Relacionamento público

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Naturalmente, a notícia de que Sirius e Roxanne estavam namorando não tinha demorado a chegar para as grifinas do sétimo ano e, enquanto a maioria estava surpresa com no máximo receio, duas das garotas tinham um sentimento mais amargo relacionado com o novo casal.

Mas a forma de Dália extravasar seu desgosto era destilando veneno sobre Marlene, que não conseguira esconder sua frustração e mágoa quando soubera.

— Dália, quer fazer o favor de parar? – Lilian pediu irritada quando outra vez a garota atacou Marlene.

Dália apenas revirou os olhos.

— Ah, defensora dos fracos e oprimidos, por gentileza, me deixe aproveitar.

Marlene deu um riso embargado enquanto limpava os olhos outra vez, sem ter dado oportunidade nenhuma para as lágrimas escaparem ainda.

— Impressão minha ou você está ainda mais encapetada hoje, Dadá?

Dália cerrou os dentes.

Não me chame assim.

— Ops, esqueci. – Marlene replicou inocente, e Lilian suspirou, já prevendo que nada de bom sairia daquilo. – Mas então, Dadá, vai tirar o dia para me provocar? Podemos discutir porque está tão irritada também.

— Não estou irritada, McKinnon, só estou te lembrando o quanto você é e sempre foi pouco, o que tem de estranho?

— Não vai ficar na sala com eles hoje? – Marlene continuou, enquanto Lilian e Alice se olhavam confusas. – Achei que gostasse de ver a Roxanne sendo uma vadia hostil como sempre.

— Uma vadia hostil que é muito melhor que você, já mesmo não se fingindo de cordeiro conquistou aquele idiota. E a Lily gosta mais dela que de você também, sabia? Até...

O rosto de Marlene ficou vermelho.

— Dália, cale a boca – Lilian mandou, mudando o tom.

Dália riu.

— Duvido muito que a Roxanne ele traia.

Lilian e Alice começaram a brigar com ela, mas Marlene interrompeu as censuras com uma risada, que viera logo depois de uma pontada no peito e algumas lágrimas ligeiras.

— Mas você gostaria muito que traísse, né? – Rebateu desdenhosa, com a voz um pouco embolada. – Pra você seria a oportunidade perfeita para se aproximar, e como você é egoísta demais, só isso ia importar...

— Me poupe – Dália empalidecera. – Não estou nem aí para ele...

Marlene riu mais claramente.

— Bom, isso é verdade. – Ela segurou um soluço e limpou os olhos outra vez, levantando-se e sorrindo para Dália, com uma espécie de prazer sublime vendo a cara dela. – Sabe que se você não fosse tão amarga e insensível seus relacionamentos não se desmoronariam tão facilmente. Você perdeu a "amizade" da Mary, e nem teria chances com uma certa pessoa talvez pelo mesmo motivo.

— Eu não perdi coisa nenhuma com a Mary! Ela era... – Dália se recompôs tarde, pois Marlene já saía e pôde fingir que não ouvira. – Vai para o inferno, McKinnon!

As outras duas espectadoras ficaram um pouco atordoadas no lugar sem entender muita coisa, mas se entreolharam e decidiram que deveriam ir atrás da amiga, já que consolar Dália era como domesticar uma acromântula. Se normalmente já não conseguiam, pior agora que nem sabiam o motivo.

Então Dália ficou sozinha com o próprio veneno desesperando-a. Afinal Marlene era a última pessoa no mundo que poderia saber o que ela sentia; uma vez que soubesse poderia espalhar para todo mundo, então não sabia.

Sirius Black e Roxanne MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora