Sirius Black e Roxanne Malfoy

Alô aos velhos amigos

Roxanne se arrependeu amargamente de ter ouvido Sirius, pois não precisou de uma hora acordada para saber que a festa de Lara não seria o lugar dela. Era o assunto de todos os lufanos e de todos os alunos do quinto ao sétimo ano. A maioria deles tinha sido convidada, e boa parte talvez nem soubesse o porquê da festa.

Sabiam que era uma festa, e sabiam que era na Lufa-lufa, que era a área mais neutra de Hogwarts. Pouquíssimos sonserinos iriam, porque mesmo os menos preconceituosos não se misturariam com sangue-ruins, fosse por simples arrogância, fosse por medo de más interpretações que podiam por em risco até suas famílias.

Alguns se sentiram encorajados ao saberem que a Malfoy ia, afinal, se alguém era garantido em Hogwarts, era ela. Mas muitos sabiam também que ela não iria por bel prazer, e sim porque o namorado insistira. Não a julgavam por namorar Sirius, mas tinham curiosidade de saber por que, já que parecia não gostar dele e muito menos de seus amigos. Existiam teorias, mas os sonserinos faziam questão de comentarem apenas entre si, pois era mera curiosidade e a apoiavam em seus ideais. Confiavam plenamente em sua lealdade ao Lorde das Trevas.

De qualquer forma, o fato era que Roxanne não queria ir. Não podia voltar atrás àquela altura para não ter que aguentar o drama de Lara e Bellatrix, mas era óbvio que não estaria confortável lá.

Sirius riu e beijou os cabelos dela quando a sonserina fez um comentário desgostoso sobre a festa. Estavam sentados no chão da biblioteca, naquela ala que ninguém ia e onde podiam ficar confortáveis se agarrando sem serem interrompidos.

Roxanne estava entre os braços dele e encostada em seu peito, e apesar do mau-humor deixou-o passar as mãos por baixo da blusa, apenas para sentir o toque quente diretamente em sua pele, não havia malícia.

— Aposto que você consegue se divertir um pouco. – Ele comentou, acariciando-a inconscientemente com o polegar. – Pelo menos no final, quando tem menos gente. No geral, são jogos, conversas, brincadeiras idiotas...

— Interação humana. – Ela resumiu, e ele riu alto. – Não faz meu tipo de festa.

— Seu tipo é como aquela do Slug?

Roxanne deu de ombros.

— As dele têm mais sentido.

Sirius deu um riso nasal e inclinou a cabeça dela, beijando sua bochecha e abaixando a voz para falar em seu ouvido.

— Bom, vai ter um ponto em comum... É divertido ficar com alguém, e você me tem a seu dispor... Igual aquele dia.

Roxanne deu um risinho e revirou os olhos.

— E não te tenho aqui ou em qualquer outro lugar, por acaso?

— Que indecente, Malfoy! – Sirius exclamou, fazendo-a ficar escarlate e fechar a cara.

— Idiota. – Ela tentou tirar as mãos dele de si, mas o namorado gargalhou e a segurou mais forte.

— Estou brincando, fica aqui! – Ele beijou o pescoço dela, ainda rindo. Ela bufou, e Sirius inspirou seu perfume, arrepiando-a por inteiro. – É lógico que me tem em qualquer lugar. Sou todo seu, Rô.

Roxanne apenas soltou um muxoxo e se ajeitou, expondo mais o pescoço para sentir os lábios de Sirius tocando-a suavemente. Ele facilmente entendeu o recado, e sorrindo cumpriu seu desejo. Beijou-a demoradamente, sentindo com prazer os suspiros dela, até ela se virar para beijá-lo na boca.

Sirius sorriu e aproximou-a mais, colando seus corpos e encaixando-a em seu colo. Foi ao céu com o beijo e voltou com um baque quando o som agudo da sineta fez Roxanne se afastar. Ele xingou e soltou um suspiro pesado e rouco, que fez os olhos negros da garota se dilatarem ao encará-lo.