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Após uma semana fingindo ser a princesa Marie conseguia saber um pouco mais sobre a sua forma de pensar. O que me fez melhorar muito em imitar sua personalidade. O Rei já apresentava alguns sinais de fraqueza, mas nada que gerasse suspeitas. Meu plano era matá-lo antes mesmo da chegada de qualquer outro membro da realeza no castelo, o que foi por água abaixo.

Ele era alto, pelo menos para minha forma original, como Kiara. Como Marie, éramos iguais. Sua chegada junto com o Rei de Oblivion foi notória, usando as roupas mais elegantes em tons azulados e seu símbolo estampado nas abotoaduras. Corvos.

— Marie, minha filha. Quero que conheça o Rei Filipe II e seu filho Andreas I. — Eles fazem uma reverência, a retribuo.

O rei era robusto. Ruivo e tinha um bigode cheio que encobria todo o lábio superior. O Príncipe também era ruivo, porém em com um tom levemente diferente do pai. Tinha a postura tão reta, que tenho certeza que nunca teve problemas nas aulas de etiqueta.

— É um prazer conhecê-los. — Digo finalmente.

— Marie, por favor, faça companhia ao Príncipe Andreas enquanto discuto alguns assuntos com o Rei Filipe. —Disse ele já conduzindo o outro rei para dentro dos corredores do castelo. Encarei o rosto de Andreas, sem saber o que fazer.

— Gostaria de conhecer o jardim do castelo? — Pergunto.

— Certo. — Ele entrelaçou o braço no meu, me conduzindo como se fosse ele que conhecesse o castelo.

— Então, como é o Reino de Oblivion?

— Acho que você iria gostar já que Marie conhecia nosso Reino desde criança. E obviamente você não é ela.

Afastei-me dele, chocada. Olhei para os lados e o joguei contra a parede do castelo, colocando uma das mãos na parede e o encarando olho no olho. De perto pude finalmente notar que seus olhos eram como dois sóis dourados. Da cor do âmbar.

— Como você sabe.

— Minha carruagem passou pela princesa Marie na estrada. Meu pai não a viu, mas minha janela estava na direção do seu cavalo. Conheço-a desde criança, então foi fácil reconhecê-la mesmo em alta velocidade. Deixei que meu pai continuasse com a trajetória para conseguir explicações quando não a visse aqui... Mas o mais interessante é que ela está aqui, ao mesmo tempo em que não está. Quero explicações ou te entrego.

— Estou aqui para efetuar uma missão.

— E qual é?

— Matar o Rei. — Ele me olhou alarmado.

— Marie nunca iria combinar uma troca de lugares para algo assim... Ela pode odiar o pai, mas nunca iria querer que alguém o matasse.

— Eu não combinei nada com Marie. Por felicidade do destino esbarrei com ela de noite, enquanto ela fugia em direção à floresta. Consegui um fio de cabelo. Fiz uma poção e aqui estou.

— E o que pretende ganhar com a morte do Rei?

— A liberdade do povo das garras de um Rei ganancioso. Libertarei o povo de Dominion. E você não vai me atrapalhar.

— Tenho uma condição.

— O que você quer, Príncipe? — Aperto a mandíbula e cerro os olhos.

— Quero ser o Rei.

— Mas você já vai ser o Rei de Oblivion um dia, para que quer o Reino de Dominion?

— Tenho 7 irmãos... Marie... Ou bem, não sei o seu nome. O Reino de Oblivion nem sempre o mais velho é regente. Costuma haver jogos entre os irmãos e o ganhador vira o futuro Rei. Mesmo sendo bom em muitas habilidades do jogo. Existem candidatos mais qualificados que me derrotaram em um piscar de olhos.

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