Roxanne acordou em cima da hora, então acabou por tomar banho no banheiro do quarto. Vestiu-se e guardou os antídotos que fizera de madrugada na mochila.
Desceu em silêncio com as amigas – que não eram bem amigas –, participando pouco da conversa e foram para o Salão.
Roxanne esperou que os quatro grifinórios terminassem seu café e saíssem do Salão para ir atrás deles.
Eles estavam um pouco à frente, junto com Lilian. Roxanne soltou uma explosão com a varinha e eles se viraram para ela.
Lilian cruzou os braços em desconforto. A sonserina se aproximou deles e só falou quando estava a três passos de distância.
— os antídotos. – falou pegando uma bolsa preta pequena.
— já? – disse James surpreso.
Roxanne pegou um pedaço dobrado de pergaminho e colocou dentro da bolsa.
— são as instruções. – explicou. – Só comam isso daqui a uma semana, quando ficar claro qual feitiço foi usado...
— e como saberemos? – perguntou Sirius.
— assim como as ulceras na boca de Pettigrew, os demais feitiços apresentarão hematomas característicos, o pergaminho aqui dentro explica quais.
— você não disse que daqui uma semana os feitiços já estariam fazendo efeito? – lembrou Sirius.
Roxanne o ignorou e virou-se para a ruiva.
— Evans – Roxanne estendeu a bolsa para Lilian, que ficou surpresa – Garanta que eles obedeçam exatamente minhas instruções, e que comam dois benzoares no inicio e fim do dia dos dias pares dessa semana. Entendeu?
— está bem. – concordou Lilian.
Roxanne então se virou sem dizer mais nada e se afastou deles. Sirius acompanhou-a com o olhar até que ela sumisse para as escadarias.
— acho que ela virou a noite fazendo os antídotos – falou Remus, porque reparou que a garota tinha olheiras profundas.
— ainda bem que não fizemos nada ontem – replicou James. – Vai saber se ela nos ajudaria.
— acho que ela não queria que vocês se machucassem, afinal – disse Lilian.
James deu de ombros.
— só acho que ela devia ter deixado o antídoto com a gente, nós que estamos azarados.
— ela deve reconhecer que Lily é mais responsável, Pontas.
— ora essa, sou muito responsável. – por mais sério que parecesse falar, os outros riram.
*
Roxanne estava quase terminando o livro que lia quando ouviu um barulho no corredor ao lado. Acendeu o archote, porém não viu ninguém. Apurou os ouvidos e seguiu pelo corredor lenta e cautelosamente.
Quando passou por um nicho ouviu o atrito da rocha com outro material e em seguida um par de mãos tocou seus ombros e alguém falou "boo", Roxanne girou sobre os calcanhares e lançou um feitiço que passou raspando pela orelha de Sirius.
— bom reflexo. – falou ele sorrindo.
— idem. – disse ela e conjurando o pergaminho. – Tem um bom motivo para estar aqui?
— para sua felicidade não.
— ótimo. Menos quinze pontos.
Sirius deu de ombros.
— é, podia ser pior.
— por que não está em sua sala comunal? – perguntou ela atenta ao pergaminho.
— eu ia à cozinha. – respondeu com simplicidade.
— errou o caminho.
— conheço o castelo melhor que a maioria, Malfoy. Não errei o caminho.
— ah, então veio me dar a honra de te anotar? – não o olhava nem alterava o tom, apenas analisava o pergaminho e anotava. – Serão vinte e cinco pontos a menos. – corrigiu.
— vim agradecer – respondeu Sirius, ignorando o que ela falara por último. – Pelos antídotos.
— que sentimental você é – replicou ela em zombaria, fechando o pergaminho e fazendo-o desaparecer.
— não, só quero ficar com você – retrucou com um sorriso torto – E pelo jeito você não vai me dar atenção se eu não te procurar.
— mesmo que me procure, Black, não te darei atenção. Por que acha que deixei tudo sob responsabilidade de Evans?
— porque ela é responsável e vai resolver tudo sem te incomodar, coisa que você acredita que não seríamos capazes.
— se você entendeu, por que ainda está me incomodando? – sem esperar uma resposta, continuou: – Volte para sua Torre antes que perca mais trinta pontos.
— vou te fazer companhia. – respondeu no que Roxanne fez uma careta de desgosto. – Ora, você está sozinha aqui, não tem mal algum.
— vá antes que perca mais trinta pontos, Black – repetiu.
— não faz diferença. Nós vamos ganhar.
Roxanne bufou com deboche e conjurou o pergaminho, anotando mais uma vez o garoto.
— cai fora, Black.
Sirius ignorou e começou a acompanhá-la pelo corredor.
— então, você já namorou?
Roxanne o ignorou. Sirius deu um suspiro um tanto impaciente.
— está bem, volto para a Torre se você for a um encontro comigo.
Roxanne revirou os olhos.
— não seja estúpido, Black. Para que eu iria a um encontro com você se tudo o que quero é que você me deixe em paz?
— ora essa, eu não sou tão ruim assim, Roxanne. – falou Sirius sorrindo.
Roxanne cerrou os punhos.
— olhe Black, se eu tiver que incomodar o Prof.º Slughorn mais uma vez por sua causa...
— por minha causa?
— onde você acha que encontrei os ingredientes? – contrapôs irritada.
Sirius ficou quieto um minuto, depois parou e, sorrindo, falou:
— está bem. Acho que é justo eu ir embora. Só dessa vez.
Roxanne parou e o encarou com as sobrancelhas franzidas. Antes que pudesse falar qualquer coisa, Sirius segurou seu braço e deu um beijo em sua bochecha.
— boa noite. – falou e desapareceu.
Roxanne prendera a respiração quando ele a tocou, agora expirou devagar e olhou em volta procurando ele.
— Black?
Não o encontrou, então voltou para o corredor que devia estar e abriu seu livro, lendo lentamente as últimas páginas.
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Sirius Black e Roxanne Malfoy
FanficLilian olhava Roxanne atentamente enquanto esta esperava Sirius descer, curiosa. Elas nunca tinham se dado bem, entretanto, ao ver os cantos dos lábios da sonserina retorcerem em um pequeno e discreto sorriso, Lilian sentiu que, talvez, ela valesse...