XIV

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Finalmente chegou o dia em que virarei Rei, não somente do Reino de Dominion, já que enganei facilmente aquela pobre coitada para os meus próprios fins, como também o futuro regente de Oblivion. Estou montado em meu cavalo de pelagem marrom escura, rumo ao desfiladeiro. Meus irmãos igualmente tiveram que fazer a mesma jornada por diferentes pontos do mapa, para evitar esbarrar em um dos seus adversários. Agora ninguém é companheiro, todos somos rivais.

Antes de sairmos do Castelo nos prepararmos com armaduras e munições para o que quer que nos esperasse no desfiladeiro. Nosso pai, o Rei, nos convidou e nos deu instruções das tarefas que deveríamos executar ao longo do desfiladeiro. Quem as executa se primeiro, e com excelência, ganharia os jogos. Foi uma viagem de 3 dias até esse lugar.

O desfiladeiro era escondido pela densa neblina que tanto estava familiarizado. Nessa área a flora que um dia esteve presente em abundância se encontrava morta. Apenas sobrando diversos galhos secos e pelados pelo caminho da floresta. Vejo um corvo pousado em um dos galhos sem vida de uma árvore morta. Seus olhos me observavam minuciosamente, como se conseguisse ver minha alma ou, no meu caso, a falta dela.

Quando chego na beirada de um dos topos do desfiladeiro desço do cavalo, e começo a descê-lo com muita cautela. Não tenho como saber se as pedras são totalmente firmes e seguras. Meu pai, Filipi, deve estar adorando esse show.

Ao mudar meu peso para uma outra pedra ela acaba se desestabilizando e me fazendo cair. Por sorte, a altura já não era tão grande, o que não me fere tão gravemente ao atingir o chão com tudo — Acabo arfando de dor e vejo alguns arranhões na perna e no rosto. Levanto com certa dificuldade e pego minha espada da bainha, já esperando que algo apareça de supetão através da névoa.

Vou caminhando cegamente por um longo tempo. E escuto um grito, o que me faz ficar feliz. Isso significava menos concorrência. Um dos meus irmãos já devia estar morto ou perto disso nessas horas. Chutaria na Elise. Tão fraca.

Algo gigantesco pula para cima de mim e eu uso a força de minhas mãos para afastar a boca do animal do meu corpo, evitando ser devorado. O animal era horrendo. Sua boca abria mostrando a fileira de dentes tentando me matar com seu veneno. Era um aracnídeo gigante. Suas várias patas se contorciam enquanto eu segurava o afastando de mim.

Escuto o som de uma espada desembainhada. E o aracnídeo que estava segundos atrás avançando em cima de mim se encontrava imovel. Jogo o peso do animal morto para o lado e encontro meu irmão. David me olhando por alguns segundos, faz um sinal de afirmativo e depois desaparece atrás da névoa. Patético.

Ao entrar mais profundamente dentro da névoa vejo os gêmeos lutando conjuntamente contra outras dessas criaturas. Eles estavam se saindo bem, mais para frente estava Lunar usando uma armadura de prata e lutando com duas criaturas ao mesmo tempo. Passo por eles sem ajudar nenhum. Começo a perceber que as paredes do desfiladeiro tinham diversos buracos, sendo dai que essas criaturas estavam saindo.

Três criaturas que me cercam, em um dos cantos do desfiladeiro. Dessa vez preparado empunhei minha espada e começo a desferir diversos golpes. Atinjo uma das criaturas que fica ainda mais furiosa por ser ferida e vai com tudo para cima de mim, consigo com isso uma brecha e lhe atinjo com um golpe entre os muitos olhos.

As outras duas avançam juntas e com isso giro a espada tentando manter a defesa. Quando percebi que consegui ferir algumas de suas patas de uma das criaturas aproveito a vantagem e doou o golpe final, acabando com seu sofrimento. Olho para o que sobrou abrindo um sorriso. Meu corpo já estava banhado de sangue dessas criaturas.

Aproveito o chão poeirento e arenoso e chuto areia nos muitos olhos da criatura, a deixando descoordenada. Com um golpe, minha espada atravessou seu crânio, e tirou sua vida.

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