A união do útil e o agradável

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James se recusou a deixar Roxanne sozinha quando ela o dispensou depois de trocar de roupa. Ignorou sua frieza da mesma forma que Sirius fazia, e a aborreceu ainda mais que ele.

— Vocês realmente não têm nada útil para fazer?

Ele suspirou, dando a ela um olhar surpreendentemente sério.

— O que vou fazer agora é. – Respondeu, e Roxanne uniu as sobrancelhas. – Temos que ter uma conversa.

Roxanne inclinou um pouco a cabeça, semicerrando os olhos.

— Uhum.

— O Almofadinhas está apaixonado por você – Começou, e Roxanne sentiu um ligeiro incômodo, ao mesmo tempo que achava certa graça na frase. – Pelo que eu vi ontem você... Bom, não parece a toa que ele tem esperanças.

Os olhos dela faiscaram um tanto maliciosamente.

— Ah, você parece um pai, Potter. – Provocou. – Já posso ouvi-lo interrogando o primeiro garoto que puser os pés na sua casa... "Quais são suas intenções com minha filha?" – Ela fez uma breve imitação e o rosto de James ficou vermelho com um sorrisinho. Roxanne suspirou, entediando-se. – De qualquer forma, as minhas com Sirius... – Ela sentiu uma pequena dificuldade em completar: – Não quero nada com ele.

James franziu as sobrancelhas.

— Aham.

O rosto dela ficou vermelho.

— Estou falando...

— Tá, tá, estou vendo. – Ele tentou mentir, mas ela percebeu e se irritou ainda mais.

— Argh, caia fora, não tem porquê ficar aqui.

Ele suspirou e ergueu a mão, contando os dedos.

— Você está com febre, taquicardia, arritmia, alucinações, calafrios e seu nariz começou a sangrar. – Ela limpou no mesmo instante. – Por mais que eu não goste de você, não tenho como te deixar sozinha nessas condições.

— Ah, quanta nobreza – Ela revirou os olhos. – O que exatamente você pode fazer quanto a isso, leãozinho?

Ele deu de ombros

— Garantir que não vai piorar? Agora, tem certeza que não posso jogar gelo em você?

Ela bufou impaciente e o ignorou, cruzando os braços e os colocando sobre os joelhos; cobriu cada tosse rouca e seca com eles.

James a observava com preocupação involuntária. Via cada etapa do veneno se manifestar e sentia agonia, sobretudo quando sabia que era uma das alucinações, porque eram unicamente nessas que Roxanne não conseguia conter a dor e o desespero.

— Malfoy... – Ele se levantou de sua cadeira quando viu que ela fincava as unhas inconscientemente nos braços, onde afundara o rosto e começara a estremecer. – Malfoy!

— Roxanne! – Sirius correu até a garota e a agarrou, desembrulhando-a de si mesma e fazendo-a olhá-lo. O que quer que visse, a fez gemer e desviar o rosto. – Ei, ei...

Roxanne soluçou e seus olhos marejaram, causando surpresa e desespero nos dois grifinórios ali. Não houvera choro em nenhum momento anterior, e aquele único sinal marcou fundo na cabeça deles.

— Rô... – Sirius segurou o rosto dela e pegou o frasco que trazia consigo no bolso. Ela tentou virar o rosto novamente, mas ele não permitiu.

Roxanne apertou os olhos, fazendo um único par de lágrimas escorrer ligeiro pelas bochechas.

— Me solta. – Ela ganiu, mas ele balançou a cabeça.

Sirius Black e Roxanne MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora