Part 17

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— Podemos começar? — Shoto disse, aproximando-se do corpo do ômega no colchão.

— Você deveria se decidir. Ou me marca ou me deixa inutilizado como ômega, escolha — Izuku murmurou com dor, puxando o pé que o heterocromático pegaria. — Não toque em mim... não chegue... — Cortou a voz ao se encolher e apertar os cabelos com o ganido cortante atravessando sua cabeça.

— Eu queria apenas te marcar, mas... você é tão teimoso. E olha, eu também sou, não é um defeito, eu só... não quero outra pessoa com você e... droga, ele não está apto a cuidar de você, meu amor. Você merece ser cuidado com carinho, não acha um desperdício? Um ômega como você merece um alfa como eu.

Izuku revirou os olhos com a força que restava. Do que aquele imbecil estava falando? Nem quando estavam juntos Shoto parecia ser tão irritante. Na verdade, ele quem nunca sequer havia olhado para Izuku, por isso havia desistido de tentar.

O ômega deu outro passo para o lado chegando na ponta do colchão e antes que pudesse tentar levantar para fugir, sentiu um estalo acompanhado de um choque forte em sua nuca.

— Ah~ haha — o alfa encarou o reflexo na faca, sorrindo orgulhoso — ômegas não podem ser mordidos por alfas diferentes. Seu lobo deve estar surtando, não é? Parece doloroso. — Beijou o ombro de Izuku. — A culpa é sua por me trair, se tivesse me deixado mordê-lo antes não estaríamos aqui, não acha?

— Não... eu n-não quero... — engoliu o ar com o espasmo agoniante que supriu a parte de trás de sua cabeça.

Seu lobo estava muito inquieto, a dor era muito grande para suportar e logo começou a pender para o lado ao sentir a força esvair e a vista escurecer, porém antes que pudesse cair, Shoto o segurou.

— Eu vou fazer essa dor parar, bebê, apenas aguente firme enquanto eu retiro esse incômodo de você.

[...]

"...Eu não sei onde isso vai dar, nós não sabemos se vai dar certo, mas temos que tentar, não só eu e nem só você, mas nós dois, juntos."

— Foi a droga de um período muito curto para tentarmos, não pode ser só isso — Katsuki murmurou para si mesmo ao se lembrar do que havia dito para o ômega, apertando os dentes ao sentir outro choque inundar a parte de trás de sua cabeça.

Izuku tinha sido mordido, ele sabia. Katsuki sentia. A ligação estava instável demais, mesmo que tentasse, agora podia senti-lo muito pouco, quase como uma faísca.

Rosnou frustrado. Era irritante o fato de não conseguir fazer nada por estar longe.

Péssimo momento em que foi se intrometer em assunto que não havia sido chamado, pior, não ter insistido em contestar a ordem de Izuku, não deveria tê-lo deixado sozinho. Inferno! Era tudo culpa dele. Que tipo de alfa ele era que nem conseguia proteger seu próprio ômega? Deplorável. Já não conseguia imaginar a ligação se quebrando.

O que aconteceria com Izuku? O que aconteceria com eles? Katsuki seria apenas o segurança, nada a mais? Só mais um entre os alfas que Izuku conhecia? Nem pensar.

Não permitiria, nem por cima do seu cadáver.

Quando o carro parou, Katsuki sequer esperou que o ruivo estacionasse direito. Abriu a porta do veículo e correu para a entrada, arrombando a parte da frente. O ódio estampado em cada movimento seu juntamente com os feromônios prepotentes exalando de cada poro.

Ele estava puto, muito puto e o silêncio do lugar só fez com que a preocupação aumentasse dez vezes mais. Correu para as escadas subindo os degraus de dois em dois e não precisou raciocinar rápido ao sentir o cheiro de sangue misturado com o doce odor do ômega.

Do ácido ao Todo Sempre [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora