O Profeta Diário não trazia boas notícias em tempos como aqueles, a não ser para a maioria dos sonserinos. Estes que apoiavam aquele que não deve ser nomeado. Enquanto todos comentavam amedrontados sobre os acontecimentos daquela madrugada, que culminaram na morte de incontáveis bruxos inocentes e até mesmo trouxas, vários dos sonserinos falavam excitados e orgulhosos sobre aquilo, somente entre si, claro.
— Devíamos fazer algo aqui também – Disse Rodolphus para os colegas. Tinha os reunido àquela manhã na sala comunal assim que ela esvaziara. – Mostrar que de Hogwarts apoiamos o Lorde.
— Mas já estamos planejando uma invasão – Lucius respondeu de cenho franzido. – Já não é o suficiente?
— Suficiente?! – Bellatrix se exasperou. Era uma das raras vezes que apoiava por completo o namorado. – Nenhuma invasão seria suficiente para demonstrar nossa lealdade ao Lorde!
— Se não formos discretos vão nos descobrir – O Malfoy replicou, e aquilo quase tirou uma risada fria de Roxanne: falava de discrição enquanto anunciava planos secretos em uma sala comum, quando qualquer aluno atrasado ou em horário livre poderia aparecer! Mas ela pouco se importava, apenas manteve seu semblante inexpressivo e se manteve quieta. – Não queremos isso, o plano é mais importante. O Lorde ficaria furioso com Roxanne, furioso com a gente.
— Pare de dar desculpas, Lucius – Bellatrix se inflamou. – Ele não vai ficar furioso, e tampouco vão descobrir. Você está apenas sendo um covarde!
— Por acaso quer que sejamos corajosos e estúpidos como a Grifinória? – Lucius deu um sorrisinho insípido, no que o rosto de sua cunhada tomou um tom de vermelho forte e furioso.
Bellatrix puxou a varinha e se levantou, e por reflexo Lucius o fez também. Narcisa empalideceu e saltou de seu lugar, mas sem saber o que faria. Roxanne revirou os olhos e cortou o ar com a mão em um gesto desdenhoso, nisso ambas as varinhas saltaram para suas mãos. Olharam-na surpresos, e ela olhou-os irritada.
— Vocês são ridículos com essas provocações infantis. Sentem-se. Agora. – Narcisa pareceu aliviada, e Lucius realmente não gostaria de duelar com Bellatrix, mas esta se mantinha enfurecida. Todos na mesa ficaram em silêncio enquanto os três se sentavam – Sermos da Sonserina não implica em sermos indolentes e covardes, é estupidez não saber diferenciar o que realmente temos contra os grifinórios.
— Já estava demorando para começar a defender a casa do seu namorado, Malfoy – Severus alfinetou com nojo, e a garota voltou os olhos faiscantes para ele.
— É claro que uma mente simples como a sua associaria uma coisa tão óbvia a essa besteira com o Black, Ranhoso, mas não é porque você não é capaz de entender sozinho quanto é dois mais dois que eu tenho essa limitação.
— Então por que não me explica? – Severus perguntou suavemente, contendo o ódio crescente. – Uma vez que nunca a vi defender a Grifinória, a associação é a automática.
— Como eu disse, sua mente é bastante simples – Roxanne repetiu calmamente, claramente não se importando com o que o outro pensava. – Mas não perca seu tempo, Snape, se quiser se apropriar do raciocínio do meu primo para continuar azarando seus inimigos pelas costas, é seu direito. Sei bem que você nunca vai passar do mestiço amargo e revoltado que você é. – Completou maliciosa, apenas para ver o rosto macilento de Severus se franzir de ódio.
Lucius pigarreou.
— Acho melhor voltarmos ao assunto, prima.
Regulus encarava toda a discussão atentamente, com o rosto sério e a mente frenética. Já sabia como deveria agir ali; lera precisamente como eram as relações e sabia que Roxanne era a palavra final, mas estava insatisfeito. O grupo não era leal entre si, e quanto mais tempo passava com eles mais tinha certeza de que não eram amigos. Claro, não esperava uma relação como a que seu irmão tinha com seus amigos, mas o fato de que não poderia contar com ninguém nem demonstrar qualquer sentimento o preocupava, porque no fim estava perdido e temia que jamais fosse se encontrar.
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Sirius Black e Roxanne Malfoy
FanfictionLilian olhava Roxanne atentamente enquanto esta esperava Sirius descer, curiosa. Elas nunca tinham se dado bem, entretanto, ao ver os cantos dos lábios da sonserina retorcerem em um pequeno e discreto sorriso, Lilian sentiu que, talvez, ela valesse...