Sirius poderia ter dito e feito muitas coisas. Algo como "poderia por gentileza parar de beijar minha namorada?" seria bem útil, mas ele não precisou, sequer teve tempo. Dália poderia ter sido só humilhada com a rejeição, mas havia segurado a sonserina com força, então esta lançou uma descarga de magia que expeliu a outra e a fez soltar um grito.
Roxanne se levantara e Sirius foi incrivelmente rápido para cortar o feitiço ao agarrar-lhe a mão. Sentiu queimar, mas não se queixou, ocupou-se em puxar a namorada para trás.
— Você perdeu a cabeça, Moore? – O tom de Roxanne foi puro veneno. Jamais fora capaz de imaginar que a garota realmente seria estúpida de tentar qualquer coisa, quanto mais aquilo!
Todos olhavam em choque, sem acreditar. Mesmo a reação dos marotos e Lily foi devagar.
— Eu não – Dália tentou falar, mas berrou de dor quando mais uma descarga de magia se espalhou e queimou sua vista. Lily foi até ela, alguns levantaram assustados também. Roxanne achou pouco, mas cerrou os dentes e se conteve. – Droga, e-eu não queria...
— Dália, cale a boca! – Sirius mandou. Roxanne a fulminava com o olhar. – Rô, vai acabar ferindo outras pessoas – Não estava de longe tão zangado quanto ela, os murmúrios de alarde e desaprovação deixaram claro que agora Dália tinha outro problema, e no momento não estava com pena – Vamos embora.
— O que aconteceu? – Lara tinha sumido um pouco, mas voltou com a agitação. Por causa disso mesmo ninguém além de Alice e Daphne acabou reparando que voltava com Dylan.
Dália respirava ofegante, o coração disparado de ansiedade e um nó na garganta. Levantou e correu para fora da sala comum. Lily titubeou antes de correr atrás dela.
— Você está bem? – Perguntou para Roxanne, que franziu o cenho com um quê de indignação.
— É claro – Respondeu brava, e Lily foi enfim atrás de Dália, dando um selinho apressado em James antes.
Lara repetiu a pergunta, mas a sonserina já estava no limite e saiu dali, sem se despedir de ninguém. Quando saiu da sala acompanhada apenas de Sirius soltou um grunhido e limpou os lábios com força. O maroto a olhava de canto enquanto caminhavam.
— Ainda estou com dúvida se você gostou do beijo, gostaria de comentar para tirar minha insegurança?
Roxanne o fulminou com os olhos.
— Hilário, Black – Sibilou, no que ele riu baixo, pegando a mão dela. – Que bom que se divertiu, porque...
— Ah, eu não me diverti – Sirius garantiu, suspirando. – Dália é cansativa e irritante, mas não quis que se encrencasse por ela – Mostrou a mão com cortes que não sangravam, apenas latejavam com magia. – Sabe-se lá o impacto que isso teria.
Roxanne franziu as sobrancelhas, estranhando a mão ferida. Não ia lançar feitiço algum na grifina além do que usara para afastá-la de si. Comprimiu os lábios e parou, segurando a mão dele e curando-a.
— Pronto – Disse calmamente, abrindo a palma e vendo que só restaram pequenas cicatrizes.
Sirius a olhava. Distraído, deslizou a mão para a capa sobre o ombro dela e descobriu uma runa, o brilho suave empalidecia e se extinguiu.
— Você é impressionante – Elogiou baixo, e ela não soube reagir, como muitas vezes, àquela voz tão carinhosa. – Tente esquecer essa história de Dália, tá bom?
Roxanne revirou os olhos.
— Acha que vou perder meu tempo planejando algo contra ela?
Ele deu um risinho pelo nariz.
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Sirius Black e Roxanne Malfoy
أدب الهواةLilian olhava Roxanne atentamente enquanto esta esperava Sirius descer, curiosa. Elas nunca tinham se dado bem, entretanto, ao ver os cantos dos lábios da sonserina retorcerem em um pequeno e discreto sorriso, Lilian sentiu que, talvez, ela valesse...