claramente quanto o sol da manhã.

— Ele veio para jantar, pai. Não seja maldoso — Katsuki contestou rindo da expressão de seu pai. Ele parecia irritado e se conseguisse exalar algum feromônio com certeza Izuku já estaria do lado de fora.

— Não foi ele quem te ameaçou e o obrigou a trabalhar com ele?!

Masaru não gritava, nunca gritou ou discutiu por algo, exceto por Katsuki. O ômega conseguia ser bem diferente quando precisava proteger algo, sua mãe dizia que ele só precisava de um bom motivo.

E talvez aquele fosse um bom motivo.

— Meu filhote só queria me proteger — Masaru murmurou abraçando o manto e se encolhendo.

Katsuki se aproximou, abraçou o mais velho e suavemente dispersou seus feromônios para acalmá-lo. Mesmo que o ômega não sentisse totalmente, ajudava-o a respirar.

— Pai, ei. — O alfa puxou as bochechas do pai para que ele subisse o rosto e o encarasse nos olhos. — Está tudo bem, nós estamos bem.

— Eu quem deveria estar cuidando de você, não o contrário. Mitsuki deve estar decepcionada comigo — Masaru disse imerso em sua melancolia. — Eu não consigo mais sentir o cheiro dela mesmo que eu me esforce, eu não consigo mais...

Katsuki sentiu a pontada de tristeza e o abraçou mais forte.

— A mamãe não deve estar mais feliz por você estar aqui, papai. Lembra o que ela dizia? Você é e sempre será o amor dela e nunca, nunca mesmo, seria uma decepção. — Katsuki tentava acalentar seu pai, quando ele finalmente retribuiu o abraço.

O alfa o levou para o quarto, demorou alguns minutos e fechou a porta ao sair de lá.

— Desculpe por...

— Alguns dos sintomas de ômegas recessivos é a depressão e carência excessiva... por isso é comum que muitos se percam em seus caminhos. Uns preferem se afundar em remédios, outros usam alfas para esquecer o vazio corrosivo de não ter um — Izuku explicava lentamente e olhando para Katsuki.

— E você? O que faz?

Katsuki foi à cozinha.

— Eu não sou um ômega recessivo — respondeu, escorando na divisa entre a sala e a cozinha.

— Mas é um ômega, não?

— O que exatamente você quer saber, alfa? — Izuku se sentou na mesa pequena onde Katsuki apontou.

O alfa se virou escorando na pia.

— Já teve um alfa antes?

Izuku sorriu com a franqueza do outro.

Do ácido ao Todo Sempre [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora