17° Capítulo

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Depois de uma noite maravilhosa com Ana e Mary, Jack voltou para casa de seu pai. Chegando, ele se deparou com Helena, que o olhou torto.
Entrou no seu quarto e começou escrever. Jack amava ação, mas estava escrevendo romance, pois algo havia mexido com seu coração. Parecia mais fácil escrever, pois expressava seu sentimento nas palavras de seu livro.
Logo foi interrompido:
— Jack? Abre a porta! — Helena gritou.
Ele abriu a porta e Helena pegou um de seus papéis.
— Está apaixonado?
— Parece? — Jack respondeu.
— Sim, belas palavras.
— Obrigado! Você não disse que eu escrevia mal?
— Eu disse que as palavras são bonitas, mas não se encaixam bem. Você não sabe usá-las.
Jack abaixou a cabeça e Helena saiu do quarto.
Ele ficou chateado com o que havia ouvido, mas continuou escrevendo. Fatos da vida dele o inspirava e ele colocou um pouco de angústia em seu texto, o deixando chamativo.
Em poucos minutos, Jack preencheu várias folhas, e não pararia de escrever até terminar de expressar tudo o que estava sentindo.

***

Mary, estava se sentindo muito bem, a felicidade havia voltado dentro de si depois de muito tempo sem ela. Mary gostava de resolver enigmas, era uma pessoa curiosa. 7 horas da manhã ela estava pronta para ir a casa de Jane. Deixou Ana com sua vizinha e saiu.
Chegou um pouco depois dás 8 horas, porque o trânsito estava conturbado. Tocou a campainha da humilde casa, e ninguém saiu.
Jane deve estar mal, eu não deveria ter vindo aqui — Mary pensou.
Estava saindo do local quando a viúva a gritou:
— Estou aqui! Me desculpa pela demora.
Mary sorriu e entrou na casa.
— Beba esse suco — Jane ofereceu a Mary.
— Obrigada!
— Eu liguei para o número, mas o homem não me atendeu — Jane disse triste.
— O que vamos fazer?
— Eu não sei!
Mary colocou a mão no bolso de sua calça e pegou um celular.
— Já sei o que vamos fazer
— se alegrou.
— O que? — Jane perguntou.
— Jack, meu amigo, deixou o celular dele na minha casa ontem. Podemos ligar do celular dele.
— Amigo? — piscou.
Mary gargalhou e disse que aquilo não importava no momento.
Discou o número do homem e logo ele atendeu.
— Atendeu? — Jane sussurrou ao ver Mary de boca aberta.
— Eu conheço essa voz — Mary falou baixo.
— Quem é? — o homem perguntou.
— Mary.
O homem do outro lado da linha, derrubou o café que estava tomando e tossiu.
— O que está acontecendo? — Mary se preocupou.
— Nada, me desculpa. Meu nome é João. O que você quer?
— Quero saber se você conhece Jack Frank?
— Sim, eu conhecia, mas agora ele está morto.
Você conhece a Jane?
— Conheço, mas por quê este questionário?
— Ela te ligou e você não atendeu. O que você esconde dela? É você que conversava sempre com o marido dela?
— Não escondo nada. Eu e Jack Frank éramos apenas amigos.
— Tudo bem, desculpa incomodar — Mary disse, e desligou.
— Quem é o homem? — Jane perguntou.
— João, mas eu acho que esse não é seu verdadeiro nome. Ele ficou muito nervoso quando eu disse meu nome.
— Talvez ele te conheça.
— Pode ser.
— Seja quem for, meu marido já morreu, não tenho com o que me preocupar — Jane disse aliviada.
— É, você está certa! Vamos deixar isso de lado — Mary concordou.
— E o dono deste celular? — Jane piscou novamente.
— Já disse que é meu amigo.
— Você gosta dele?
— Ele é uma pessoa muito boa, mas não sei se quero entrar em um relacionamento.
— Para de ser tonta. Ele deve te amar.
— Você não me disse que os homens são falsos?
— Foi no momento da angústia.
— Então pretende conseguir um novo parceiro? — Mary deu risada.
— Quem sabe! — Jane sorriu.
Mary se despediu de Jane e foi até sua casa.
Ana pulou de alegria ao ver sua mãe.
— Por que demorou mamãe?
— Eu estava resolvendo alguns problemas.
— Estou feliz que voltou, mas por outro lado, poderia ter demorado um pouco mais.
— Por que?
— Se você demorasse, eu não iria à escola.
Mary riu de Ana, mas explicou para ela mais uma vez sobre a importância da escola. Disse que sem estudo é difícil conseguir um emprego e que quando Ana crescesse, ela entenderia o que Mary estava dizendo.

***

Jack, depois de horas escrevendo, saiu do seu quarto. Foi até a cozinha pegar algo para comer. Depois de tanto tempo escrevendo, estava faminto. A geladeira de seu pai estava lotada, ele nem estava acreditando. Quando Jack morava com seu pai, a condição financeira não era muito boa. Com a mudança ocorrida na vida do seu pai, Jack pôde ter mais esperança, pois se seu pai conseguiu ser alguém na vida, por quê ele não?
Quando estava comendo, alguém tocou o interfone. Jack levantou-se para atender mas Helena foi mais rápida.
— Quem é? — Helena perguntou.
— Mary, Jack está?
— Não.
— Quando ele chega?
— Depois que terminar de almoçar com sua companheira.
— Companheira?
— Sim, isso mesmo.
Mary foi embora triste, enquanto Helena sorriu e foi até a sala. Pegou o controle da televisão da mão de Jack e trocou de canal.
— Você não pode pegar o controle sem pedir — Jack reclamou.
— Enquanto eu estiver com seu pai, quem manda sou eu — Helena gritou.
Jack não contrariou Helena e perguntou quem estava no interfone.
— Eu não deveria te falar nada, mas como não é ninguém importante...
— Fala —Jack insistiu.
— Alguém atrás de seu pai
— disse gargalhando.
Jack não comeu direito, era impossível ter apetite com Helena atormentando sua vida.
Ele saiu de perto dela e foi até seu quarto novamente.
Mary poderia estar comigo neste momento — Jack pensou.
Se Helena não tivesse mentido, Mary estaria com ele, mas com a mentira a vida de Jack provavelmente ficaria mais difícil.

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