Capítulo 8 - Martha e George

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Minsun tentou não pensar sobre a dívida e muito menos em Minho, mas parecia simplesmente impossível. Pouco lhe importava se ele iria morrer ou não, contudo, ela carregava o fardo de ser a única a saber sobre tudo e literalmente ser a única pessoa com a qual Minho poderia contar. Talvez aquela preocupação estivesse estampada em sua expressão, já que Yumi e Mina estavam tomando café lhe encarando com curiosidade.

— Você tem o número daquele Lee Minho? – Minsun perguntou direta para Mina, sem vontade de dar satisfações.

— Não, mas eu posso conseguir com o Felix. Ele me contou que o Lino tirou algumas semanas de licença e não quer ver ninguém, você sabe alguma coisa sobre isso? – Mina aproveitou para sanar sua curiosidade.

— E por que eu saberia? – Minsun retrucou um pouco ranzinza, mas Mina não se importou.

— Vocês dois agiram estranhos desde o momento em que se viram. Mal se cumprimentaram, foram frios um com o outro e mais pareciam que já se conheciam. Ninguém age com tanta indiferença assim que conhece alguém, ainda mais você que foi super cordial com Changbin. E agora, do nada, você pede o número dele! – Mina disparou a falar logo o que ela e Felix haviam conversado na mesma noite em que Yumi ficou no hospital, há dois dias atrás. Mina desarmou Minsun, que ficou sem saber o que falar. Ela abriu a boca algumas vezes para falar, até que Yumi arregalou os olhos e bateu os talheres na mesa.

— Ele é o seu cara do Akai Ito! – Yumi pegou no ar, fazendo Mina ficar de queixo caído e Minsun simplesmente não ter reação.

— O que? Ficou maluca?! Jamais! – Minsun balbuciou, vendo seu orgulho indo por ralo abaixo. Anos negando a existência do Akai Ito, para acabar daquele jeito.

— Unnie, estamos falando sério. Ele é ou não seu Akai Ito? Você sabe que eu e Yumi seremos as últimas a te julgar, você tinha sua crença e tudo bem não estar certa uma vez na vida. Só não deixe o Jisung saber tão cedo, ele sim vai zoar você. – Mina ficava com uma aparência mais velha quando falava de modo sério. Minsun manteve sua expressão rígida, pensando se deveria ou não falar.

— Se você não consegue falar diretamente, vamos usar códigos. Diga "baleia" se for sim, ele é seu akai ito, e se não for, você diz "Ciclope" – Yumi e sua aleatoriedade acaba sendo útil em momentos como aquele. Minsun bagunçou os cabelos e colocou as mãos no rosto.

— Isso é uma enorme baleia. – Minsun disse com a voz abafada por estar com o rosto escondido nas mãos, sentindo-se grata por não ouvir gritinhos histéricos ou qualquer risadinha que lhe deixaria nervosa. Ao encarar as meninas, ambas sorriam abertamente, surtando internamente por ver Kim Minsun errada pela primeira vez na vida. — Isso é bem mais grave do que vocês possam imaginar. – Ela disse terminando de tomar seu café preto.

— Ah, não seja tão dramática, ele é bonito! – Yumi disse contente e alto.

— Não, Yumi, isso realmente é grave. Nós temos dois fios e eles são como as serpentes de Hermes. Duas, uma até parece simpática e a outra é ranzinza. Como uma serpente pode ser simpática?! – Minsun parecia estar dividindo o peso do canhão que estava carregando, e se sentia muito aliviada por aquilo.

— Isso sim eu achei que fosse mito, já tinha visto vários contos sobre fios que tomam formas de animais, objetos ou letras. – Mina, a louca do Akai Ito, estava maravilhada em ouvir aquilo, ainda mais vindo de uma descrente que jamais inventaria aquele tipo de coisa, provavelmente Minsun nunca ouvira nem falar sobre aquilo. — Mas é um pouco trágico, segundo as histórias. – Ela disse murchando o sorriso levemente.

— Não me diga que ele vai morrer e eu vou sofrer alguma consequência com isso, por favor. – Minsun pediu, visivelmente impaciente e cansada daquele papo.

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