PARTE 1 - I

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 Após meu feito de entregar pergaminho de estratégias para quem estava trabalhando, o Reino de Dominion obteve várias quebras de relações com os demais Reinos. Rei Henrique III obteve uma má reputação de índole duvidosa. O setor comercial de exportações foi seriamente abalado, o que levou ao povo começar a fazer várias rebeliões, pedindo para que o Reino de Henrique III chegasse ao fim. Meu trabalho foi concluído com sucesso, já pude observar um futuro melhor do que o atual.

— Kiara, você já regou a horta como te pedi? — perguntou Samira, uma jovem de cabelos lisos e olhos grandes e doces.

— Sim, fiz isso a alguns momentos atrás.

Ela me analisou mais de perto. Pegou no meu braço e subiu a minha manga com delicadeza, revelando um grande hematoma esverdeado no meu pulso. Eu fiquei em choque puxando o braço o mais rápido que pude e cobrindo novamente meu pulso com a manga do vestido.

— Quem fez isso com você? Algum homem tentou te abusar? Kiara eu sou sua amiga, você pode me contar. Vamos dar um jeito nesse infeliz. — Como poderia dizer para ela que eu já dei um jeito nesse infeliz? E que o mesmo era um guarda do Reino que conseguiu me capturar na minha fuga de mais uma missão que sempre faço encoberta pela sombra da noite?

— Isso não é nada, Samira. Acabei me machucando com a corda do balde ao tropeçar em uma pedra que estava no meio do caminho. Só foi um grande descuido. — dei um sorriso amarelo.

— Se você diz... Mas se começar a aparecer mais desses hematomas vou eu mesma achar esse homem e providenciar um fim nele.

Dei um sorriso que dizia "obrigada".

Após passar longas horas cuidando da plantação, e colhendo as frutas, legumes e vegetais que já estavam prontos para irem metade para o Castelo do Rei Henrique III e a outra metade para ser exportado para as poucas relações de outros Reinos existentes. Voltei caminhando para a casa olhando para as pessoas com rostos cansados e sujos de poeira que estavam pelas ruas. Escuto alguém assobiar e me viro para saber quem é que está fazendo o barulho. Fico surpresa por alguns segundos ao me deparar com o mesmo homem que me salvou na floresta agora em uma barraca de frutas. Ao chegar mais perto da barraca não vejo um pingo de reconhecimento na face do sujeito. Interessante.

— Quanto está custando essas bananas?

— 4 moedas, senhorita. Quer que eu embrulhe?

— Não obrigada. — Já começo a me afastar da barraca.

— Você tem uma voz familiar. Já nos conhecemos antes, senhorita? — Ao me virar novamente em sua direção percebo que finalmente ele me reconheceu. O que me faz ficar feliz, o que não era para acontecer.

— Acredito que esteja me confundindo, senhor.

— Espero que tenha conseguido o que planejava naquela noite — Ele sussurrou —, soube que algum papel importante foi furtado e que prejudicou muito o Reinado do Rei. Acho que esse era seu objetivo, não era?

O encaro por um longo tempo e escuto um barulho da tropa passando pela rua do comércio. Vários soldados estavam montados em cavalos de todas as cores. Todos com o pelo brilhante e crinas trançadas. O que indicava que os impostos estavam prestes a serem cobrados novamente em menos de um mês. Um dos soldados desceu do cavalo e veio em direção a barraca do homem que me ajudou.

— Imposto, por favor. — o soldado pediu nada amistoso.

— Ainda não consegui a totalidade do valor do imposto deste mês...

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