Part 14

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— O que aconteceu com o seu rosto? — Kirishima perguntou estranhando a marca redonda e vermelha no rosto do outro.

Katsuki estancou no lugar com a vergonha, havia esquecido da droga da mordida. Seus olhos fecharam na raiva súbita.

— Um animal fora de controle, nada de mais — respondeu encarando Izuku que estava apoiado na mão fechada, sorrindo convencido.

Kirishima ficou quieto, mas ainda estranhando.

— Quem é esse cara? — Izuku cortou o papo dos alfas, interessado no que o loiro havia falado antes.

— Sero Hanta, ele foi preso por roubar remédios e alterá-los. Não é perigoso, mas eu lembro dele o tempo inteiro se vangloriando da faculdade que fez e, para a sorte de vocês, foi engenharia civil.

— E como tem certeza de que ele vai ajudar? — Izuku questionou, levantando-se da cadeira e tamborilando na madeira da mesa. Aproximou-se de Shinso por trás e alisou levemente seu braço direito descendo pelo antebraço até chegar em sua mão.

Logo o ômega sentiu um espasmo em sua coluna, encarando Katsuki para perceber o quão sombria estava sua expressão. Izuku deu um passo para o lado sorrindo apenas para pegar a outra mão do alfa roxo para encostar em seu rosto.

— Não acho que ele tenha algo mais importante para fazer — o alfa respondeu seco.

Shinso estava imparcial com as ações do ômega como quem já estivesse acostumado.

E ele estava.

— Bom, então vá atrás dele.

— Quê? Não — respondeu de imediato.

— A ideia foi sua, se responsabilize por ela — Izuku falou o óbvio, escondendo-se atrás de Shinso e apreciando a raiva do alfa loiro pelo ombro do outro cuidadosamente.

Katsuki rosnou, explicitamente hostil.

— Eu não vou te deixar sozinho — A densidade dos feromônios foi tão grande que Izuku se sentiu zonzo, disfarçando a dança nos pés ao cambalear.

— Isso não é escolha sua. Você vai e Ei também — Izuku sentenciou fulo saindo das costas do arroxeado. — Shin, vai até o apartamento do Sr. Bakugo e conversa com ele. Eu estou voltando para casa, estou cansado — Passou pelos alfas, estressado por se lembrar da marca em seu pescoço. — Peçam para eles aparecerem segunda.

— Entendido, chefe — Kirishima e Shinso responderam em uníssono.

Katsuki xingou baixo ainda mal-humorado e observou Izuku na porta.

— Preciso de uma resposta, alfa — o ômega exigiu.

O alfa queria prensá-lo na porta e fodê-lo, fodê-lo de forma tão irresistível que ele imploraria por mais na frente daqueles alfas de merda dele.

Maldito dia que deixou Midoriya Izuku sair de casa.

Não que tivesse poder para impedir uma vontade dele, mas nada que uma boa foda não resolvesse.

— 'Tá, claro. Ótimo — Izuku o olhou afiado esperando mais. — Chefe. — E o ômega sorriu satisfeito.

[...]

— Aquele merda, qual é o problema daquele... daquele — Katsuki rosnava marchando na calçada com o ódio explícito em seus movimentos. Os feromônios agressivos voando de cada poro existente em seu corpo.

— Cara, relaxa, vão chamar a polícia se você continuar assim — Kirishima disse inseguro próximo ao outro, olhando as pessoas que se afastavam medrosas desviando do caminho deles.

Eles estavam muito longe do perímetro ômega. Kirishima havia pegado uma das SUVs para chegar aonde o amigo de Katsuki estava. Não tiveram conversas o caminho inteiro, até o loiro surtar por ver um ômega do outro lado da calçada e se lembrar do que quer que fosse para iniciar um roteiro de xingamentos que não parecia terminar.

Katsuki travou ao encarar o ruivo.

— Foi mal — suspirou apertando os olhos — O idiota do Sero fica ali. — Apontou para um beco ao lado de uma farmácia.

