VIII

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Acordo com os sons dos passarinhos cantando sem parar. Levanto já olhando para o relógio e percebendo que já comecei o dia atrasada levanta precisamente da cama e coloca um vestido qualquer que estava dentro do armário correndo para fora da hospedaria e indo diretamente para a loja de Narcisa. Olha para rua e vejo algumas crianças brincando com espadas de madeira, uma das crianças acabou se desequilibrando e caindo no chão. Paro subitamente de andar e vou até o menino estendendo a mão para ajudá-lo a levantar.

— Foi uma boa luta, com quem aprendeu a lutar assim?

— Com meu irmão. Ele é um dos soldados do Reino. Quero ser tão bom quanto ele quando crescer, sabe, é importante saber lutar para proteger os nossos. — Ele olha em volta e pega a espada do chão.

Dou um sorriso para ele.

— Espero que consiga o que deseja — Toco no seu cabelo. — Devo ir agora. Foi bom te conhecer.

Quando o restante do caminho até a loja pensando as palavras daquele menininho. Abro a porta e entro no estabelecimento, encontrando Narcisa com espanador limpando uma das estantes de livros de mistério como som do sino da porta ela se vira para saber quem estava entrando na loja.

— Que bom que decidiu aparecer, cheguei a achar que não queria realmente o emprego. — Ela voltou a fazer o que estava fazendo.

— Me desculpe, não tive uma boa noite de sono... — Disse constrangida. — Não me atrasarei mais para o trabalho.

— Separei alguns livros para você limpar, estão ali no canto. — Ela apontou para o lugar.

Vou até o lugar e começo a limpar um por um cuidadosamente, colocando-os novamente na estante conforme progredia na tarefa. Oz ainda não estava em nenhum lugar da loja.

— Comecei a ler aquele livro que me emprestou ontem de noite. Percebi que muitos humanos odeiam as fadas. Me fez pensar o que minha mãe passou vivendo no com meu pai e tendo que fingir ser alguém que não era.

— O ódio humano é um veneno para a sabedoria, minha criança. Quando conheci o pai de Oz fiquei totalmente fascinada por suas palavras e personalidade. Ignorei totalmente o que aprendi com as histórias de ódio. Ele acredita até hoje que um dia os humanos e as fadas poderiam viver em paz. Infelizmente não acho que isso seja possível — Ela olha para o chão e depois abre um sorriso para disfarçar a tristeza. — As caças as criaturas mágicas estão cada vez pior à medida que o tempo passa. Terralux tem levado caçadores por todos os cantos do mundo.—

— O Reino de Terralux está fazendo isso? Passei alguns dias lá quando criança. Nunca imaginei... Me lembro da minha mãe lá...

— Que irônico. Um Reino tão religioso e com grande aversão a qualquer ser ou coisa mágica acomodar sem saber uma fada. Sua mãe foi muito corajosa durante a vida.

No mesmo momento que ela termina a frase a porta da loja é aberta, fazendo o sino tilintar. Oz abre um sorriso e entra para dentro segurando uma bolsa lateral preta parcialmente cheia.

— Entreguei todas as encomendas do dia. Aqui estão as moedas — Entregou para Narcisa vários sacos de moedas que estavam dentro da bolsa. — Do que estavam falando que estão com os rostos tão pálidos?

— Sua mãe estava falando sobre Terralux.

— Ah — Ele fica com a cara fechada. — Odeio esse Reino.

— Por que acham que eles odeiam tanto nosso povo?

— Já ouvi histórias. São só boatos mas podem ter algum fundo de verdade. Dizem que esse Reino foi Amaldiçoado a muito tempo atrás, pela sua própria hipocrisia. E usaram a maldição só como mais um motivo para nos perseguir e matar. Odeiam qualquer ser ou coisa que possua magia.

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