Eles atravessaram a rua e Kirishima deixou que Katsuki fosse na frente. Ele passou por uma lata de lixo ao lado e percebeu um portão de ferro que não teve dificuldades em abrir.

— Você e o chefe estão juntos? — o ruivo perguntou do nada fazendo Katsuki parar e o observar cuidadosamente.

— Por que quer saber?

Kirishima riu.

— Porque eu me importo com o chefe, mas antes disso ele é meu amigo — afirmou convicto, notando um rato sair da lata de lixo que atravessou e expressando uma careta como se visse algo nojento.

— Hum... — Katsuki fechou o portão quando o ruivo passou. — Eu acabei perdendo a droga do controle, agora estamos nessa palhaçada de um suportar o outro. Ele parece querer me matar toda vez que nós nos olhamos — bufou, não sabendo o porquê de estar falando isso para um lacaio do ômega.

— Ele já teria te matado se quisesse, acredite. Ele tem uma pilha de corpos embaixo dele e todos são alfas. — Riu da expressão que fechou ainda mais do loiro.

— Eu juro que estou tentando ser o mais paciente possível, mas o filha da puta não colabora nunca nessa merda. — Começou a se estressar de novo.

— Alfas são o passa tempo do chefe, você já deveria ter notado. — Katsuki xingou baixo voltando a andar. — De qualquer forma, cuide bem dele. Todoroki não fez muito bem ao lobo ômega dele.

O outro parou de novo.

— O que quer dizer? — Katsuki perguntou com o tique raivoso gritando só em ouvir o nome Todoroki.

— Eu não sei se deveria dizer isso, mas... o lobo do chefe não gostava do Todoroki. Por mais que o chefe gostasse do alfa romanticamente, o lobo dele sempre sentia aversão, o que tornava complicada a relação. Deve ser por isso que o chefe detesta tanto seu lobo, ele gostava mesmo do Todoroki na época. Mesmo que hoje apenas sobre... você sabe, aquilo — se referia ao dia que Shoto os visitou.

E o ódio que Katsuki sentia pelo alfa meio a meio se multiplicou, para logo se transformar em orgulho. Lembrava-se bem de Izuku afirmar que eles haviam se mordido por conta dos lobos.

O sorriso cresceu em deboche.

— É um prazer ouvir isso, já que... — Puxou a lateral da blusa deixando a mostra as mordidas que levou. — Aconteceu isso.

Os olhos de Kirishima cresceram, mas não conseguiu falar algo já que foram interrompidos.

— Eu achei que tinha ouvido uma voz conhecida, só não pensei que fosse você, biribinha — uma voz chamou a atenção dos dois.

Sero saía de uma porta do segundo andar que havia uma escada na lateral da parede que levava até ele. O moreno mantinha um cigarro entre os dedos enquanto sorria encarando o loiro.

— E aí, durepox — Katsuki sorriu.

[...]

Izuku estava deitado em seu ninho em posição fetal. Seu corpo doía, e seu lobo chorava por Katsuki de forma tão corrosiva que as lágrimas inundavam o rosto do ômega. O cheiro de suas roupas sequer conseguia amenizar as cólicas naquele momento e pelo forte feromônio que emitia, o ômega não estava surpreso em não adiantar mais.

— Maldito alfa — arfou, mudando a posição enquanto apertava com força o estômago.

Estava completamente nu em meio as roupas de Katsuki, achou que assim fosse melhor, mas estava duvidando seriamente do que achava ser bom aquele momento. Seu corpo estava tão quente que arfava com a dor e calor acumulado, sentia-se como um vulcão prestes a eclodir. Era dolorido e nauseante, suas pernas repuxando bambas enquanto tentava mais uma vez se masturbar para tentar aliviar alguma coisa, porém depois de tantas vezes, havia chegado a basicamente zero de satisfação própria, o que o levava a apenas uma opção:

Ele precisava de Katsuki. E precisava logo. 

Do ácido ao Todo Sempre [BakuDeku (ABO)]Onde histórias criam vida. Descubra agora